20 março, 2009

Família: beneficiária, refém ou vítima de políticas públicas?

Família: beneficiária, refém ou vítima de políticas públicas?

Julio Severo

A visão que se tem no Brasil hoje acerca do papel do Estado é que sua existência é útil para a sobrevivência da família e que também a família tem necessidade fundamental do Estado. É por isso que existe uma variedade inumerável de leis sobre a família.

Algumas dessas leis realmente beneficiam a família brasileira, mas outras mais ameaçam do que ajudam. E o número de leis que representam perigo está aumentando. Algumas dessas ameaças legais são:

Demolição da definição dos papéis sexuais normais. Estão surgindo tentativas legais de mutilar, adulterar e perverter as diferenças fundamentais onde homem e mulher são iguais em valor, mas exercem funções importantes e distintas, principalmente em seus papéis de complementação dentro do casamento.

Permissões legais para que dois homossexuais obtenham o reconhecimento de sua vida homossexual em comum como “casamento”. Reconhecer a união sexual pervertida de dois homens como casamento é desfigurar a família natural e corromper o papel do Estado como protetor da família.

Permissões legais para que dois homossexuais adotem crianças. Casais estéreis ou não em busca de adoção são a única solução para resolver o problema de crianças sem pais. Entregá-las a dois homens que vivem no homossexualismo é violentar o futuro delas e usurpar da família natural seu direito exclusivo de ter e criar filhos.

Permissões legais para abortar bebês em gestação. Toda iniciativa de aborto é uma ataque contra a família, pois família é lugar de acolhimento, não destruição. Família é lugar onde a vida nasce, não onde se destrói a vida. Políticas de aborto atendem a interesses estatais desumanos, porém interesses legítimos da família tornariam irrelevantes todos os argumentos a favor da destruição de bebês em gestação.

Educação sexual pornográfica. O direito de determinar a educação moral das crianças é exclusivamente dos pais, não do Estado. O papel do Estado é apenas respeitar a decisão dos pais e protegê-los nessa decisão. Ninguém — nem mesmo o Estado —protege melhor as crianças do que a família.

Disciplina física. Há um esforço estatal de se igualar a disciplina física com violência contra as crianças. Esse esforço é deliberado e visa erradicar da sociedade a tradição da surra — nos momentos necessários — como instrumento de correção. Um pai ou mãe que faz uso da vara corretiva para lidar com o mau comportamento de um filho se arrisca a ser denunciado a um Conselho Tutelar, onde ele ou ela será tratado como criminoso. Muitas vezes, os Conselhos Tutelares funcionam como a Vara Estatal contra os pais e sua autoridade. Enquanto isso, estupradores e assassinos menores de idade cometem crimes impunemente, debaixo de proteção estatal.

Educação escolar. Os pais têm o direito exclusivo de escolher o melhor meio de educar seus filhos. Os pais podem, se assim quiserem, optar por uma escola particular ou pública para seus filhos. Ou então podem, de acordo com suas capacidades e valores particulares, adotar a educação escolar em casa. No entanto, por intervencionismo socialista, famílias evangélicas do Brasil que decidiram dar a seus filhos aulas em casa são perseguidas como criminosas, sendo ameaçadas pelo Estado com perda da guarda dos filhos e até prisão. É a Vara Estatal em ação.

Divórcio. Leis e políticas socialistas no Brasil estão fomentando uma facilitação cada vez maior do divórcio, transformando o casamento em mero produto descartável e abalando completamente o papel da família como alicerce da sociedade — e quem está usurpando cada vez mais esse papel é o Big Brother estatal. Já ouviu falar do ditado “dividir para reinar”? O pensamento do Estado é sem dúvida: “Divorciem à vontade para eu reinar à vontade”.

Como foi que a família brasileira chegou a esse ponto de ameaça, onde em vez de cumprir seu papel como protetor das famílias, o Estado institui e fortalece leis e políticas que colocam em perigo a estrutura familiar? Como foi que a família brasileira chegou ao ponto em que sua liberdade de tomar decisões é limitada pelo poderio legal estatal? Como foi que se perdeu o reconhecimento da família natural e sua primazia na manutenção da sociedade?

As aparências da moda, com toda a sua superficialidade e inutilidade social, vêm ganhando espaço e reconhecimento por causa da força das leis. Por exemplo, quando um indivíduo reivindica um direito artificial de casar com outro indivíduo do mesmo sexo, ele quer que sua união sexual seja igualada, respeitada e legalmente beneficiada como se tivesse tanto valor quanto um homem e uma mulher que vivem em compromisso e fidelidade conjugal tendo, criando e educando filhos. Tal reconhecimento por parte das autoridades implica em dividir os escassos recursos sociais, que deveriam ser exclusivamente destinados às necessidades legítimas das famílias, para investimentos e gastos em dispendiosos, bizarros e pervertidos experimentos sexuais.

Um interesse legítimo pelo bem-estar das famílias se refletiria em concretas atitudes estatais apoiando a unidade familiar. Por exemplo, quando esposas decidem permanecer trabalhando em seus lares para cuidar do desenvolvimento de suas crianças pequenas, o Estado tem a obrigação de reduzir a sobrecarga de impostos sobre o marido, a fim de que ele tenha condições de sustentar sua esposa no importante trabalho de educação dos filhos. Assim é a família natural. Se o Estado não conseguir protegê-las e aliviá-las de cargas — até mesmo de cargas que ele próprio cria com impostos exagerados —, como as famílias e conseqüentemente a sociedade se desenvolverão de forma saudável?

O Brasil tem uma das maiores cargas de impostos do mundo, tornando os brasileiros escravos que trabalham para sustentar um Estado exigente, negligente e rabugento. Maridos sobrecarregados de impostos não conseguem manter adequadamente suas famílias. Daí, suas esposas precisam trabalhar fora para ajudar os maridos. Daí, eles precisam enviar os filhos pequenos para as creches…

O mais trágico é que essas creches são sustentadas pelo Estado com o dinheiro do próprio cidadão-trabalhador-escravo. Um Estado justo daria para as famílias a escolha de mandar os filhos para a creche ou usar esses mesmos recursos de impostos para ajudar as esposas a criar os filhos em casa. Afinal, quem paga as creches são exatamente as famílias trabalhadoras.

Contudo, o Estado não dá liberdade nem escolha. Tal falta de opção envia a mensagem clara de que o melhor lugar para criar criança não é no lar, junto com mamãe e papai, mas em frias instituições estatais. Sem dúvida, há interesses tenebrosos por trás da cortina.

A pergunta fundamental é: quem faz as leis que estão inchando o Estado brasileiro de prerrogativas e esvaziando e limitando os direitos legítimos das famílias? Os políticos. Quem os elege? As próprias famílias.

Um político não fala por si. Ele chega ao poder representando os eleitores que o escolheram — inclusive milhares ou até milhões de famílias. Se os eleitores não o escolherem, ele não se elege. Todas as leis que ameaçam e violentam a liberdade e os direitos das famílias foram criadas por políticos eleitos por uma vasta população a favor dos direitos da família.

No Rio de Janeiro uma conhecida militante feminista do Partido Comunista do Brasil fez campanha para se tornar senadora em 2006. Ela sempre venceu em suas campanhas políticas passadas, porque é fácil iludir os eleitores em época de eleição. Quando vencia e chegava ao Congresso como deputada federal, ela trabalhava em favor do aborto e outras políticas anti-família, mas em épocas de eleição sua campanha evitava falar de aborto, por motivos óbvios. São políticos como ela que forçam sobre o Brasil leis que adoecem a nação e prejudicam as famílias.

No entanto, a sua ambição de se tornar senadora desabou, porque grupos católicos pró-família distribuíram folhetos apenas mostrando ao público a militância pró-aborto da candidata comunista. Resultado: os eleitores, que não aceitam o aborto e outras maldades, a rejeitaram, e ela perdeu a eleição.

Se ela não fosse desmascarada, o Congresso Nacional teria hoje mais uma senadora para jogar leis ímpias sobre o país. Mas muitos outros deputados e senadores nunca foram desmascarados por suas convicções pró-aborto, pró-homossexualismo e anti-família. Se fossem, sua derrota seria inevitável e necessária, para o bem-estar das famílias do Brasil.

Isso significa que em cada eleição precisamos aguardar que os maus políticos sejam desmascarados a fim de que más leis não sejam estabelecidas? Não. A maioria dos moralmente corruptos jamais é exposta.

O que então as famílias podem fazer?

Conhecer bem o histórico dos candidatos que ambicionam seu voto e conhecer o que durante longo tempo eles andaram fazendo e pregando. Se eles passaram anos defendendo o aborto, é improvável que tenham uma conversão pró-vida na hora da eleição.

Um candidato verdadeiramente pró-família tem posições claras na questão de:

Células-tronco embrionárias. Todo embrião faz parte da família humana. Ele é vida e merece respeito.

Aborto. Destruir um bebê na barriga da mãe é simplesmente assassinato. A defesa da vida deve ser compromisso inegociável de um político.

Homossexualismo. Esse comportamento é uma séria ameaça social e só é possível apoiá-lo à custa do bem-estar das famílias e da sociedade. Um candidato pró-homossexualismo é indigno de ocupar qualquer cargo.

Educação escolar: A formação educacional das crianças não deve ser monopólio estatal. Tanto o nazismo quanto o comunismo, com seu controle total sobre a educação escolar das crianças, fornecem exemplos suficientes das conseqüencias da invasão e controle do Estado sobre a área da educação. O Estado tem a obrigação de respeitar as decisões dos pais com relação à educação escolar de seus filhos.

Educação sexual. Todo tipo de educação envolvendo moralidade ou interferindo nos valores morais da família (sob a capa de conceitos científicos) deve ser totalmente submetido à aprovação dos pais.

Disciplina física. É direito dos pais cristãos (e não cristãos), não do Estado, estabelecer limites no mau comportamento dos filhos e reforçar esses limites com o uso da vara corretiva.

Se você tem dúvidas acerca dos posicionamentos éticos de um candidato, incentive sua família a anular o voto. É melhor não arriscar do que escolher um homem anti-família para representar você na política.

Muitas leis e políticas públicas hoje fazem das famílias reféns e vítimas dos caprichos ideológicos impostos por um Estado controlado por políticos inescrupulosos eleitos pelos brasileiros. Leis que beneficiam as famílias só podem ser elaboradas por homens bons. Por isso, é fundamental ter certeza de que o candidato escolhido pelo eleitor tenha as qualidades de um defensor da vida e da família. Na dúvida, é melhor anular o voto.

Não havendo nenhuma alternativa política — como normalmente é o caso no Brasil —, você mesmo pode entrar na luta e se candidatar. Se o propósito é defender a família, vale a pena entrar na política.

Julio Severo é escritor evangélico, responsável pelo Blog Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: Revista Casal Feliz


12 março, 2009

Pesquisa contesta críticos da disciplina física de crianças

Pesquisa contesta críticos da disciplina física de crianças

Dr. Den Trumbull e Dr. S. DuBose Ravenel

Durante os anos, vem crescendo de modo significativo a oposição das elites ao direito de os pais disciplinarem fisicamente seus filhos. Não há dúvida de que boa parte dessa oposição está brotando de uma preocupação sincera pelo bem-estar das crianças. O abuso de crianças é uma realidade, e casos de abuso infantil são horríveis. Mas embora a disciplina física eficaz e amorosa não seja absolutamente crueldade e abuso, não é também fraca e ineficaz. Aliás, surras disciplinares podem se enquadrar bem nos limites da disciplina amorosa e não precisam ser rotuladas de violência e abuso.

Os críticos alegam que surrar uma criança é abuso e contribui para disfunções na vida adulta. Essas alegações surgem a partir de estudos que não conseguem distinguir entre disciplina adequada e outras formas de castigo. Formas abusivas de punição física como chutar, dar soco e espancar são comumente agrupadas junto com surras leves. Além do mais, os estudos geralmente incluem, e até enfatizam, o castigo físico de adolescentes, em vez de focarem em crianças em idade pré-escolar, onde surras são mais eficazes. Essa obliteração das distinções entre surra e abuso físico, e entre crianças de diferentes idades, dá aos críticos a ilusão de que eles têm dados suficientes para condenar todas as surras disciplinares.

Há vários argumentos comumente apontados contra a surra disciplinar. É interessante que dá para usar a maioria desses argumentos contra outras formas de disciplina. Qualquer forma de disciplina (suspensão de brincadeiras, restrições, etc.), quando usada de forma inapropriada e irada, pode resultar na distorção da percepção da criança acerca da justiça e prejudicar seu desenvolvimento emocional. À luz disso, vamos examinar alguns dos argumentos infundados promovidos pelo que se opõem às surras disciplinares.

Argumento 1: Muitos estudos psicológicos mostram que surrar é uma forma imprópria de disciplina.

Resposta: Os pesquisadores John Lyons, Rachel Anderson e David Larson do Instituto Nacional de Pesquisa de Saúde conduziram uma análise sistemática da literatura de pesquisa acerca do castigo físico.[1] Eles constataram que 83 por cento dos 132 artigos identificados publicados em revistas clínicas e psicossociais eram meramente editoriais, críticas ou comentários movidos por opiniões pessoais, desprovidos de novas descobertas empíricas. Além disso, a maioria dos estudos empíricos tinha falhas de metodologia ao agrupar o impacto do abuso com surras disciplinares. Os melhores estudos demonstraram efeitos benéficos, não prejudiciais, das surras em determinadas situações. Claramente, há evidência insuficiente para condenar surras disciplinares aplicadas pelos pais. Contudo, há evidências suficientes para justificar o uso adequado da surra disciplinar.

Argumento 2: O castigo físico estabelece uma moralidade de justificar o ato de bater em outras pessoas que fazem algo que é considerado errado.

Resposta: A idéia de que “surrar ensina a bater” ganhou popularidade durante a década passada, mas as evidências objetivas não apóiam essa idéia. Deve-se fazer distinção entre espancamento abusivo e surra não abusiva. A capacidade de a criança discernir espancamento de surra disciplinar depende em grande parte da atitude dos pais para com a surra e com o procedimento de surra dos pais. Não há evidência na literatura médica de que uma surra leve nas nádegas de uma criança desobediente aplicada por um pai ou mãe amorosa ensina conduta agressiva à criança.

A questão crítica não é se devemos ou não usar a surra disciplinar (ou, aliás, qualquer castigo), mas de que maneira usá-la. Abuso físico praticado por pais irados e descontrolados deixará feridas emocionais permanentes e cultivará amargura e ressentimento dentro de uma criança. O uso equilibrado e prudente de surras disciplinares, porém, é um método eficaz para desestimular condutas agressivas de algumas crianças.

Um estudo longitudinal de seis anos de uma população racialmente mista de 1.112 crianças entre 4 e 11 anos nos Archives of Pediatric and Adolescent Medicine [Arquivos de Medicina Pediátrica e Adolescente] concluiu: “Uma análise de regressão dentro de subgrupos não rendeu nenhuma evidência de que a surra disciplinar promove agressão em crianças antes da idade de 6, apoiando afirmações de maior agressividade em apenas 1 subgrupo: meninos brancos de 8 a 11 anos em lares de mães solteiras”. Para esse subgrupo de risco mais elevado, especulou-se que a surra disciplinar pode servir como “um substituto para problemas familiares tais como perda da autoridade paterna, péssima administração, estresse ou falta de apoio”. Nesses casos, os autores do estudo indicam que “para famílias que estão experimentando graves problemas na administração da família, surrar não é uma solução viável para esses problemas e pode agravá-los”. Mais uma vez, o ambiente familiar tem um efeito profundo no resultado da medida disciplinar. [2] O que é surpreendente é que a agressividade infantil está mais ligada intimamente à permissividade das mães e críticas negativas do que disciplina física abusiva.[3]

É irreal achar que quando os pais excluem apenas as surras de suas opções de disciplina, as crianças jamais baterão nos outros. A maioria das crianças de um a três anos (muito antes de receberem suas primeiras surras) tentam naturalmente bater nos outros quando surge um conflito ou frustração. A continuação dessa conduta é em grande parte determinada pela reação dos pais ou babás. Quando há disciplina correta, a agressividade se tornará menos frequente. Quando ignorada ou disciplinada de forma ineficaz, a agressividade provavelmente persistirá e até se expandirá. Assim, em vez de contribuir para violência maior, a surra disciplinar pode ser um componente útil num plano abrangente para ensinar eficazmente a criança a parar de bater nos outros.

Argumento 3: Já que os pais muitas vezes deixam de bater até a ira ou frustração alcançar certo ponto, a criança aprende que a ira e a frustração justificam o uso da força física.

Resposta: Um estudo publicado na revista Pediatrics indica que a maioria dos pais que surram não surra por impulso, mas surra seus filhos com um propósito, crendo em sua eficácia. [4] Além disso, o estudo não revelou nenhuma correlação significativa entre a frequência das surras e a ira relatada pelas mães. De fato, as mães que relataram estar iradas não eram as mesmas mães que deram a surra. Bater por reação e impulso depois de perder o controle devido à ira é inquestionavelmente o modo errado de os pais usarem disciplina física. Contudo, eliminar todo castigo físico no lar não remediaria tais cenários explosivos. Poderia aumentá-los.

Quando surras eficazes são removidas do repertório disciplinar dos pais, eles acabam passando sermão incessantemente, implorando, desdenhando e gritando, pois as principais medidas disciplinares — tais como suspensão de brincadeiras e conseqüências lógicas — fracassaram. Em contraste, se uma surra disciplinar adequada é preventivamente usada em conjunção com outras medidas disciplinares, pode-se alcançar melhor controle de uma criança particularmente desobediente, e haverá menos probabilidade de ocorrerem momentos de exaspero.

Argumento 4: O castigo físico é prejudicial às crianças.

Resposta: Qualquer medida disciplinar—física, verbal ou emocional — levada a um extremo pode prejudicar uma criança. Repreensões e broncas excessivas de uma criança por parte dos pais provocam danos emocionais. O uso excessivo de isolamento (suspensão de brincadeiras) por períodos irracionais de tempo pode humilhar uma criança e arruinar a eficácia da medida. Obviamente, castigos físicos excessivos e indiscriminados são prejudiciais e abusivos. Contudo, uma surra administrada de forma adequada numa criança desobediente que já foi avisada de antemão não é prejudicial quando administrada de uma forma controlada e amorosa.

Sem o uso prudente da surra para uma criança particularmente desobediente, os pais correm o risco de serem incoerentes e desculparem a conduta da criança. Essa maneira incoerente de desempenhar o papel de pais confunde e prejudica as crianças e danifica o relacionamento entre pais e filhos. Não há evidência de que uma surra disciplinar adequada seja prejudicial à criança.

Argumento 5: O castigo físico deixa a criança revoltada contra os pais.

Resposta: Todas as formas de castigo inicialmente produzem uma reação frustrada e irada da criança. O avanço dessa ira depende principalmente da atitude dos pais durante e depois do momento da disciplina, e o modo de sua aplicação. Qualquer forma de castigo administrado iradamente com o propósito de retribuição, em vez de uma aplicação calma com o propósito de corrigir, pode criar ira e ressentimento numa criança. Aliás, uma surra pode quebrar a ira crescente de uma criança rebelde e mais rapidamente restaurar o relacionamento entre pais e filhos.

Argumento 6: A surra disciplinar ensina a criança “a lei da força”, que o poder e a força são os mais importantes e que os fortes podem forçar sua vontade sobre os fracos.

Resposta: A autoridade dos pais é comumente exercida na educação rotineira da criança e a surra disciplinar é apenas um exemplo. Outras situações em que poder e controle são exercidos pela maioria dos pais incluem:

A criança nova que insiste em correr de seus pais num shopping lotado ou num estacionamento.

A criança nova que recusa ficar sentada no assento de bebê do carro.

O jovem paciente que recusa ficar quieto durante o cuidado de um machucado.

Poder e controle sobre uma criança são necessários em determinadas ocasiões a fim de garantir segurança, saúde e conduta adequada. Estudos acerca de criação clássica de crianças mostram que para que se consiga uma ótima criação de filhos é necessário algum poder, insistência[5] e firme controle[6]. Quando se exerce o poder no contexto do amor e para o benefício da criança, a criança não o verá como intimidação ou humilhação.

Argumento 7: Surra é violência.

Resposta: A surra disciplinar, conforme recomendada pela maioria dos médicos[7], não é violência por definição (“o uso de força física a fim de ferir ou abusar”).[8] Os pais que surram de forma adequada não ferem ou abusam de seus filhos. O uso do termo “violência” no debate sobre surra só serve para aprofundar a confusão. Por que os escritores anti-surras frequentemente deixam de distinguir entre violência abusiva e surra leve? A distinção é tão fundamental e óbvia que sua omissão indica que esses autores usam tal terminologia por seu valor de propaganda, não para esclarecer as questões.

Argumento 8: A surra disciplinar é uma solução ineficiente para os comportamentos errados.

Resposta: Embora o uso específico de surra disciplinar adequada seja raramente estudado, há evidências de sua eficácia a curto e longo prazo. Quando combinado com raciocínio, o uso de consequências negativas (inclusive surras) diminui eficazmente a frequência da repetição de comportamentos errados em crianças em idade pré-escolar.[9] Em testes clínicos de campo em que se estudou surra disciplinar usada pelos pais, constatou-se que reduz a freqüência subseqüente de desobediência com suspensão de brincadeiras.[10] A surra, como reforço eficaz da suspensão de brincadeiras, é um componente de vários programas bem pesquisados de treinamento de pais[11] e textos populares de criação de filhos.[12]

A Dra. Diana Baumrind do Instituto de Desenvolvimento Humano da Universidade de California-Berkeley, conduziu um estudo de uma década de famílias com crianças de 3 a 9 anos de idade.[13] Baumrind constatou que os pais que empregavam um estilo equilibrado de firme controle (inclusive surras) e incentivos positivos foram os que mais experimentaram resultados favoráveis em seus filhos. Os pais que adotavam abordagens extremas de disciplina (tipos autoritários usando castigos excessivos com menos incentivo ou tipos permissivos usando poucos castigos e nenhuma surra) alcançaram menos êxito.

Baumrind concluiu que a evidência desse estudo “não indicou que reforços negativos ou castigo físico eram procedimentos em si prejudiciais ou ineficazes, mas em vez disso que os modelos totais de controle dos pais determinavam os efeitos desses procedimentos na criança.

Essa abordagem de criação equilibrada de filhos, empregando uso ocasional de surras, é defendida por vários especialistas em criação de filhos.[14] Nas mãos de pais amorosos, uma surra no traseiro de uma criança que teima em não obedecer em ambientes apropriados é um motivador poderoso para corrigir condutas e uma meio eficiente para desestimular a desobediência.

Argumento 9: Adultos que foram surrados quando crianças correm risco de usar a violência como meio de resolver conflitos como adultos.

Resposta: Essa teoria tem origem na obra de Murray Straus do Laboratório de Pesquisa de Família na Universidade de New Hampshire. As conclusões de Straus são baseadas em modelos teóricos e em resultados de pesquisas de adultos relembrando surras na adolescência. A obra dele não é pesquisa clínica, e muitos especialistas crêem que suas conclusões vão muito além de seus dados. Como ocorre com todas as pesquisas de Straus, o foco é surras na adolescência, não o uso seletivo de surras disciplinares em crianças novas aplicadas por pais ajuizados. A evidência para suas conclusões desaparece quando são medidas surras entre as idades de 2 e 8 anos, e quando se mede a agressão na infância mais tarde.

Numa avaliação de castigos físicos, o Dr. Robert E. Larzelere, psicólogo de pesquisas na Universidade Estadual de Oklahoma, apresenta evidência que apóia o uso seletivo por parte dos pais da surra corretiva, principalmente para crianças de 2 a 6 de idade.[15] Depois de analisar detalhadamente a literatura, Larzelere conclui que qualquer associação entre surra e agressividade anti-social em crianças é insignificante.

Depois de uma década de estudo longitudinal de crianças começando na terceira série, o Dr. Leonard Eron não constatou nenhuma associação entre castigo (inclusive surra) e agressão posterior. Eron, psicólogo de pesquisas clínicas, concluiu: “Dez anos depois da coleta original de dados, constatamos que castigos aplicados a atos agressivos em crianças novas não mais estavam relacionados a agressões no presente, e em vez disso, outras variáveis como cuidados paternais e a identificação das crianças com seus pais eram mais importantes na predição de agressões posteriores”.[16] De novo, é o modelo total de criação de filhos praticada por pais que determina o resultado dos esforços deles.

Argumento 10: A surra corretiva leva os pais a formas prejudiciais de castigo físico que levam ao abuso físico de crianças.

Resposta: O potencial abuso quando pais amorosos usam surras disciplinares adequadas é muito baixo. Já que os pais têm uma afeição natural por seus filhos, eles são mais propensos a utilizar menos, do que utilizar mais, surras. Tanto dados empíricos quanto opiniões profissionais se opõem ao conceito de um relacionamento causal entre surras e abuso infantil.

Pesquisas indicam que 70 a 90 por cento dos pais de crianças em idade pré-escolar usam surras,[17] mas a incidência do abuso físico contra crianças nos EUA é menos do que 5 por cento. Estatisticamente, as duas práticas são bem distantes. Além disso, durante a década passada registros de abuso de crianças estão aumento ao mesmo tempo em que a aplicação de surras corretivas está diminuindo.[18]

Mais de 70 por cento dos pediatras rejeitam a idéia de que surras corretivas predispõem os pais a se engajar em formas de abuso físico.[19] Ensinar os pais acerca de surras apropriadas pode realmente reduzir os abusos infantis, de acordo com Larzelere, em seu artigo que analisa castigos físicos.[20] Os pais são mal equipados para controlar a conduta de seus filhos, e os pais que adotam uma abordagem mais permissiva (se recusando a usar surras corretivas) podem ser mais propensos à ira [21] e ataques explosivos sobre seus filhos.[22]

O abuso contra filhos cometido pelos próprios pais é um processo interativo envolvendo a competência dos pais, o temperamento de pais e filhos e as exigências da situação.[23] Pais abusivos são mais irados, deprimidos e impulsivos, e enfatizam castigos como o meio predominante de disciplina. Crianças abusadas são mais agressivas e menos submissas do que crianças de famílias não abusadoras. Há menos interação entre membros da família em famílias abusivas e mães abusivas demonstram condutas mais negativas do que positivas. A etiologia da criação abusiva de filhos é multifatorial com ênfase nas personalidades envolvidas, não dando para explicá-la simplesmente pelo uso de surras por parte dos pais.

Finalmente, o experimento sueco de reduzir abusos contra crianças proibindo surras parece estar falhando. Em 1980, um ano depois que essa proibição foi adotada, o índice de crianças com marcas pelo corpo era o dobro do índice nos Estados Unidos.[24] De acordo com um relatório da organização governamental Estatísticas Suécia, ocorrências policiais de abuso de crianças por parte de membros da família aumentaram quatro vezes mais de 1984 a 1994, enquanto ocorrências de violência praticada por adolescentes aumentaram praticamente seis vezes mais.[25]

A maioria dos especialistas concorda que surras corretivas e abuso de crianças não são uma sequência contínua, mas são coisas bem diferentes. Quando o assunto é criação de filhos, o que determina o resultado da iniciativa corretiva não é a medida usada, mas quem a usa e como ele a usa. É claro que surras disciplinares podem ser usadas com segurança na disciplina de crianças novas com um resultado excelente. O uso apropriado de surras pode realmente reduzir o risco de os pais abusarem dos filhos.

Argumento 11: Surras corretivas jamais são necessárias.

Resposta: Todas as crianças precisam de uma combinação de encorajamento e correção à medida que elas são disciplinadas, para se tornarem indivíduos socialmente responsáveis. A fim de que a correção detenha a conduta desobediente, a conseqüência imposta sobre a criança tem de prevalecer sobre o prazer do ato desobediente. Para crianças muito submissas, formas mais leves de correção serão suficientes e surras corretivas jamais serão necessárias. Para crianças mais obstinadas que se recusam a obedecer ou que não são persuadidas por conseqüências mais leves tais como suspensão do tempo de brincadeiras, a surra corretiva é útil, eficaz e adequada.

Conclusão

O assunto da surra disciplinar tem de ser avaliado a partir de uma perspectiva fatual e filosófica. É preciso fazer uma distinção entre formas abusivas e prejudiciais de castigo físico. Surras disciplinares adequadas podem desempenhar um papel importante para um excelente desenvolvimento da criança, e de acordo com estudos é parte do estilo de criação de filhos que está associado aos melhores resultados. Não há evidência de que surras disciplinares leves por parte de pais amorosos sejam prejudiciais. Aliás, surras corretivas têm o apoio da história, pesquisas e a maioria dos médicos que lidam diretamente com crianças.

***

O Dr. Den A. Trumbull é um pediatra particular credenciado em Montgomery, Alabama. O Dr. Trumbull é vice-presidente do Conselho Federal de Pediatria (American College of Pediatricians) dos Estados Unidos. O Dr. S. DuBose Ravenel é um pediatra particular credenciado em High Point, Carolina do Norte, EUA. Ele trabalhou durante 11 anos na faculdade de pediatria da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte antes de abrir um consultório particular.

Notas finais

[1] Lyons, Dr. John S., Anderson, Rachel L., and Larson, Dr. David B., "The Use and Effects of Physical Punishment in the Home: A Systematic Review." Presentation to the Section on Bio-Ethics of the American Academy of Pediatrics at annual meeting, Nov. 2, 1993.
[2] Gunnoe, M. L. and Mariner C. L., “Toward a developmental-contextual model of the effects of parental spanking on children's aggression,” Archives of Pediatric & Adolescent Medicine 151 (1997): 768-775.
[3] Olweus, Dan, “Familial and Tempermental Determinants of Aggressive Behavior in Adolescent Boys: A Causal Analysis,” Developmental Psychology 16 (1980): 644-660.
[4] Socolar, Rebecca R. S., M.D. and Stein, Ruth E.K., M.D., “Spanking Infants and Toddlers: Maternal Belief and Practice,” Pediatrics 95 (1995): 105-111.
[5] Hoffman, Martin, “Parental Discipline and Child’s Moral Development” Journal of Personal Social Psychology 5 (1967): 45-57.
[6] Baumrind, Diana, Ph.D. “Rearing Competent Children” Damon, W. (Ed.) Child Development Today and Tomorrow (San Francisco: Jossey-Bass, 1989); pp.349-378.
[7] McCormick, Kenelm F., M.D., “Attitudes of Primary Care Physicians toward Corporal Punishment” Journal of the American Medical Association 267 (1992): 3161-3165.
[8] Webste’s Ninth New Collegiate Dictionary (Massachusetts: Merriam-Webster Inc., 1987); p. 1316.
[9] Larzelere, Dr. Robert E. and Merenda, Dr. J.A., “The Effectiveness of Parental Discipline for Toddler Misbehavior at Different Levels of Child Distress” Family Relations 43 (1994): 4.
[10] Roberts, Mark W. and Powers, Scott W. “Adjusting Chair Time-out Enforcement Procedures for Oppositional Children.” Behavioral Therapy 21 (1990): 257-271, and Bean, Arthur W. and Roberts, Mark W., “The Effect of Time-out Release Contingencies on Changes in Child Noncompliance” Journal of Abnormal Child Psychology 9 (1981): 95-105.
[11] Forehand, R. L. and McMahon, R. J. Helping the Noncompliant Child (New York: Guilford Press, 1981); pp. 79-80.
[12] Clark, Lynn C., SOS! Help for Parents (Kentucky: Parents Press, 1985); pp. 181-185.
[13] Baumrind, Dr. Diana, “The Development of Instrumental Competence through Socialization,” Minnesota Symposia on Child Psychology 7 (1973): 3-46.
[14]Austin, Glenn, Love and Power: How to Raise Competent, Confident Children (California: Robert Erdmann Publishing, 1988). Also, Dobson, Dr. James, The Strong-Willed Child (Illinois: Tyndale House Publishers, 1985), and Coopersmith, Stanley, The Antecedents of Self-Esteem, (New York: W.H. Freeman & Co, 1967). Reprinted 1981. California: Consulting Psychologists Press, Inc.
[15] Larzelere, Dr. Robert E., “Should the Use of Corporal Punishment by Parents be Considered Child Abuse?” Mason, M., Gambrill, E. (Eds.) Debating Children's Lives, (California: SAGE Publications, 1994); pp. 204-209.
[16] Eron, Dr. Leonard D., “Theories of Aggression: From Drives to Cognitions.” Huesmann, L. R. (Ed.), Aggressive Behavior, Current Perspectives, (New York: Plenum Press, 1994); pp. 3-11.
[17] Straus, Murray A., “Discipline and Deviance: Physical Punishment of Children and Violence and Other Crime in Adulthood,” Social Problems 38 (1991): 133-152.
[18] National Committee to Prevent Child Abuse. Memorandum. May 1995; 2(5).
[19] White, Kristin, “Where Pediatricians Stand on Spanking,” Pediatric Management (September 1993): 11-15.
[20] Larzelere, Dr. Robert E., op. cit.
[21]Socolar, Rebecca R. S., M.D. and Stein, Ruth E. K., M.D., op. cit.
[22] Baumrind, Dr. Diana, op. cit.
[23] Wolfe, David A, “Child-Abusive Parents: An Empirical Review and Analysis” Psychological Bulletin. 97 (1985)): 462-482.
[24] Larzelere, Dr. Robert E., op. cit.
[25] Statistics Sweden. K R Info, May 1995; pp. 1-6. Stockholm, Sweden.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: Family Research Council

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11 março, 2009

Governo está colaborando para o aumento da pedofilia?

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Casos de pedofilia têm índices mais elevados em estruturas familiares desajustadas, onde um padrasto ou amante da mãe substitui o pai legítimo

Julio Severo

Há casos de pais biológicos que estupram as próprias filhas? Sem dúvida. Mas esses casos raríssimos estão muito longe de ser padrão.

A pedofilia é muito mais comum em lares sem a proteção do pai biológico, que é o maior e mais ferrenho defensor de sua família. Os estupradores de meninas dentro de famílias são geralmente padrastos, homens que não têm nenhuma ligação biológica com as filhas da mulher com a qual estão.

Os exemplos são inúmeros. Quem é que conseguirá tão cedo esquecer a menina de 9 anos que, estuprada pelo padrasto em Pernambuco, ficou grávida de gêmeos? O padrasto, que vivia com a mãe dela, acabou se aproveitando da menina de 9 anos e de sua irmã um pouco mais velha.

Ele é o único padrasto do mundo a ficar interessado nas filhas da mulher? Infelizmente, não.

A partir do momento em que uma criança fica longe de seu pai e mãe biológicos, os riscos aumentam. Podem ocorrer vários tipos de abusos. Há o caso em que um conselho tutelar tirou os filhos de uma família, por uma questão do método de disciplina dos pais, e entregou as crianças para um casal adotivo, que acabou abusando sexualmente delas. Há também os famosos casos de orfanatos estatais, onde crianças eram abusadas aos milhares. E quem não se lembra da menina de quatro anos que o Estado entregou a um “casal” homossexual? A menina encontra-se agora traumatizada por abusos sexuais. Esses são apenas três exemplos onde a participação do Estado em crimes contra as crianças é direta e inegável.

O Estado não consegue proteger tão bem as crianças quanto seus pais legítimos. Se a família não tiver condições de proteger seus próprios filhos, então muito menos o Estado. Por isso, é fundamental que, em vez de tentar substituí-las em suas importantes funções, o Estado fortaleça e proteja as famílias.

A família natural — que é composta por um homem e uma mulher unidos em compromisso conjugal — é o único lugar certo para a criação e proteção de crianças. O divórcio e a promiscuidade sexual destroem a estrutura da família, expondo os adultos a problemas físicos e emocionais e expondo as crianças aos mesmos problemas, com a adição do risco do abuso sexual.

A estrutura da família natural, que precisa ser conservada intacta, é semelhante ao corpo humano. Quando um membro fica doente e é amputado, o corpo nunca mais funcionará de forma saudável e normal. Quando há um divórcio e o pai biológico é substituído por um padrasto ou amante, a família deixa de ser natural e intacta e nunca mais será normal. Pode haver exceções raríssimas, mas os exemplos negativos são abundantes.

É claro que, com relação ao corpo, o governo não cria leis e políticas que facilitam a amputação dos membros do corpo. Pelo contrário, o que existe é uma preocupação para que iniciativas de prevenção médica evitem tanto quanto possível a dolorosa e extrema solução da amputação.

Um governo saudável criaria incentivos para o casamento e penalidades para os que fazem escolhas moralmente nocivas e prejudiciais à ordem familiar. Entretanto, é o próprio governo que vem facilitando os divórcios e tornando o casamento quase que obsoleto.

Com o descaso estatal para com a estrutura familiar e para com o casamento, as pessoas entram hoje em vários relacionamentos sexuais, onde as mulheres têm às vezes um filho de cada amante, e o resultado são justamente os casos de abuso infantil.

A mulher de hoje, que está liberada – pelo Estado – da estrutura familiar tradicional, pode livremente se envolver sexualmente com um homem, ter uma filha com ele e depois se envolver com outros homens. As chances de sua filha não ser abusada num desses relacionamentos não são pequenas. O governo e a mídia chamam tudo isso de “liberação” da mulher.

Em vez de proteger as mulheres e suas filhas desses riscos, aplicando penalidades para a irresponsabilidade sexual de homens e mulheres e criando incentivos para o casamento e família natural, o governo realiza imensas campanhas de contracepção, onde a mensagem clara é: “Não se preocupe com casamento nem com filhos. Faça sexo à vontade!”

Homens, totalmente despreocupados com casamento, fazem sexo com uma multidão de mulheres, sem se importarem com os filhos que são gerados. Sexualmente, eles são os grandes beneficiários das políticas governamentais que promovem a irresponsabilidade sexual. Mulheres fazem sexo à vontade sem se preocuparem com o futuro e a segurança dos filhos que lhes são gerados. É um jogo de poder onde o Estado sai fortalecido, à custa do bem-estar das crianças e suas mães.

Desde que parou de cumprir sua função principal de punir criminosos – os mais de 50 mil brasileiros assassinados por ano são um poderoso atestado da total incompetência do Estado brasileiro – e passou a querer substituir à força o papel do pai na família, o papel de Deus na sociedade e o papel das igrejas nas comunidades, o Estado vem representando ameaça tão grande quanto a ameaça dos próprios criminosos que era sua função castigar.

O Estado, que devia castigar estupradores de crianças com pena capital, dá educação sexual pornográfica nas escolas e a pena capital do aborto para as meninas estupradas. O Estado, que não consegue impor a lei e a ordem diante do elevadíssimo número de assassinos no Brasil, impõe verdadeira ditadura nos relacionamentos da família, facilitando divórcios, adultérios, promiscuidade sexual, nascimentos ilegítimos, etc. O Estado, que se diz tão anti-pedofilia, fomenta e apóia a mídia pornográfica do Brasil.

Tragédias estão no encalço das ações governamentais que interferem na estrutura da família intacta. Uma das tragédias é justamente o aumento da violência doméstica, cujas estatísticas, ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, não envolve exclusivamente os membros da família natural. Quando vêem notícias sobre violência doméstica pela TV, as pessoas imaginam que é assunto ligado diretamente à família natural.

No entanto, a violência doméstica, quando apresentada pelo Estado e por sua mídia comprada, engloba, muito além da família normal, casais amigados, casais divorciados, casais promíscuos, mães solteiras, etc. Se o governo separasse as famílias normais nos resultados finais dessas estatísticas, ficaria muito óbvio que o foco do problema são as “famílias” onde não há a presença do pai biológico.

Mas o governo não faz essa importante distinção e ainda usa as estatísticas de violência doméstica para justificar maior intrusão nas famílias intactas.

Em vez de dar soluções, o Estado gera problemas para as famílias. Se impusesse restrições ao divórcio e promiscuidade sexual e proteção para a família intacta, a menina de 9 anos e muitas outras meninas não estariam sendo criadas por padrastos, mas pelo pai legítimo.

Depois que cria seus próprios problemas, o Estado propõe mais “soluções”. Depois que a menina de 9 anos engravidou de gêmeos, o Estado, com a cumplicidade da mídia esquerdista, explicou para a população que matar os gêmeos estava nos melhores interesses da menina. O Estado lhe deu aborto como solução.

O Estado, que está abortando milhões de famílias naturais com suas políticas insanas de divórcio fácil e sexo fácil, agora traz o aborto diretamente no colo de meninas novas. É o governo especialista na destruição de valores morais, famílias e meninas.

Políticas governamentais que afastam as crianças de seus pais biológicos são ou não uma forma de entregá-las de bandeja para situações de risco sexual?

Políticas governamentais que priorizam o sexo fácil, mas não a sacralidade do casamento e da família natural intacta, expõem ou não crianças a situações de abuso sexual?

Políticas governamentais que impõem a pornografia dentro da sala de aula e através da TV como educação sexual e entretenimento são ou não uma forma de abuso sexual, preparando as crianças para muitos outros abusos?

É quase impossível ver tais indagações na TV, que é hoje cúmplice das intrusivas políticas governamentais voltadas para a sexualização precoce das crianças.

Mas na hora em que surgem os problemas que eles próprios cultivaram, eles têm a cara de pau de aparecer para apontar para o público suas soluções, que mais tarde trarão mais problemas, que mais tarde trarão mais de suas soluções, etc.

É um infindável círculo vicioso, onde o Estado pró-pornografia escolar incha e se fortalece, onde a mídia pornográfica incha e se fortalece, porém onde as famílias sofrem e as crianças gemem.

O Estado está ilegalmente ocupando o lugar central de Deus na vida das pessoas, substituindo o papel de liderança dos pais nas famílias e substituindo o papel de reabilitação das igrejas. Mas quando as famílias colocarem suas esperanças em Jesus Cristo, o Rei do universo, haverá solução para tudo, pois Jesus é a única solução. Enquanto confiarem no governo para tudo, as famílias continuarão a viver muitos problemas, pois o maior problema do Brasil é o próprio governo do Brasil.

Eu tenho esperança. Um dia, o Estado opressor gemerá e a mídia totalitária chorará, mas as famílias e as crianças se alegrarão.

Fonte: www.juliosevero.com

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