14 abril, 2008

Autismo e vacinação infantil

Autismo e vacinação infantil

Julio Severo

A questão da ligação entre autismo e as muitas vacinas infantis envolve embates entre posições diferentes — onde de fato existe liberdade de expressão. Esse é o caso dos Estados Unidos. Lá, pais brigam na justiça por seus filhos prejudicados pelas vacinas que receberam quando bebês. Há entre os americanos a consciência de que um cidadão livre pode questionar o que é imposto às pessoas, principalmente a bebês vulneráveis.

No Brasil, há uma “liberdade de expressão” controlada, onde a mídia esquerdista decide e filtra todo tipo de notícia e informação. Não existem embates, porque o que impera é a “verdade” que vem por imposição. Enquanto nos EUA há praticamente dois ou mais lados para uma mesma questão, no Brasil rotineiramente há só o lado que recebe o selo de aprovação da mídia. Com a ajuda da mídia brasileira, chega-se à conclusão obviamente calculada de que as vacinas infantis são maravilhas que salvam, curam, libertam, etc. Só isso.

Nos EUA, não é só isso. Embora a vacinação seja obrigatória na sociedade americana, há opções legais que permitem que uma família escolha isenção por motivos filosóficos, religiosos e médicos. No Brasil, nem isso há.

Entre os países avançados, os EUA estão entre os mais restritivos na questão das vacinas. Inglaterra, Suécia, Austrália e outras nações ricas não obrigam a vacinação das crianças e, mesmo tendo um número significativo de crianças não vacinadas, não experimentam explosões de doenças infantis.

Diferente do Brasil, nos EUA e outros países há uma variedade de livros e DVDs expondo as vantagens e desvantagens das vacinas. Portanto, ao pesquisar sobre o assunto, precisei recorrer a especialistas no exterior. Foi assim que em 2006 fiz contato com David Kirby, que há mais de oito anos escreve artigos sobre ciência e saúde para o famoso jornal The New York Times. Ninguém pode acusá-lo de conservador, pois o The New York Times é tudo, menos conservador. Ele teve a gentileza de me enviar um exemplar de seu excelente livro Evidence of Harm (Evidência de Danos), onde quase 500 páginas trazem um relato emocionante, num estilo jornalístico cativante, do real quadro por trás das vacinações e do autismo.

O livro, que se tornou campeão de vendagem nos EUA, mostra um conflito onde de um lado estão as poderosas empresas farmacêuticas, que lucram de forma fabulosa com as vacinas infantis, e do outro lado está um grupo significativo de pais e mães que viu a transformação negativa de seus filhos após várias vacinações. As famílias que sofrem buscam soluções, porém encontram pouca simpatia genuína dos meios científicos e governamentais para sua situação de desespero. As empresas farmacêuticas juram que suas vacinas não condenaram crianças ao autismo, mas cada vez que surgem pesquisas relatando uma possível ligação entre autismo e vacinação, aparecem estudos refutadores direta ou indiretamente patrocinados pela indústria da vacina.

David Kirby também revela que por trás da defesa da vacinação compulsória não estão pais e mães preocupados com o bem-estar de seus filhos. Estão, na verdade, as próprias empresas farmacêuticas, que mantêm equipes de lobistas para pressionar o Congresso americano e políticos, despejando milhões para convencer a todos de que a vacinação é fundamental para a sobrevivência humana. Milhões de dólares também são investidos em campanhas eleitorais, até mesmo para a presidência dos EUA, a fim de que sejam eleitos políticos que vão beneficiar os interesses dos fabricantes de vacinas. Assim, políticos e governos inteiros são comprados não só para manter as vacinas existentes, mas também para ampliar o número de vacinações. Tal ampliação alarga o sorriso e o bolso dos empresários das vacinas.

Nessa guerra envolvendo bilhões de dólares, torna-se perfeitamente natural então que a cada descoberta científica de um problema importante com as vacinas, logo em seguida sejam publicados estudos contrários. É automático. Basta que um cientista questione as vacinas infantis para que repentinamente uma pesquisa entre na manchete dos principais meios de comunicação atacando esse questionamento.

É um ciclo interminável de descobertas científicas prós e contras com uma longa sucessão de enigmas turbulentos, onde ora o autismo está ligado às vacinas, ora não. É uma guerra sem fim, onde um pequeno número de cientistas e médicos bem-intencionados sente-se impotente diante do poderio midiático e financeiro de seus opositores das grandes multinacionais das vacinas.

Aliás, Evidence of Harm chega a documentar como indivíduos ligados à Vigilância Sanitária dos EUA, autoridades ligadas ao governo e a própria indústria farmacêutica destruíram registros oficiais que provavam a ligação entre autismo e vacinas.

Um cientista genuíno é motivado pelo interesse de buscar a verdade. Ele não é controlado e dirigido pelo dinheiro dos poderosos. Mas, na questão das vacinas, a maioria dos cientistas é paga para defender uma “verdade” comercial. No duelo entre a verdade genuína e a verdade comprada, vence no mercado quem tem mais dinheiro — e é inegável o fato de que as vacinas são um negócio multimilionário.

O fator financeiro impede que haja um debate científico honesto. Cada vez que um cientista (sem nenhum financiamento estatal ou das gigantes multinacionais farmacêuticas) ousa apresentar um estudo que coloca em mínima dúvida a eficácia das vacinas, os fabricantes mobilizam imediatamente batalhões inteiros de cientistas com estudos promovendo a verdade comprada de que as vacinas só fazem bem.

Além disso, basta que surjam apenas dois ou três casos de paralisia infantil para que os empresários das vacinas iniciem campanhas de pressão sobre os políticos e legisladores com o propósito de garantir mais vacinações compulsórias. Enquanto isso, de cada 150 crianças, uma sofre de autismo. É uma estatística impressionante. Só no ano de 2003-2004, a Vigilância Sanitária dos EUA registrou 300.000 crianças em idade escolar sofrendo de autismo, e o número não pára de crescer a cada ano. Assim, 3 ou 4 casos de paralisia são pretexto suficiente para os fabricantes de vacinas, junto com seus cientistas e políticos comprados, exigirem vacinações em massa e compulsórias, mas 300.000 casos de autismo não servem absolutamente para nada para famílias prejudicadas que não têm vastos recursos para despejar nos políticos e na mídia e provocar mobilizações.

Esse exemplo mostra como a ciência é muitas vezes arrastada por motivações muito maiores do que o bom-senso e a saúde da população. Esse desequilíbrio de forças garante que os mais fortes consigam sempre manter protegidos seus negócios lucrativos.

Provavelmente, só uma ideologia muito radical poderia ter condições de enfrentar o poder do dinheiro. Se os pais e mães que defendem a proteção de seus filhos contra as vacinas fossem fanáticos ambientalistas ou esquerdistas, suas idéias e posições filosóficas seriam respeitadas por mais absurdas que fossem.

No atual clima em que os fatores financeiros e políticos pesam muito mais do que o bem-estar e as liberdades pessoais, é quase impossível uma conclusão verdadeiramente científica ter vez e destaque na mídia e nas leis. É por causa desses impasses que vários países preferem deixar nas mãos dos pais o direito de decidir a saúde — inclusive a vacinação — de seus filhos. O Brasil, porém, escolheu o pior caminho, removendo das famílias todo direito de se informar e decidir antes de vacinar seus filhos e obrigando a vacinação sem nenhum direito de isenção religiosa, filosófica ou médica.

Entretanto, enquanto os cientistas travam intensas batalhas que envolvem milhões de vidas e dólares, e certezas compradas dominam o debate científico, impondo dúvidas nas posições éticas de uma minoria de médicos e cientistas que se preocupa muito mais com a saúde das crianças do que com os lucros das vacinas infantis, a verdade aparece com a ajuda da própria realidade.

Em matéria intitulada “The Age of Autism: ‘A pretty big secret’” (A Era do Austimo: ‘Um segredo bem grande’), Dan Olmsted, editor principal da United Press International (UPI), escreve que crianças não vacinadas não sofrem de autismo.

Nos EUA, os menonitas Amish geralmente não vacinam os filhos. Eles são protestantes bem conservadores que vivem de forma natural, sem dependência da tecnologia moderna. Eles vivem como no passado. O fenômeno do autismo é inexistente entre eles.

A inexistência de autismo também foi observada entre famílias que optam por meios naturais de lidar com decisões de saúde. A organização Homefirst, que presta assistência médica natural, realiza partos nos próprios lares, onde o nascimento do bebê é acompanhado em casa como um evento natural, longe do hospital, mas junto com a família. Durante os anos, médicos naturalistas de Homefirst fizeram o parto de mais de 15 mil bebês em casa, e milhares deles jamais foram vacinados. Em inglês, Homefirst significa “o lar em primeiro lugar”.

Os principais clientes de Homefirst são cristãos conservadores que dão a seus filhos educação escolar em casa. Eles tendem a ter elevada formação acadêmica, seguem dietas mais saudáveis e amamentam seus filhos muito mais do que a norma — metade das mães de Homefirst amamenta até dois anos. Além disso, Homefirst se apóia menos em drogas de receitas, inclusive antibióticos, e como princípio vital de tratamento, as crianças atendidas pelos médicos de Homefirst são menos expostas a outros medicamentos, não somente vacinas.

O índice de asma entre as crianças pacientes de Homefirst é tão baixo que ganhou a atenção de Blue Cross, um grupo médico ao qual Homefirst é afiliado.

“O índice de asma entre as crianças atendidas por Blue Cross é aproximadamente 10 por cento”, disse o Dr. Mayer Eisenstein, diretor de Homefirst. “No começo, pensei que era porque as crianças de Homefirst eram amamentadas no peito, mas até mesmo entre bebês assim amamentados havia asma. Contudo, não víamos nenhum caso de asma entre bebês que mamavam no peito e que jamais haviam sido vacinados”. Em seus 33 anos de serviços médicos, o Dr. Eisenstein já atendeu mais de 75 mil pais, avós e filhos. Ele é autor dos livros “Dê a luz em casa com a vantagem do nascimento doméstico”, “Medicina segura” e “Não vacine antes de se informar”.

Vários estudos apontam que as vacinações trazem um risco de asma. Estudos que incluem crianças que nunca foram vacinadas geralmente constatam pouca ou nenhuma asma.

Entretanto, a preocupação maior não é a asma. Há problemas e conseqüências muito mais graves, inclusive autismo. No começo de 2008, o Dr. Jeff Bradstreet, pediatra da Flórida, disse que não havia virtualmente nenhum autismo entre famílias que educam em casa e não vacinam os filhos por motivos religiosos. “Praticamente não existe”, disse Bradstreet, que trata crianças com autismo nos EUA. “É um acontecimento extremamente raro”.

As autoridades federais de saúde nos EUA e as principais organizações médicas enfaticamente negam qualquer ligação entre autismo e vacinas, mas os questionamentos estão aumentando, apesar do poderio dos fabricantes de vacinas. John McCain, o candidato republicano à presidência dos EUA, comentou em fevereiro de 2008: “É inquestionável que o autismo está aumentando entre as crianças. A pergunta é: o que está causando isso? Há forte evidência indicando que tem a ver com um conservante nas vacinas”.

Há a suspeita de que um conservante nas vacinas — o mercúrio — provoca o autismo. Mas com ou sem conservantes perigosos, o fato é que crianças que nunca foram vacinadas não têm autismo.

Enquanto os embates prosseguem, as famílias menonitas Amish e as famílias evangélicas que educam em casa e não vacinam não precisam se preocupar. Seus filhos não têm praticamente chance alguma de sofrer de autismo e outras complicações e conseqüências que ocorrem às crianças vacinadas.

Fonte: www.juliosevero.com

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