05 novembro, 2001

Defendendo a Responsabilidade da Família na Educação dos Filhos

Defendendo a Responsabilidade da Família na Educação dos Filhos

Julio Severo

À primeira vista, seria desnecessário frisar que os pais têm a principal responsabilidade na educação de seus filhos. Afinal, por milhares de anos eles sempre tiveram um papel decisivo na área de ensinar os filhos.

A principal desvantagem do passado era que não havia os recursos educacionais que conhecemos hoje, e a vantagem era que uma educação centrada no lar moldava a formação do caráter de forma direta. Havia tanto convívio familiar que não sobrava aos adolescentes tempo para se envolver com más companhias. O normal era o respeito e o apego à família. Hoje a situação se inverte: pouco convívio familiar e muito envolvimento com amigos suspeitos, principalmente em escolas públicas, trazendo como resultado infelizes mudanças de comportamento, inclusive desrespeito aos valores aprendidos na família e na igreja.

O que sempre tornou fundamental o papel dos pais na educação dos filhos é que eles sempre tiveram a autoridade para definir os valores de vida. Sua missão era encorajar, corrigir e treinar moralmente. Os filhos não aprendiam somente a ler e a escrever, mas também a levar uma vida honesta e responsável.

Embora saibam que o melhor lugar para uma criança aprender valores morais é o lar, muitos pais se sentem incapazes de dar aos filhos o conhecimento educacional que as escolas institucionais podem dar. Assim, eles enviam os filhos a essas escolas, muitas vezes temendo por sua segurança moral, espiritual e física.

As escolas públicas têm hoje uma vasta influência na vida de milhões de crianças. As crianças passam grande parte de seu tempo semanal absorvendo o que aprendem nas escolas. E o que elas estão aprendendo?

A maioria dos pais sente que as escolas públicas não são uma boa opção. Eles gostariam de mandar os filhos para uma escola cristã. Até mesmo pais não-evangélicos não vêem nenhum problema em colocar os filhos em escolas cristãs, porque sabem que lá eles aprenderão valores morais. Os pais têm um interesse natural em proteger os filhos e lhes dar segurança. Na escola pública, as crianças estão sujeitas a absorver ensinamentos errados e as experiências negativas dos amigos. É uma socialização que desafia tudo o que ela aprendeu no lar. Nesse desafio, o maior perdedor pode ser a criança e a família.

É claro que é direito dos pais decidir o tipo de educação que será melhor para os filhos. Se eles preferem uma escolar pública, o governo não deveria impedi-los, mas apoiá-los. Se o que os pais querem é mandá-los para uma escola particular cristã ou lhes dar educação escolar em casa, é responsabilidade do governo tratar esses pais com o mesmo respeito e apoio. O papel do governo é apoiar os pais, não tentar substituí-los ou enfraquecer seu direito de escolher o que é melhor para os filhos.

Embora a escola pública ofereça um ambiente moralmente desprotegido para muitas crianças, cristãos adultos — como professores, diretores, etc. — deveriam aproveitar toda oportunidade para influenciar essa área. É o que eu mesmo faço. Já tive chance, por exemplo, de dar palestras em escolas públicas sobre aborto e sexo antes do casamento, de um ponto de vista cristão. Os alunos deram muita atenção e experimentaram um impacto tremendo. Costumo também orientar líderes cristãos a darem palestras em escolas públicas.

Uma escola particular cristã é uma opção que toda família gostaria de escolher. É sempre uma boa opção. Mas a maioria das pessoas não tem condições financeiras de sustentar os estudos pagos dessas escolas.

A grande vantagem de nossa época é que o computador nos permite fazer agora o que antes não era possível. Podemos entrar em bibliotecas, consultar enciclopédias e adquirir todo tipo de conhecimento, com um simples click do mouse. Especialistas americanos como John Naisbitt acham que com o computador agora acessível será possível as famílias darem aos filhos educação escolar no próprio lar.

Educar uma criança é como cultivar uma planta. Aliás, o Salmo 128:3 diz que nossos filhos são como oliveiras novas. Plantinhas devem ser cultivadas, regadas e tratadas com muita atenção. Embora o capim possa crescer sem nenhum problema em qualquer lugar, plantinhas valiosas precisam do nosso cuidado direto. Se receber uma educação qualquer, sem princípios morais, a criança corre o sério risco de se tornar como capim, moralmente inútil. Se receber uma educação cuidadosa, ela terá tanto valor e utilidade como a oliveira.

Se durante seu crescimento, essas plantinhas forem regadas com ensinamentos que contaminam e desafiam os valores morais aprendidos no lar, como poderão se preparar para o futuro? As escolas públicas estão regando as crianças numa fase em que elas estão abertas para absorver e aprender experiências. Elas absorvem experiências de seus amigos de escola e também as experiências que seus professores lhes passam. Há professores que, alegando melhorar o desempenho escolar dos alunos, os levam à prática da meditação oriental. As crianças não estão preparadas para discernir o fator espiritual dessa prática. Elas não sabem que, nas religiões orientais, a meditação faz com que o indivíduo entre em contato maior com espíritos guias.

Deveríamos dar a elas a chance de serem regadas com ensinamentos da melhor qualidade moral possível. Deveríamos mandá-las para escolas cristãs conceituadas.

Não havendo essa possibilidade, podemos optar pela educação escolar em casa. Não é difícil. Dois milhões de crianças americanas recebem educação escolar em casa, dos próprios pais. A experiência mais comum é que crianças educadas assim têm dificuldade de se envolver com más amizades, respeitam os pais, têm um desempenho educacional superior ao dos alunos em escolas públicas e até particulares.

No Brasil, já há famílias brasileiras dando educação escolar em casa para os filhos. Embora muitos americanos residentes no Brasil ensinem os próprios filhos no lar, com a liberdade que sua cidadania americana lhes dá, as famílias brasileiras estão dando educação escolar em casa com a liberdade que lhes é garantida na própria Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essa declaração diz que é direito prioritário dos pais escolher a educação dos filhos.

Apesar disso, o Ministério da Educação já se colocou na oposição a esse método de ensino, contrariando até mesmo tratados internacionais que o Brasil assinou, e um ministro do Superior Tribunal de Justiça declarou que os pais não podem dar educação escolar em casa porque “os filhos não são dos pais”. Então, de quem são os filhos?

No pensamento socialista, as pessoas pertencem ao governo. Se o governo, por exemplo, determina que todas as crianças em idade pré-escolar devem ir para a creche, todas terão de ir. Se o governo estabelece que as esposas não têm a liberdade de permanecer em seus lares para cuidar dos filhos, só lhes resta deixá-los na creche e entrar no mercado de trabalho.

Contudo, não vivemos num país totalitário. Vivemos num país democrático, onde escolhas e decisões, ainda que sejam diferentes, precisam ser respeitas. Todos são iguais perante a lei. O próprio direito natural estabelece que os filhos são responsabilidade prioritária dos pais, não do governo. A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem respeitado esse direito. Agora resta às nossas autoridades colocarem o bem-estar das famílias e suas escolhas livres acima de suas próprias ambições políticas.

Fonte: http://www.juliosevero.com.br/

09 outubro, 2001

Educação em casa, com os pais

EDUCAÇÃO EM CASA, COM OS PAIS

Julio Severo

Começa a surgir no Brasil um movimento de famílias que preferem educar suas crianças no próprio lar

Em São Paulo, o Pr. Rinaldo Belisário Jr., que já foi professor de escola pública, optou pela educação em casa, e ele e sua esposa estão há anos empenhados na tarefa de ensinar seus filhos por esse método. Outros casais evangélicos, seguindo a mesma direção, aumentam o número de famílias brasileiras que escolheram essa alternativa de não só ensinar a ler e escrever, mas também oferecer uma educação mais cristã para seus filhos.

Ao escolherem a educação em casa, essas famílias acabaram ao mesmo tempo protegendo suas crianças do ambiente das escolas públicas.

Como o Ministério da Educação Quer Educar as Crianças do Brasil

O Ministério da Educação (MEC), em sua instrução no currículo dos professores do ensino fundamental, recomenda:

…a abordagem da sexualidade no âmbito da educação precisa ser explícita…[1]

…o professor deve manifestar a compreensão de que as manifestações da sexualidade infantil são prazerosas e fazem parte do desenvolvimento saudável de todo ser humano. …tais manifestações não devem ser condenadas ou julgadas segundo doutrinas morais. Dessa forma o professor contribui para que o aluno reconheça como lícitas e legítimas suas necessidades e desejos de obtenção de prazer…”[2]

O professor não deve emitir juízo de valor sobre essas atitudes…[3]

Por exemplo, se o professor disser que uma relação sexual é a que acontece entre um homem e uma mulher após o casamento para se ter filhos, estará transmitindo seus valores pessoais (sexo somente após o casamento…). É necessário que o professor possa reconhecer… a legitimidade de valores e comportamentos diferentes dos seus.[4]

Já que a bibliografia desse currículo contém livros que aprovam a masturbação, o sexo oral e anal, o incesto e o sexo antes do casamento,[5] isso significa que o professor cristão não poderia transmitir seus valores na sala de aula? Ele não poderia ensinar às crianças que esses comportamentos são errados? O currículo diz que na educação sexual a postura do professor “deve ser pluralista e democrática”.[6]

Além disso, o MEC pretende cultivar na mente das crianças das escolas a “valorização das diversas culturas presentes na constituição do Brasil”,[7] entre as quais o candomblé, cujos ritos devem ser tratados respeitosamente na sala de aula.[8] Confirmando essa tendência do governo, a revista Época de 21 de dezembro de 1998 escreveu o artigo “Candomblé: Culto que é Cultura”.[9] Nesse artigo o Ministério da Cultura anunciou a decisão de tornar alguns terreiros patrimônio histórico e cultural do Brasil e protegê-los com leis e verbas especiais. Já que as práticas de feitiçaria dos descendentes de negros são agora consideradas como cultura pelo governo, o MEC acha que todos os estudantes devem aprender a “reconhecer e respeitar seus modos de vida e suas expressões culturais”.[10]

Os Problemas com as Escolas Públicas

A situação da educação sexual no Brasil, em outros países da América Latina e em todo o Terceiro Mundo não é muito diferente do que já está acontecendo nos Estados Unidos.


Os mesmos grupos estão implantando, de uma maneira sutil, suas ideologias entre nós, mas os pais ainda não perceberam os males desses programas de educação sexual já implantados em várias escolas públicas e particulares. Os alunos são orientados a não comentarem em casa o que viram na escola sobre sexo. Muitos pais se assustaram ao saber que seus filhos estavam tendo aulas de educação sexual cuja ideologia é contrária à sua formação moral e cristã.


Ao examinar a pasta da escola de seu filho, um pai encontrou o seguinte dever de casa: "Fazer a representação de uma masturbação grupal". O garoto tinha
11 anos na época e estava matriculado numa escola pública de Brasília.


Em Natal uma mãe ao pegar em flagrante seu filho de 5 anos beijando na boca outro colega chamou a atenção, no que o garoto respondeu: "a titia me disse que se eu amo meu amiguinho posso beijar na boca que não tem nada demais" Programas, cartilhas, vídeos e livros de educação sexual hedonista já circulam em nossas escolas há algum tempo. A formação de professores de educação sexual foi assegurada com recursos do Fundo de População da ONU (FNUAP), conforme consta da publicação dessa organização Inventory of Population Projects in Developing Countries Around the World, edição de 1993:


Programa de treinamento em educação sexual para escolas que formem professores (
1992). Órgão executor CESEX. O projeto treinará multiplicadores e educadores de professores em educação sexual, em cinco estados do nordeste em educação sexual, através de um método participativo. Orçamento do FNUAP até 1994: 409.000 dólares.


O livro básico desse programa, financiado pela Fundação Pathfinder, é intitulado Saúde Sexual e Reprodutiva — Ensinando a Ensinar. Alguns conceitos expostos nessa publicação:

“... o aborto por ser proibido por lei em nosso país só é possível de ser feito de maneira clandestina, muitas vezes em condições precaríssimas por pessoas não capacitadas”

“Esta clandestinidade, ou seja o fato de ser contra a lei, somada à atitude punitiva da Igreja Cristã e de uma parte da sociedade, pode criar na adolescente sentimentos de culpa e dificuldades para futuros relacionamentos, afetando seriamente seu desenvolvimento emocional e até sua sexualidade”(pág. 328).

“O incesto é, ainda hoje, considerado um tabu em muitas sociedades no mundo inteiro. Mas outros tabus vão e vêm - dependendo muito do momento histórico e das culturas em que parece. É preciso deixar claro que o tabu também se alimenta de crenças irracionais e, por isso mesmo, torna-se passível de mudança quando essas crenças começam a ser trabalhadas em determinado grupo”.

“A virgindade, por exemplo, é algo que até bem pouco tempo era um tabu muito forte nas sociedades ocidentais..." (pág. 247)


Outra publicação Guia de Orientação Sexual — Da Pré-escola ao
2º Grau também serve de orientação para os programas de educação sexual. Trata-se de uma adaptação brasileira do Guidelines for Comprehensive Sexuality Education, Kindergarten — 12th Grade, de 1991. Alguns conceitos expostos nesse livro:


“Há pessoas que acreditam que o aborto é moralmente errado
Mesmo entre cientistas e religiosos não existe consenso a respeito de quando se dá o inicio da vida”.

“O aborto é mais seguro se feito nas doze primeiras semanas de gravidez” (pág. 75).

“A masturbação pode contribuir para o prazer sexual dos parceiros. A masturbação é uma prática de sexo seguro adequada aos tempos de AIDS” (pág. 64).

“Comportamentos sexuais compartilhados por parceiros podem incluir beijar, tocar, acariciar, massagear, compartilhar literatura ou arte erótica, banhar-se e ter relações sexuais: orais, vaginais e anais” (Pág. 65).

Várias outras publicações e cartilhas apresentam os mesmos conceitos.
Ainda não temos instalada, no Brasil, a Clínica Escolar. Entretanto,
poderemos esperar no futuro breve mais esse programa imposto e financiado pelos mesmos grupos que promovem a educação sexual nas escolas.

O livro Educação Sexual nas Escolas, de autoria da Maria Helena Matarazzo e Rafaesl Manzin, publicado pelas Edições Paulinas, também expõe conceitos e princípios contrários à moral. Vejamos algumas passagens mais significativas:

“A masturbação pode tornar-se um episódio grupal, onde cada um tenta auto-afirmar-se exibindo destreza e habilidade na prática” (pág. 50).

“Além de produzir prazer, a masturbação reduz o nível de tensões do indivíduo, e o jovem pode praticá-la como forma de readquirir serenidade, reequilíbrio emocional” (pág. 51).

“O fato de um homem ter atração sexual por outro não muda sua capacidade de produzir espermatozóide e até fecundar uma mulher.... portanto não muda, não altera sua identidade sexual...o fato de ser homossexual não o incapacita de desempenhar os deveres, tarefas e responsabilidade que queira assumir (cuidar e educar filhos – dele ou de outros... ser responsável por si mesmo, sua família e país”. (pág. 68)

“Muitos homossexuais relatam que se definiram sexualmente ao viver experiências heterossexuais pressionados pela família, igreja, e sociedade em geral” (Pág. 67)


Os problemas com as escolas públicas vão muito mais além das dificuldades com o ensino dos valores morais.

Os Resultados da Educação Pública nos EUA

Entre os países desenvolvidos, os EUA se classificam em terceiro lugar em recursos gastos por aluno, logo atrás das Antilhas e da Suécia.¹ De todos os países do mundo, os EUA gastam a segunda maior parte do seu produto nacional bruto em educação — 7.5%, comparados aos 5.5% do Japão e 4.5% da Alemanha.²

No entanto muitas crianças americanas são realmente analfabetas ao terminarem o segundo grau. Mal conseguem ler, e têm dificuldades para solucionar problemas simples de matemáticas como manter atualizado o saldo de um talão de cheques. Por incrível que pareça, um terço dos estudantes americanos de segundo grau não consegue nem ao menos localizar o seu país num globo terrestre!²


O Que Está Sendo Ensinado?

Mais cedo ou mais tarde, todas as crianças em escolas públicas serão
expostas às seguintes idéias, ou pela própria escola, ou por grupos que trabalham com a escola, ou por colegas:


A homossexualidade é um estilo de vida alternativo perfeitamente aceitável.

O aborto é uma questão a ser decidida não pela igreja ou pelo estado, mas unicamente pela mulher e o seu médico.

A “explosão demográfica” ameaça o mundo.

O comunismo é meramente outro sistema econômico.

O Cristianismo não tem absolutamente nenhum lugar na educação, embora abundem as influências da “Nova Era” e várias práticas ocultistas do Oriente e da África.

Não há nenhuma lei moral fixa nem regras para ética, e todos os problemas devem ser considerados caso a caso (“o relativismo moral” ou “éticas de situação”).

Na realidade não há o bem e o mal, e o conceito de "pecado" está fora de moda.

Acima de tudo, as virtudes mais elevadas são a compaixão e a tolerância.


O ambiente da escola pública provavelmente incluirá a maioria ou todos das idéias seguintes:


Aconselhamento psicológico em segredo que corroe cruelmente a autoridade dos pais.

Aulas de educação sexual ampla, totalmente imorais, nas quais os professores ignoram a abstinência sexual ou a ridicularizam como “fora de moda e ridícula” e demonstram, com detalhes chocantes, todas as modalidades de dispositivos anticoncepcionais.

Um ambiente escolar saturado de jogos, armas e drogas.


Praticando o Mal e Sentindo-se Bem

Nossos filhos não fazem objeções a essa manipulação porque a meta dos ensinos humanistas é fazê-los se sentirem bem consigo. E, claro, alunos bonzinhos que são mantidos psicologicamente anestesiados e saciados com sexo, drogas, liberdade (libertinagem) e tudo mais que possivelmente poderiam desejar, não terão muita probabilidade de se rebelar contra o sistema humanista.

Os efeitos dessa lavagem cerebral se tornaram evidentes após uma pesquisa de 1989 com 100 alunos da sétima série de seis países. Os pesquisadores deram aos alunos uma prova rigorosa de matemática e logo lhes perguntaram como achavam que tinham ido em comparação com os alunos dos outros cinco países.

As crianças coreanas foram excepcionalmente bem na prova, seguidas pelas espanholas, britânicas, irlandesas e canadenses, nessa ordem. Os alunos dos EUA terminaram em último lugar, bem mais atrasados do que os canadenses.³

No entanto, quando perguntadas se elas se consideravam boas em matemática, as crianças coreanas ficaram em último lugar (23% responderam que sim) e as americanas em primeiro (68% responderam que sim).

Isso significou que as crianças dos EUA tiveram um sentido invertido da realidade com relação ao seu próprio desempenho.

Em outras palavras, as crianças americanas estão fracassando incrivelmente na área acadêmica, enquanto estão sendo ensinadas sistematicamente a não se importarem com o fato de que estão fracassando. O que é realmente importante é que eles se sintam bem consigo.

No Brasil, a situação é ainda mais dramática. O Jornal Hoje de 6 de dezembro de 2001 noticia: “Um decepcionante e preocupante desempenho. Os brasileiros foram os últimos colocados num teste que avaliou alunos de escolas públicas e particulares de 32 países”.


A Resposta Cristã Decisiva: Educação em Casa!

Muitos pais cristãos estão cansados. Eles têm constantemente de monitorar as escolas a fim de garantir que os seus filhos escapem de danos permanentes devido a uma série de perigos, desde piolho até alunos violentos.

Os pais cristãos que conhecem a natureza das escolas públicas e muitas escolas particulares e as táticas dos engenheiros sociais também percebem ser teoricamente impossível proteger os seus filhos de todas as influências prejudiciais que lá encontrarão. Ou seja, nenhum pai ou mãe pode monitorar os seus filhos o suficiente para salvá-los de uma educação sistemática errada. As escolas públicas têm uma criança sob o seu controle por mais de 100.000 horas e têm dezenas de maneiras de doutriná-la.

As escolas públicas se transformaram em obstáculos que impedem as crianças de viver uma vida moralmente correta. Para poderem sobreviver, os nossos filhos têm de vencer esses obstáculos.

Assim, há um número cada vez maior de pais cristãos resgatando os seus filhos do sistema ateísta das escolas públicas. E quem é que agora está educando essas crianças corretamente? Os próprios pais! De acordo com o jornal americano Rockford Register Star de 24 de julho de 2000, quase 2 milhões de crianças (do jardim da infância até o segundo grau) estão recebendo educação escolar em casa nos EUA. Esses pais, na grande maioria evangélicos, estão adorando o que estão fazendo!


As Vantagens da Educação em Casa

Há muitos motivos para essa atitude aparentemente radical. Uma criança que recebe educação escolar em casa não aprende sobre “sexo seguro”. Ela não aprende que a homossexualidade é um “estilo de vida alternativo perfeitamente aceitável”, ou que o aborto se resume numa decisão particular entre uma mulher e o seu médico. Ela não está sujeita a aconselhamentos psicológicos sem o conhecimento dos pais, aulas de planejamento familiar sobre preservativos, ou educação livre de valores e de Deus.

Além disso, ela pode proceder de acordo com o seu próprio ritmo de aprendizado, em invés de ser contida por causa de alunos mais lentos. Por outro lado, se a criança for lenta em algumas áreas, ela não ficará estagnada e esquecida no setor dos “atrasados” e não será ridicularizada nem humilhada. Ela também não será exposta à dura pressão dos colegas para violar seus valores cristãos através do sexo, drogas e violência.

Várias pesquisas e entrevistas feitas por uma ampla variedade de organizações (algumas delas de extrema esquerda) revelam que as crianças que recebem educação escolar em casa têm um desempenho mais elevado nas provas de aptidão, têm mais conhecimento e são mais adaptáveis e sociáveis do que as crianças de escolas públicas.

O maior benefício da educação escolar em casa, naturalmente, é que as crianças recebem o treinamento adequado nos valores e na espiritualidade cristã.

Esse movimento é conhecido nos EUA como homeschooling, que significa educação escolar em casa. Nas livrarias evangélicas americanas, é possível adquirir muitos livros sobre homeschooling.

Mas o que Dizer sobre a Socialização?

Os pais dão vários razões para não dar educação escolar em casa aos seus filhos. Acham que não têm tempo nem condições financeiras. Ficam com medo de dar um passo tão “radical”. Mas, mais que tudo, se preocupam com o fato de que seus filhos terão dificuldade de se relacionar socialmente.

Os pais deveriam se perguntar: “Que tipo de vida social desejo para os meus filhos?”

A maioria da garotada matriculada em escolas públicas é perfeitamente normal, ainda que não tenha uma vida moralmente correta. No entanto, a vivência social nas escolas públicas inevitavelmente inclui a exposição aos colegas de classe que são violentos, abertamente promíscuos e usam álcool e drogas. As crianças são expostas à educação sexual pornográfica, sem recato, palavreado vulgar, repulsivas músicas de rock e jogos de vídeo que são verdadeiros lixos. Tudo isso as influencia negativamente. Elas também aprendem falsos valores: que a maneira de uma pessoa se vestir é decisiva, o sucesso nos esportes compensa mais do que o sucesso acadêmico, que não é legal ser virgem e que o “sistema” foi feito para ser derrotado por qualquer meio disponível.

Em casa, a vivência social das crianças é com os irmãos e irmãs, e com os pais que as amam. Se o contato social com outras crianças for uma preocupação, os pais que estiverem pensando na educação escolar em casa deveriam entrar em contato com as famílias brasileiras que já estão educando os filhos em casa. Essas famílias poderão responder a suas preocupações e até ter um envolvimento maior.

A Educação em Casa Está Crescendo no Mundo Inteiro

O Dr. Christopher Klicka é o advogado principal da Associação de Defesa Legal da Educação em Casa (www.hslda.org), nos EUA. Em artigo publicado na revista Practical Homeschooling, ele diz:

Os pais em todos os lugares estão desesperadamente em busca de esperança e oportunidades de treinar os próprios filhos. A decadência moral nas escolas é comum em muitos países. Os pais têm fome de mais informações.

Para mim, fica cada vez mais evidente, à medida que viajo, que a educação em casa não é mais um fenômeno americano. A educação em casa está gradualmente, mas com firmeza, se espalhando no mundo todo.

A Internet está desempenhando um grande papel na aproximação e união do mundo. À medida que pais em países estrangeiros encontram na Internet páginas sobre educação em casa e ficam informados de seus benefícios incalculáveis para seus filhos, eles também querem dar educação escolar em casa. No entanto, eles verificam as leis de seus países e acabam descobrindo que é ilegal. Aliás, é uma situação bem semelhante à atmosfera legal que existia em nosso país [EUA] há só uns 15 anos.

Eles não sabem onde começar. Assim, eles recorrem ao exemplo máximo de liberdade para educar em casa: os Estados Unidos. Inevitavelmente, eles nos contactam na Associação de Defesa Legal da Educação em Casa (ADLEC) para descobrir o que fizemos para ganhar o direito de dar educação escolar em casa.

Quando comecei a trabalhar para a ADLEC em 1985, jamais teria sonhado que poderíamos ajudar a legalizar a educação em casa em outros países. Só estávamos tentando sobreviver. Mas Deus nos abençoou com muitas vitórias nos tribunais e nas assembléias legislativas até chegarmos ao dia de hoje, em que a educação em casa é perfeitamente legal em todos os estados dos EUA.

Embora o movimento de educação em casa em muitos países seja um movimento que está só no início, está começando a ganhar muita influência. O primeiro passo em muitos países ocidentais e asiáticos é legalizá-lo.

Uma das metas da Associação de Defesa Legal da Educação em Casa é exportar para outros países o conhecimento e as lições que, como pais que educam em casa, aprendemos com nossas lutas para termos liberdade aqui nos EUA. Queremos também passar para as pessoas os muitos benefícios da educação em casa que incluem a divulgação de vários estudos que comprovam o sucesso acadêmico da educação em casa nos níveis fundamental, colegial e até mesmo no ensino superior.

O mais importante de tudo é nosso desejo de compartilhar a luz de Jesus Cristo por meio da educação em casa. A educação em casa torna possível que as famílias ensinem o que realmente é importante: conhecer Jesus como Salvador e obedecer a Ele como Senhor. Um número cada vez maior de famílias, alicerçadas na Palavra de Deus, está dando educação escolar em casa. Essas famílias trarão bênçãos para as nações ao redor do mundo.[11]

Passos Importantes para Famílias que Desejam Educar os Filhos em Casa

É importante ressaltar que as famílias brasileiras que estão dando educação escolar em casa estão vivendo pela fé, já que o governo não está lhes dando nenhum tipo de apoio nem proteção. Mas mesmo assim ninguém pensa em desistir. A educação em casa chegou no Brasil para ficar!

Nos EUA há muitos currículos para a educação em casa, impressos e em CD-Rom. Mas já que no Brasil ainda não temos esses recursos, os pais interessados podem começar a desenvolver seu próprio currículo procurando livros escolares de qualidade, de preferência de escolas cristãs.

A coisa mais importante que se deve fazer para educar em casa é colocar um bom alicerce (dar atenção especial à área fundamental de leitura, escrita e matemática) na vida educacional da criança. Todas as outras áreas da educação, e até a educação mais elevada que a criança terá no futuro, dependem desse alicerce.

A educação em casa é flexível porque dá às famílias mais tempo. Não se desperdiça tempo com supervisão de salas de aula, projetos sem muito valor prático e outras atividades de grupo. As famílias que educam em casa têm a oportunidade de desenvolver a capacidade de aprender de suas crianças da maneira mais proveitosa possível.


Bill Pride, que é vice-presidente do Homeschool World, comenta: “Em resumo, o povo brasileiro poderá se sair melhor do que os especialistas americanos ao planejarem um currículo para o Brasil”.[
12]

Para os casais que poderiam pensar que a educação em casa é opção apenas para famílias ricas, o Pr. Rinaldo Belisário Jr viajou duas vezes ao México para participar de encontros com pais latino-americanos que educam os filhos em casa. Lá ele pôde ver famílias bem pobres se sacrificando de todas as formas possíveis para educar os próprios filhos. Além disso, o Pr. Rinaldo tem auxiliado uma família bem humilde de sua igreja a educar os filhos em casa.

O autor se baseou em diversas fontes na preparação desse artigo. Alguns trechos sobre os EUA foram adaptados, com a devida permissão, de: Dr. Brian Clowes, Os Fatos da Vida (Providafamília: Brasília, 1997), pp. 370-377.

Copyright 2001 Julio Severo. Proibida a reprodução deste artigo sem a autorização expressa de seu autor. Julio Severo é autor do livro O Movimento Homossexual, publicado pela Editora Betânia. http://www.juliosevero.com.br/

Notas:

[1] Parâmetros Curriculares Nacionais (Pluralidade Cultural e Orientação Sexual), Vol. 10, Ministério da Educação, Brasília, 1997. Atenção: Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, p. 127

[2] Idem, p. 154

[3] Idem, p. 153

[4] Idem, p. 153

[5] Idem, p. 155-61. A bibliografia também contém livros socialistas radicais.

[6] Idem, p. 153

[7] Idem, p. 59

[8] Idem, pp. 76-78

[9] p. 20

[10] Idem, p. 91

[11] Christopher Klicka, Homeschooling Around the World, artigo publicado na revista Practical Homeschooling, edição de jan/fev de 2001 (Fenton, MO (EUA): Home Life, Inc.), pp. 9,11.

[12] Email pessoal para Júlio Severo, datado de 6 de agosto de 2001.