Cuidado com as conclusões precipitadas
Bruno Pontes
Olavo de Carvalho diz que o Guinness Book poderia criar uma categoria que consagre um recorde próprio da nossa cultura: a lentidão do brasileiro em tirar conclusões. Segundo o filósofo, o japonês tira uma conclusão em dois segundos. O chinês, em três segundos. O americano leva cinco segundos. Já o brasileiro tira uma conclusão após 10 anos, oito meses, seis semanas, dois dias e algumas horas.
Piada ou descrição da realidade? Veja o caso da educação. Em outubro do ano passado, o Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição 96A/03, aumentando o orçamento do Ministério da Educação e tornando obrigatório o ensino para crianças a partir dos quatro anos de idade. Atualmente o MEC exige a guarda intelectual dos brasileirinhos aos seis anos.
É uma política comum a todos os regimes socialistas tirar as crianças de casa para imbuí-las da ideologia estatal o mais cedo possível. Quando um burocrata de fato ou de vocação prega que a função da escola é incutir “cidadania” nos alunos, ele está defendendo a doutrinação de crianças com a linda justificativa de construir o outro mundo possível. Se o custo da operação for a idiotização de gerações inteiras, que seja.
O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães defendia que “a concepção da idéia do Estado deve ser ensinada nas escolas desde o início”. É a mesma recomendação que se ouve nos corredores dos ministérios, nas faculdades de pedagogia, nos discursos dos sindicalistas, nos cadernos culturais. Ao mesmo tempo, projetos de lei liberando o ensino caseiro no Brasil são derrubados sem muita conversa, pois delegar aos pais a instrução dos filhos é um perigo à segurança nacional. O que será do nosso país se as crianças deixarem de aprender a usar camisinha e gel lubrificante, a enxergar luta de classes em tudo, a ter consciência crítica e votar na esquerda? E se os brasileiros passarem a confiar mais na própria cabeça do que na cartilha do governo? Que o MEC nos livre de tamanho mal.
Saíram recentemente novos índices mostrando que o Brasil segue produzindo os estudantes mais burros do mundo. As coisas continuam nos seus lugares: quanto mais cedo o brasileirinho entra no colégio, quanto mais debates os pedagogos promovem, quanto mais cursos de capacitação são sugeridos, quanto mais planos de cargos e carreiras são reivindicados, quanto mais o Estado se mete na educação do povo, mais estúpido o povo fica. O leitor obtuso poderá imaginar uma relação de causa e efeito. Recomendo cautela a esse leitor. É muito cedo para tirar conclusões.
Golpe nos direitos dos pais
2 comentários:
Estou tão indignado com o governo brasileiro. A Justiça condenou Cleber Nunes de ABANDONO INTELECTUAL conforme este link http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1518740-5598,00.html
Acusação ridícula! Ainda mais ridículo é a ideologia do "especialista" sobre como a educação deve ser feita: fora de casa. E o ditado que a educação vem de casa?? O governo brasileiro a aboliu de vez?
As notas dos Nunes foram acima da média nacional, portanto não houve qualquer abandono intelectual. Os pais estão ensinando os filhos, eles não estão sem estudar, muito menos abandonados intelectualmente. Mais uma vez, a condenação foi ridícula. Não se deve pagar 1 centavo pela acusação.
Estou acompanhando o PL da educação em casa no Brasil e quando será marcada a audiência pública. Júlio, no que mais posso ajudar os Nunes?
Júlio,
Sinceramente, não vejo outra alternativa se não mudar para os EUA quando for ter filhos. Mas mesmo isso é não significa muito no longo prazo, pois mesmo os EUA estão sendo inundados de idéias estatistas e atéias.
Há algo de fato que se pode fazer contra isso? Ou tudo que posso fazer é me indignar?
Abs fraterno
Soli Deo Gloria
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