07 março, 2008

Governo brasileiro entra com ações criminais contra família que educa em casa e ameaça tomar os filhos

Governo brasileiro entra com ações criminais contra família que educa em casa e ameaça tomar os filhos

Autoridades fazem vista grossa ao fracasso do sistema escolar e ao estupendo sucesso de pais que educam em casa

Matthew Cullinan Hoffman e Julio Severo

MINAS GERAIS, BRASIL, 6 de março de 2008 (LifeSiteNews.com) — Uma família brasileira da cidade de Timóteo, no Estado de Minas Gerais, está sendo ameaçada de prisão e perda da guarda de seus filhos pelo “crime” de educar em casa.

O casal, Cleber Andrade Nunes e sua esposa Bernadeth Nunes, tirou seus filhos da escola pública há dois anos, preocupados com as influências imorais e com os baixos padrões educacionais.

Os filhos dos Nunes mostraram melhoria significativa, tanto que passaram, com notas altas, as provas de admissão numa faculdade de direito. O único problema deles é que com as idades de 14 e 13, eles não têm permissão legal para entrar numa faculdade.

Contudo, o sucesso dos Nunes em educar seus filhos não impressionou o governo socialista do Brasil, que lhes ordenou mandar de volta os filhos à escola e pagar uma multa de 12 salários mínimos. Se eles se recusarem, os filhos serão tirados da custódia dos pais.

A família Nunes não está sozinha. Outras famílias no Brasil que assumiram a iniciativa de educar seus filhos em casa estão também passando por apertos. Josué Bueno, um ex-pastor batista, decidiu educar em casa seus nove filhos e filhas depois de conhecer a prática durante sua juventude nos Estados Unidos. Ele foi motivado em parte pelo desejo de proteger seus filhos das influências imorais nas escolas.

Mas sua tentativa de viver de acordo com suas convicções religiosas demonstrou custar um preço elevado. Ele foi acusado em 2005 diante do Conselho Tutelar. No fim, o Sr. Bueno e sua família receberam ordens de se submeter a “tratamento psicológico” estatal e a matricular os filhos numa escola.

A subseqüente experiência deles com as escolas, porém, foi um pesadelo. “Nossos filhos foram agredidos fisicamente pelos colegas e até humilhados verbalmente por alguns professores que debochavam deles quando vinham pedir socorro por estarem sendo perseguidos pelos colegas”, dizem os pais numa declaração escrita.

“Ariel, nossa 4ª filha, foi colocada de castigo após denunciar que um colega a havia machucado… Foi ensinado em sala de aula que uma prostituta é uma profissional como outra qualquer e que deve ser respeitada. A escola ensina o conceito da evolução não como teoria, mas como algo provado. Minha filha mais velha foi assediada por um colega que queria de toda maneira beijar-lhe a boca, ao que ela resistiu.”.

No fim, os Buenos acabaram decidindo fugir para o Paraguai, onde vivem hoje. Mas mesmo ali eles não estavam a salvo da pressão do governo brasileiro. Um oficial de justiça foi enviado para ordenar que eles retornem ao Brasil e continuem seu “tratamento”. Embora os Buenos permaneçam onde estão, eles temem que o governo brasileiro poderia de alguma forma conseguir a deportação deles.

“Fala-se muito em respeitar a diversidade, mas nossa maneira diferente de ser não foi respeitada. Tenho certeza de que se meus filhos homens fossem homossexuais e minhas filhas lésbicas eles teriam a proteção do Estado de forma esmagadora”, diz Josué Bueno. “Na escola se socializa muito mais a violência, o desrespeito, os valores de uma sociedade que expulsou Deus de suas leis, de suas escolas e de suas vidas”.

Numa entrevista com LifeSiteNews.com, Cleber Nunes disse que o sistema escolar brasileiro é um fracasso comprovado, com baixas classificações em estudos nacionais e também no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que classificou os estudantes brasileiros na 57ª posição de desempenho escolar.

Ele citou estatísticas perturbantes com relação aos problemas sociais nas escolas brasileiras, inclusive um estudo feito em 2000 que revelou que 71% dos estudantes haviam sofrido algum tipo de violência. Ele disse que camisinhas são distribuídas de graça, em máquinas, para estudantes até de 10 anos de idade, e que os programas de educação sexual nas escolas são pouco mais do que propaganda para a licenciosidade sexual.

Nunes diz que apesar do progresso estupendo de seus filhos e o fracasso comparativo do ensino público, os tribunais até o momento insistem em que ele deve mandar de volta seus filhos à escola pública local. Quando ele lhes mostrou os resultados das provas da faculdade de direito, ele diz: “Eles não ligam e continuam com o processo. Eles afirmam que a lei deve ser obedecida”.

Entretanto, diferente do caso Bueno, os Nunes receberam atenção favorável dos meios de comunicação, que estão divulgando o sucesso de seus esforços para educar os filhos em casa. Nunes está confiante em que seus filhos não serão tirados dele, apesar das sentenças negativas, que ele está recorrendo com a assistência de dois advogados voluntários. “As alegações da justiça são tão ridículas que ficariam visíveis aos olhos de toda a nação”, diz ele.

“Acho que é hora de a sociedade brasileira gritar que o imperador está nu!” Nunes contou para LifeSiteNews.com, observando que o fracasso do sistema vem sendo bem divulgado.

Nunes diz que ele está recebendo muitos emails de brasileiros apoiando sua causa, e que outras famílias em sua região estão interessadas também na educação escolar em casa. “Eles não sabem como fazê-lo. É por isso que estamos dispostos a ajudar as pessoas. A maioria acha que não consegue, mas a verdade é que eles não sabem que podem… Não há nenhum material disponível em português. Queremos traduzir alguns para ajudá-los”.

Nunes crê que ele ganhará, e está recusando enviar seus filhos de volta à escola enquanto ele apela da sentença contra ele. “Eu lutarei até o fim”, diz ele. No entanto, se perder, ele reconhece que “como último recurso” ele terá de fazer o que a família Bueno fez: sair do Brasil.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com.br; www.juliosevero.com

Fonte: LifeSiteNews

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2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia,

Meu nome é Joanne e moro em Rondonia e sou formada em Direito. Acredito que os pais não podem perder a guarda dos filhos independente da lei. A forma que a educação é transmitida aos alunos hoje em dia, com certeza é um método ultrapassado e mecanizado, ou seja é errada, e assim os pais por serem pais e saberem o que é melhor para seus filhos vão responder por algo que julgam certo? Porque então invéz disso, os magistrados e o Estado não começam a cuidar a forma de metodologia das escolas?. Acredito que um juiz em sua sã consciência jamais apoiaria essa perda para os pais.

Jônatas Abdias de Macedo disse...

Caro Júlio e Joanne, acredito que a questão não é meramente metodológica. Não é o método que faliu, mas o conteúdo e a moral. A escola, por fim, não é útil e não dá forma (formação) ao cidadão que acolheu em seu seio durante anos. Ele sai semi-analfabeto, inculto, depravado, boçal e desejoso de uma vida fácil e farta (o que é contra-senso). Os jovens, com sua baixíssima moral, ética duvidosa e rendimento escolar que precisa melhorar muito para alcançar píncaros medíocres, são a prova final de que o sistema educacional falhou em sua filosofia pedagógica. Os Numes apenas acordaram para o fato e expuseram publicamente a questão, para vergonha nacional. Agora, a justiça discute a atitude dos pais, que foram motivados tão somente pelo zelo e amor aos filhos. Ainda que seja uma voz a ecoar no deserto, pergunto: Por que a justiça não questiona o baixo rendimento escolar dos outros alunos, ex-colegas de turma dos Nunes? Por que se fixar na alegada quebra do princípio legal da educação formal, e não questionar a educação formal e sua situação atual que causou repulsa a esta família?
Sim, está tudo invertido, mas o que podemos fazer? Lutar? Com que armas?
Se não fosse de origem tão nefasta, o adágio teria nosso assentimento: "a luta continua, companheiros..."
abcs