Educação domiciliar ganha força no DF, mas enfrenta problemas com governo e leis delinquentes
Moradores de Sobradinho, Darcília e Josué Bueno optaram por educar os 10 filhos fora da escola. Cerca de mil famílias brasileiras adotam esse caminho. O método, comum nos Estados Unidos, enfrenta problemas de regularização no país
Manoela
Alcântara
Aos 4 anos, Mikael Andrade Bueno
forma palavras com letras de plástico, desenha melhor do que muitos adultos e
consegue pronunciar “helicóptero” sem nenhum tropeço. O irmão de 6 anos,
Immanuel, lê livros infantis em voz alta sem perder a concentração ou gaguejar.
Os dois nunca frequentaram uma escola nos moldes tradicionais. Os conhecimentos
são adquiridos em casa, com a ajuda da mãe, Darcília dos Reis Mazoni Bueno, 42,
e do pai, o taxista Josué Peixoto Bueno, 52. Eles optaram pela educação
domiciliar e abriram mão de salários melhores para ficar mais tempo no lar, em
Sobradinho, e ensinar os 10 filhos.
Este ano, viram a primogênita,
Yael, 18 anos, formar-se no ensino médio e passar em dois vestibulares. A jovem
foi exemplo para os irmãos. Aos 6, sabia toda a tabuada de cor, além de ler e
escrever. Agora, fala inglês e espanhol e se prepara para o Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem). “Minha educação me levou a ser autodidata. Comprei a
apostila e estudo por ela. Passei em duas provas de universidades privadas, mas
só vai contar mesmo quando passar em uma pública”, disse a futura nutricionista,
enfermeira ou professora. Ela está em dúvida entre as três carreiras.
Os 10 filhos da família Andrade
Bueno têm rotina de estudos quase integral. Em uma sala com prateleiras cheias
de livros, computadores, mesas e cadeiras, os pequenos estudam de manhã. Acordam,
tomam café e começam a rotina. À tarde, é a vez dos adolescentes aprenderem os
assuntos pertinentes à idade, sempre acompanhados pela mãe, que estudou para
ser professora no ensino Normal. Eles também orientam os mais novos na
alfabetização e auxiliam nas tarefas domésticas.
A opção dos pais em não
matriculá-los em escolas vem desde o casamento. Embora estejam satisfeitos com
os resultados, Darcília e Josué já enfrentaram problemas devido à falta de
legalização da modalidade educacional. Parentes estranharam o método e
denunciaram a atitude ao Conselho Tutelar.
Fonte:
Correio
Braziliense
Divulgação:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
Visite
o Blog Escola em Casa:
www.escolaemcasa.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário