Entidade evangélica Visão Mundial se une a 34 organizações esquerdistas para declarar que a educação escolar em casa “traz riscos” para crianças e adolescentes
Julio Severo
Com a
pandemia do coronavírus (COVID-19) e crianças sem poder ir à escola, muitos
pais estão optando pela educação escolar em casa, internacionalmente conhecida
como homeschooling. Em reação, esquerdistas prepararam um manifesto em 14 de Maio de 2020 contra a educação
escolar em casa. O manifesto, intitulado “Além de inconstitucional, educação
domiciliar traz riscos a crianças e adolescentes, dizem 35 organizações em nota
técnica,” foi assinado por 35 organizações esquerdistas, inclusive a Visão
Mundial.
A filial
brasileira da Visão Mundial (conhecida em inglês como World Vision), que foi fundada por evangélicos, deveria cumprir
uma missão evangélica, e não se aliar a organizaçôes esquerdistas que
constantemente atacam os evangélicos e seus valores.
Quais são as queixas
das 35 organizações esquerdistas, inclusive a Visão Mundial, contra a educação
escolar em casa?
O manifesto
se queixa de que “não existe amparo legal para prática da educação domiciliar
no país” e que a educação escolar em casa “apresenta outros sérios riscos para
a proteção da criança e do adolescente,” acrescentando que “os riscos se baseiam
nas altas taxas de violência e abuso sexual e de trabalho infantil acontecem
dentro do ambiente familiar.”
O manifesto
explica:
De
acordo com dados do Ministério da Saúde, 68% dos casos de violência sexual
contra crianças e adolescentes acontece em ambiente doméstico. E a maioria das
vítimas de violência sexual são crianças e adolescentes (de 0 a 17 anos de
idade) e do sexo feminino.
Com
dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, a nota técnica mostra
que a cada hora, quatro meninas de até 13 anos são estupradas. E que 66% das
crianças do sexo masculino estupradas no país tem entre zero e 15 anos de
idade.
O manifesto
culpa então toda essa violência sexual no ambiente familiar, sem explicar
exatamente o que é esse ambiente. As 35 organizações esquerdistas veem o
ambiente familiar como ambiente de “sérios riscos.”
Enquanto o
ambiente normal da educação escolar em casa é composto por pai e mãe casados
conservadores (significando que eles não são divorciados nem recasados porque a
maioria dos adeptos da educação escolar em casa são cristãos praticantes), o “ambiente
familiar” descrito vagamente pelo manifesto nem sempre tem esse perfil conservador.
Mães
solteiras que pulam de um relacionamento para outro são computadas em “ambiente
familiar.” Pessoas que vivem juntas sem casamento e partem para outros
relacionamentos, colecionando filhos de diferentes relacionamentos, também são
computadas como lar. Esses relacionamentos que estão fora do casamento formal e
tradicional são os mais violentos.
Se o manifesto
fosse honesto, ainda mais tendo a presença de uma grande entidade evangélica que
tem atuação internacional, elogiaria a educação escolar em casa e denunciaria
os relacionamentos fora do casamento. Mas o manifesto faz o contrário: usa a
óbvia violência mais elevada dos relacionamentos fora do casamento, tão
defendidos pela esquerda, mas propensos a abusos, como evidência de que a
educação escolar em casa seria ruim.
Tradicionalmente,
a esquerda defende relacionamentos fora do casamento, com todo os seus perigos
e violência.
E tradicionalmente
a esquerda ataca a família tradicional, porque um pai e mãe casados
conservadores que educam seus filhos ameaçam a doutrinação ideológica hegemônica
da esquerda nas escolas. Por isso, a esquerda luta para tirar as crianças das
famílias e colocá-las diretamente sob a doutrinação esquerdista das escolas.
Uma criança tem muito mais chance de virar esquerdista indo para a escola do
que estudando num lar conservador.
A esquerda
tem mais facilidade de monitorar e fiscalizar as crianças na escola do que em
lares. Uma dessas fiscalizações inclui a questão da disciplina física de
crianças. De acordo com a Lei da Palmada, aprovada por socialistas em 2014, pais
brasileiros são proibidos de disciplinar os próprios filhos fisicamente por
desobediência. De acordo com essa lei socialista, tal disciplina constitui “violência.”
Então, quando um manifesto socialista menciona “abuso contra crianças,” esse
abuso inclui o que sem socialismo não é abuso, mas direito natural dos pais.
O manifesto
conclui:
Regulamentar
a prática da educação domiciliar pode agravar os casos de exploração, abusos e
violências contra crianças e adolescentes. “É priorizar a agenda de uma minoria
— em muitos casos fundamentalista — em detrimento do direito da maioria. É,
portanto, extremamente irresponsável do ponto de vista não somente da educação
como também da proteção da criança e do adolescente.”
A linguagem
do manifesto, vergonhosamente apoiada pela Visão Mundial, revela o centro de
sua preocução ao dizer que a legalização da educação escolar em casa prioriza a
agenda de uma minoria “fundamentalista.” Esse termo é muitas vezes usado não
para designar os ambientes familiares insalúbres, mas famílias cristãs que
seguem princípios bíblicos e conservadores. De forma alguma a educação escolar
em casa traz prejuízos para a maioria das pessoas, conforme aponta o documento,
pois a educação escolar em casa nunca é imposta em ninguém. Mas, evidentemente,
traz prejuízos enormes para a esquerda.
O manifesto
considera o lar conservador um ambiente inseguro — para a doutrinação socialista,
é claro — e o ambiente escolar seguro — para a doutrinação socialista, é claro.
Como defensor
da educação escolar em casa no Brasil há mais de 20 anos (sou tradutor do livro
de educação escolar em casa De Volta Ao Lar, de Mary Pride), o único risco que
vejo é o sequestramento da bandeira da educação escolar em casa. No governo de
Jair Bolsonaro, muitos adeptos ocultistas ocupam cargos importantes, inclusive na
área de educação. Esses ocultistas foram indicados por Olavo de Carvalho, guru
de Bolsonaro. Carvalho
é membro da Escola Tradicionalista, cujo membro mais proeminente foi Julius
Evola, guru do ditador fascista italiano Benito Mussolini.
Embora Bolsonaro
tenha sido eleito principalmente por evangélicos, ele escolheu encher seu
governo dos adeptos de Carvalho, os quais usam o conservadorismo, inclusive a
educação escolar em casa, para promover sua agenda “tradicionalista” ocultista.
Contudo, o
manifesto ataca todos os adeptos de educação escolar em casa no Brasil, quer
façam por motivos cristãos ou por motivos esotéricos e “tradicionalistas.”
Entre as 35
organizações que assinaram o documento socialista estão:
* Geledés
Instituto da Mulher Negra, uma organização supremacista negra que defende o aborto
e o homossexualismo.
* Grupo de
Trabalho da Agenda 2030 no Brasil, uma entidade radicalmente socialista.
* Instituto
Paulo Freire, uma entidade radicalmente socialista.
* MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), uma entidade radicalmente socialista.
* E Visão
Mundial.
Como uma entidade
evangélica enorme como a Visão Mundial assina um documento que ataca o lar conservador como um ambiente
inseguro — para a doutrinação socialista — e o ambiente escolar como seguro — para
a doutrinação socialista?
Milhares de
evangélicos nos EUA e outros paises enviam contribuições financeiras para a
Visão Mundial alimentar crianças, não para alimentar o fanatismo esquerdista
antifamília.
O ambiente da
família natural é a maior proteção para a criança. Colocar a escola,
especialmente a escola pública, como uma proteção maior do que a família é algo
que só socialistas fazem, e algo que a Visão Mundial está fazendo ao se unir a 35
organizações esquerdistas radicais.
É hora dos
cristãos que enviam suas contribuições para a Visão Mundial fazerem perguntas a
essa entidade que deveria estar a serviço do Evangelho e do bem-estar das
crianças, não do bem-estar do socialismo.
Versão em inglês deste artigo: Evangelical
group World Vision joins 34 Brazilian left-wing groups to declare that homeschooling
“poses risks” to children and adolescents
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