Ministro da Educação Abraham Weintraub e seu socialismo de direita ou estatismo de direita
Julio Severo
O novo
ministro da Educação Abraham Weintraub prometeu que no governo Bolsonaro haverá
muito mais creches do que no governo Lula e Dilma.
Ele disse: “Nosso plano de governo prevê a
educação básica como prioridade e é isto que vamos seguir. Mais creches e mais
crianças alfabetizadas.”
O conceito de
creche — de afastar a criança da mãe o mais cedo possível — é um conceito
adotado, defendido e amplamente praticado no socialismo.
Quando eu
ouvia Lula e Dilma falando de ampliar o número de creches — de afastar as
crianças de suas mães —, eu buscava alertar. Com Lula e Dilma, o Brasil teve um
grande e horroroso aumento no número de creches.
Contudo, eu esperava
de um governo suspostamente direitista que houvesse incentivos para as mães
ficarem com seus filhos em casa para cuidar deles e educá-los. Por isso, foi
uma surpresa total ler que Weintraub pretende aumentar mais ainda o que Lula e
Dilma já haviam aumentado.
Nos governos Lula
e Dilma, aumentar o número de creches representava a implementação de um ideal
socialista. Para Weintraub e o governo Bolsonaro, que se julgam direitistas,
aumentar creches significa o quê? Socialismo de direita? Estatismo de direita?
Sem mencionar que todos os tipos de abuso, inclusive sexual, acontecem em creches.
Votei em Bolsonaro
para, por exemplo, eliminar a lei
de Lula que obriga crianças de 4 anos a ir para a escola. Ao fazer essa lei,
Lula anunciou que ele estava usando o modelo da China comunista. Mas nem Weintraub
nem o governo Bolsonaro disseram que vão eliminar essa lei comunista.
No caso de Weintraub,
é uma questão ainda mais problemática porque ele tem sido apresentado pela
mídia como um homem que detesta o socialismo. Ele disse: “O socialista é a
Aids; e o comunista, a doença oportunista.”
Para um homem
que detesta o socialismo, qualquer iniciativa de afastar ainda mais as crianças
de suas mães seria vista como “AIDS ou doença oportunista.”
O direitista genuinamente
contra o socialismo faria exatamente o contrário de um socialista:
Implementaria iniciativas para aproximar e solidificar o contato entre crianças
e pais.
A escritora
americana Mary Pride, que é líder do movimento de educação escolar em casa nos
Estados Unidos, citou que Platão, ao apresentar a sociedade socialista ideal,
disse:
“Na sociedade ideal… não há papel doméstico como o da
dona-de-casa. Já que a ‘procriação planejada’ e AS CRECHES reduzem ao mínimo a
imprevisibilidade da gravidez e o tempo que as mães são obrigadas a gastar na
gravidez e na criação dos filhos, o papel delas como mães não mais é algo que
necessite tempo integral. Portanto, as mulheres não poderão mais ser definidas
em seus papéis tradicionais.” (De Volta Ao Lar.)
A Federação
Internacional de Planejamento Familiar, que é a maior organização de aborto do
mundo e tem o apoio da ONU, propôs as seguintes estratégias para reduzir o
tamanho da população mundial e para que os casais tenham menos filhos: Aumento
do homossexualismo; estabelecimento de creches; leis que levem as mulheres a
trabalhar fora.
Tudo isso é
socialismo. Tenho tido, há mais de 30 anos, facilidade para identificar essas e
outras estratégias socialistas porque tive uma excelente formação conservadora.
Leio livros conservadores evangélicos americanos (em defesa do homeschooling,
da Bíblia, de Reagan e contra o comunismo) desde a década de 1980.
Por que então
Abraham Weintraub não conseguiu identificar que aumentar o número de creches
significa aumentar o poder do socialismo? Qual é a formação dele? O site Intercept
classifica Weintraub como “um discípulo de Olavo.” Essa formação parece lhe ter
dado pouca visão de como identificar o socialismo na prática.
Aliás, ele
não foi nomeado como ministro da Educação por ter experiência nessa área, mas
porque ele é discípulo de Carvalho e porque o Presidente Jair Bolsonaro, em
quem votei, escolheu Carvalho
como seu Rasputin pessoal. Seguir o Rasputin tem trazido alguns desastres governamentais.
Primeiramente, por indicação de Carvalho, Bolsonaro informou em novembro do ano
passado que nomearia Ricardo Vélez como ministro da Educação.
Na época, avisei
que Vélez tinha estranhas opiniões, inclusive que ele era contra Trump e
apoiava Hillary Clinton. Vélez encheu o ministério da Educação de confusões
e caos, especialmente
depois de contratar adeptos do Rasputin. A consequência foi que Vélez durou
apenas três meses no cargo. Foi demitido por incompetência.
Bolsonaro
parece não ter aprendido nada com esse desastre. Agora, ele nomeou um
anticomunista que adora creches comunistas. É uma contradição caótica.
Bolsonaro adora Olavo e seus adeptos. O ministro das
Relações Exteriores de Bolsonaro, também discípulo de Carvalho, é
adepto do ocultista islâmico René Guénon e seu discípulo mais importante,
Julius Evola, cujas ideias inspiraram o nazismo e o fascismo. Carvalho e Steve
Bannon, que são aliados, também são adeptos de Guénon.
O raciocínio
de Bolsonaro parece ser: Se um olavista no ministério da Educação provocou
desastres, traga outro olavista para tentar tudo de novo.
E o
raciocínio de Weintraub parece ser: Se os socialistas Lula e Dilma fizeram
creches socialistas para doutrinar crianças no socialismo, eu vou fazer mais
creches socialistas de direita para doutrinar crianças no socialismo de
direita.
Versão
em inglês deste artigo: Brazilian
Minister of Education Abraham Weintraub and His Right-Wing Socialism or
Right-Wing Statism
Fonte: www.juliosevero.com
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