12 julho, 2006

Vacinações: A Escolha dos Pais

Vacinações: A Escolha dos Pais

Christopher Klicka, advogado sênior da Associação de Defesa Legal da Educação em Casa

O que você faria se seu bebê de 6 meses, que sempre foi completamente saudável, de repente caísse de cama com uma violenta febre por causa de danos cerebrais logo após receber uma vacinação? E se você conhecesse alguém cujo bebê com saúde normal inexplicavelmente morresse de SMIS (Síndrome da Morte Infantil Súbita) no dia depois de receber uma série de vacinações? Você vacinaria seus filhos?

Por outro lado, e se você soubesse de uma família em sua igreja cujos filhos todos contraíram coqueluche, permanecendo muito doentes durante uns dois meses? Toda noite os pais tinham de acordar com seus filhos, segurando-os, enquanto eles respiravam com dificuldade. A família era oposta a vacinas por motivos religiosos e nunca os levou para vacinação. Você não vacinaria seus filhos?

Esses exemplos são verdadeiros e tipificam os muitos casos de vida real que encontrei durante os últimos 15 anos em meu papel como advogado sênior na Associação de Defesa Legal da Educação em Casa.

Os que defendem a vacinação obrigatória argumentarão: “Sem vacinações forçadas, muitas crianças poderiam morrer. Certas doenças infecciosas mortais que são virtualmente inexistentes ganhariam nova vida”. Há algumas organizações e indivíduos que trabalham regularmente para aprovar leis que obrigariam todas as crianças a serem vacinadas. Esses grupos crêem com sinceridade que as vacinas são necessárias para proteger a saúde dos jovens de nossa nação e evitar epidemias.

Os que são contra as vacinações compulsórias argumentarão: “Mas é meu filho, e não posso arriscar o dano potencial a meu filho que a vacina poderia causar”. Crescentes evidências científicas e médicas demonstram os perigos das vacinas para algumas crianças. Até mesmo o governo federal admite que há um problema, já que estabeleceu um fundo especial chamado o Programa Nacional de Compensação por Crianças Prejudicadas pelas Vacinas, o qual indeniza os pais pelos filhos que morrem por causa das vacinas ou cujos filhos se tornaram permanentemente inválidos por causa das vacinas.

Além das preocupações de saúde, alguns pais têm convicções religiosas sinceras que lhes tornam impossível dar consentimento para que seus filhos sejam vacinados.

O dilema que cada pai e mãe enfrenta se resume nestas duas perguntas: “Será que eu deveria vacinar meus filhos?” e “Será que o governo deveria obrigar a vacinação de todas as crianças?”

Não é fácil dar uma resposta à primeira pergunta. Os pais precisam, com muita oração, fazer essa decisão pelos seus próprios filhos.

A resposta à segunda pergunta é decisivamente “não”. A meta deste artigo é tratar principalmente do motivo por que a vacinação obrigatória é muito preocupante e discutir brevemente quais são seus direitos como pai ou mãe com relação à vacinação de seus filhos.

As Vacinas Prejudicam as Crianças?

Às vezes, as vacinas podem causar danos permanentes e morte. O Programa Nacional de Compensação por Crianças Prejudicadas pelas Vacinas já pagou mais de um bilhão e meio de dólares em prejuízos para famílias cujos filhos morreram ou foram prejudicados após uma vacinação.[1]

Todos os anos, a Food and Drug Administration [agência governamental americana que regula e fiscaliza as drogas] recebe mais de 12 mil relatórios, no Sistema de Relatório de Acontecimentos Adversos das Vacinas, de hospitalizações, danos e morte de crianças depois de uma vacinação.[2] Estimam-se que os casos que não são registrados em relatórios possam ser de 1% a 10%.[3]

De acordo com os folhetos explicativos que os fabricantes de vacinas anexam a seus produtos, a maioria das vacinas não foi “avaliada ou testada para se conhecer o seu potencial cancerígeno, potencial mutagênico ou debilitação da fertilidade” ou “capacidade reprodutiva”, e não há nenhum estudo de longo prazo sobre os efeitos cumulativos de combinar todas as vacinas infantis juntas no sistema imunológico em fase de desenvolvimento da criança. Não há nenhum teste laboratorial profundo ou genético disponível para se apurar quais crianças terão reações adversas a uma vacina.[4]

Não há dúvida de que algumas vacinas prejudicam algumas crianças. Ninguém pode garantir totalmente para um pai ou mãe que uma vacina a ser aplicada em seus filhos é segura. O próprio fato de que o governo dos EUA dá indenização financeira para as famílias cujos filhos sofreram conseqüências adversas depois de serem vacinados é prova e confissão suficiente de que o problema é real. Todos os médicos, antes de vacinarem as crianças, informam aos pais sobre os potenciais efeitos colaterais prejudiciais. A ciência médica reconhece que cada pessoa tem um sistema imunológico diferente, e o sistema imunológico de um bebê só estará plenamente formado quando ele tiver quase três anos. Alguns acham que o que serve para um serve para todos. Vacinar todos os bebês com tal perspectiva representa um risco significativo para as crianças.

Por exemplo, em 1979 a classe médica declarou oficialmente que a poliomielite estava extinta. No entanto, todos os anos se registram de 10 a 20 casos de paralisia infantil. Todas essas crianças contraíram a doença depois de receberem a vacina da pólio, que contém o vírus vivo.

Objeções, por Motivos de Religião e Consciência, às Vacinações

Outro motivo por que não se deve obrigar a vacinação para todas as crianças é que muitos pais têm fortes convicções religiosas contra a vacinação de seus filhos. Pelo fato de que existem pesquisas e estudos demonstrando os riscos da vacinação, muitos pais crêem com sinceridade que tais vacinas prejudicariam seus filhos. Geralmente, esses pais crêem que os filhos são um presente de Deus, e que eles como pais têm de cumprir os mandamentos das Escrituras Sagradas com relação à criação de seus filhos. Esses pais crêem que seria pecado violar os mandamentos das Escrituras. Um desses mandamentos se acha em Mateus 18:6, onde Jesus Cristo explica que se “alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar”. Já que algum mal poderia ocorrer a seus filhos como conseqüência das vacinas, esses pais não se sentem em condições de permitir que seus filhos sejam vacinados.

Como resultado dessas convicções religiosas e outras, 48 assembléias legislativas dos EUA adotaram a medida bastante apropriada de permitir dispensas por motivos religiosos, filosóficos ou de consciência para pais com convicções semelhantes. Dezesseis estados permitem dispensas conforme a escolha de consciência dos pais: Arizona, Califórnia, Colorado, Idaho, Louisiana, Maine, Michigan, Minnesota, New Mexico, North Dakota, Ohio, Oklahoma, Utah, Vermont, Washington e Wisconsin. Só Mississippi e West Virginia não têm nenhuma dispensa por motivos religiosos ou filosóficos. Contudo, Mississippi permite dispensa automática para as crianças que recebem educação escolar em casa. De acordo com pesquisas dos Centros de Controle de Doenças, os estados que permitem dispensas por escolhas de consciência não têm índices mais elevados de doenças evitáveis através de vacinas.[5]

O Estado de Arkansas sempre teve estatutos de vacinação dando permissão de dispensa por motivo religioso, mas em 25 de julho de 2002 um tribunal federal no Arkansas decidiu que a dispensa era inconstitucional. O tribunal constatou que o estatuto inconstitucionalmente exigia que o pai que afirmasse uma dispensa religiosa fosse seguidor ou membro de uma igreja reconhecida ou denominação religiosa cujas práticas estivessem em conflito com a exigência das vacinações. Do jeito que foi escrita, a lei violava as Cláusulas das Instituições e Livre Exercício da Primeira Emenda e a Cláusula da Igual Proteção da Décima Quarta Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Os princípios constitucionais de liberdade religiosa exigem que uma dispensa do estatuto de vacinação seja baseada nas convicções religiosas pessoais de uma pessoa, não nas convicções de uma igreja ou denominação. A Associação de Defesa Legal da Educação em Casa trabalhou com a assembléia legislativa do Arkansas em 2003 para aprovar um novo estatuto de dispensa religiosa que fosse constitucionalmente certo.

Esses estatutos de dispensa religiosa simplesmente codificam as proteções do direito de cada pessoa exercer livremente suas convicções religiosas conforme garante a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos e partes paralelas das constituições estaduais. Esses estatutos de dispensa religiosa foram estabelecidos há décadas sem nunca representar nenhum risco importante para a saúde pública. Os tribunais têm protegido sistematicamente as decisões com base na fé com relação à vacinação dos filhos. Veja Berg v. Glen Cove City School District, 853 F.Supp. 651 (E.D.N.Y. 1994); Sherr v. Northport-East Northport Union Free School District, 672 F. Supp. 81 (E.D.N.Y. 1987).

A Decisão de Vacinar: A Escolha dos Pais

Há cada vez mais evidências que demonstram que as vacinas provocam danos em algumas crianças. A pergunta é: Os filhos de quem serão prejudicados? As vacinações obrigatórias estão legislando o mal contra certas crianças todos os anos. Portanto, a decisão de vacinar ou não deve ser deixada nas mãos dos pais, não do Estado. Os pais que dão aos filhos educação escolar em casa devem de modo especial ter liberdade de fazer essa decisão, já que seus filhos ficam em casa em vez de freqüentarem uma escola pública cinco dias por semana.

Conforme se mencionou no começo, os pais têm um direito fundamental de dirigir a educação e criação de seus filhos. A Cláusula de Liberdade da Décima Quarta Emenda garante esse direito. Numa longa fila de casos, a Suprema Corte dos EUA tem reconhecido essa liberdade fundamental garantindo liberdade aos pais. [Veja Pierce v. Society of Sisters, 268 U.S. 1076, 1078 (1925).] Considerando que os direitos dos pais são fundamentais, os tribunais devem aplicar um padrão mais elevado de exame toda vez que há um conflito entre um pai e o Estado. O teste de interesse obrigatório exige que um Estado prove que seu estatuto é essencial para cumprir um interesse estatal obrigatório e é o meio menos restritivo de cumprir esse interesse. O Estado também deve trazer evidências de seus interesses.

Há muito se reconhece que o Estado tem um interesse obrigatório na saúde pública e segurança de seus cidadãos. Conforme o que se mostra, as vacinações são eficientes para a proteção da saúde pública de uma maioria dos cidadãos. Contudo, há também evidências de que as vacinações prejudicam alguns de seus cidadãos. Portanto, não há nenhuma prova conclusiva de que as vacinações obrigatórias são essenciais para proteger a saúde pública à luz dessas incoerências provadas. Além disso, não há evidência conclusiva de que as vacinações obrigatórias são o meio menos restritivo de cumprir os interesses obrigatórios do Estado para proteger a saúde pública. O fator mais eficaz que impede essas doenças infecciosas é a decretação e cumprimento de leis de saneamento público.

Em 2000 o senado do Estado de Iowa praticamente revogou a dispensa que permitia que os pais objetassem, por motivos religiosos, à vacinação de uma criança. [Senate File (SF) 2314]. A Associação de Defesa Legal da Educação em Casa, a Rede Cristã de Educadores em Casa de Iowa e o Centro Nacional de Informações sobre Vacinas se uniram para combater esse projeto de lei. Pela graça de Deus, o projeto recebeu uma emenda num comitê da assembléia legislativa para restabelecer a dispensa religiosa e ganhou-se essa batalha.

Os Pais Precisam Ser Livres para Escolher

A liberdade dos pais é uma preciosa liberdade que todos os americanos gozam desde a fundação de nossa nação. Há muito se reconhece que, como princípio geral, os pais agem nos melhores interesses de seus filhos e, como resultado, fazem decisões melhores para seus filhos. A área da saúde não é exceção. Os membros do movimento de educação escolar em casa precisam trabalhar unidos para manter nas mãos dos pais a decisão de vacinar. Na Associação de Defesa Legal da Educação em Casa, temos o compromisso de avançar os direitos dos pais enquanto ajudamos os pais envolvidos na educação em casa que sofrem interferências indevidas de assistentes sociais e trabalhamos para manter intacta a dispensa religiosa na questão das vacinações.

Para mais informações sobre as pesquisas mais recentes sobre vacinas, recomendo que você entre em contato e faça sua assinatura do boletim eletrônico do Centro Nacional de Informações sobre Vacinas:

www.nvic.org

Tradução e adaptação de Julio Severo: www.juliosevero.com

Notas:

[1] National Vaccine Injury Compensation Program “Monthly Statistics Report” http://www.hrsa.dhhs.gov/bhpr/vicp/new.htm

[2]The Vaccine Adverse Events Reporting System (VAERS) http://www.vaers.org

[3] Journal of the American Medical Association, June 2, 1993, Vol. 269, no. 21, pp. 2765-2768

[4] Pharmaceutical Research and Manufacturers of América’s New Research and Development Database http://www.phrma.org/webdb/indications.asp

[5] Summary of Notifiable Diseases, United States, 1997, November 20, 1998, Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR)

Fonte: http://www.hslda.org/docs/nche/000002/00000231.asp

08 maio, 2006

O direito de escolher a educação escolar em casa no Brasil

O direito de escolher a educação escolar em casa no Brasil

Julio Severo

O Jornal Hoje, da Rede Globo, deu a seguinte notícia:

Um decepcionante e preocupante desempenho. Os brasileiros foram os últimos colocados num teste que avaliou alunos de escolas públicas e particulares de 32 países. Os resultados revelam que a leitura não é mesmo o forte dos adolescentes brasileiros. Num colégio particular de São Paulo a maioria dos alunos lê por obrigação. E assim mesmo, alguns tentam escapar da tarefa. Há desculpa por tanto desinteresse. “Eu prefiro fazer um esporte”. Eles são um exemplo do que acontece com a maior parte dos estudantes brasileiros. Quatro mil e oitocentos alunos com 15 de escolas públicas e privadas participaram do Programa Internacional de Avaliação, respondendo a questões de Ciências, Matemática e Interpretação de Texto. O desempenho foi péssimo. A prova de leitura foi a que teve mais peso na avaliação geral. Os resultados revelaram que mais de 40% dos estudantes brasileiros que participaram dos testes não conseguiam sequer entender o que estava lendo [1].

O principal motivo da existência de uma instituição escolar é sua capacidade de educar. Nessa capacidade, conforme comprova a notícia do Jornal Hoje, as escolas públicas — e até as escolas particulares, que geralmente são bem melhores do que os estabelecimentos públicos — estão fracassando, perdendo assim o próprio motivo para sua existência. Mas, como se isso não bastasse, há também outras questões sérias. A violência nas escolas do Brasil se intensificou de tal forma que ganhou a atenção da ONU, que elaborou o livro Violência nas Escolas, trabalho desenvolvido pela UNESCO em 2002 para lidar exclusivamente com os graves problemas das escolas do Brasil. O livro trata de tudo o que está acontecendo nas escolas do Brasil: violência contra as crianças, brigas, violência sexual, uso de armas, roubos e furtos, assaltos e outros tipos de crimes. O estudo abrangeu as escolas públicas de vários estados do Brasil.

Entretanto, as ameaças às crianças na educação pública não se restringem somente aos graves atos de violência. Outros fatores que indicam sinais de perigo para a saúde emocional e psicológica das crianças é um ambiente saturado de ensinos e costumes anticristãos e permissividade nas escolas públicas.

Essa tendência negativa na área da educação vem se generalizando em muitos lugares do mundo. Os pais, preocupados, procuram alternativas. Nos EUA, Austrália, Inglaterra, México, Japão e outros países, muitos pais evangélicos decidiram se encarregar pessoalmente da educação dos próprios filhos, tornando-se membros do respeitado movimento de educação escolar em casa (homeschooling).

Esses pais têm a liberdade e o direito legal de educar os filhos em casa, já que as leis de seus países protegem seu direito natural de escolher na área da educação. As escolas públicas e particulares também são opções, cabendo exclusivamente aos pais tomar a decisão final.

No entanto, mesmo que as escolas públicas conseguissem produzir resultados satisfatórios no desempenho educacional dos alunos, tais resultados não poderiam ser usados como desculpa para tirar dos pais o direito de decidir a melhor educação para os próprios filhos.

Se o governo tivesse realmente um interesse genuíno na educação das crianças, seu interesse seria devidamente demonstrado através da atitude inconfundível de apoiar e defender as famílias em seu direito natural e legítimo de escolher a melhor educação para seus filhos. Se o governo de fato se preocupasse com o bem-estar das crianças, sua reação principal não seria defender seu direito de decidir a educação das crianças, mesmo ao ponto de perseguir, oprimir, humilhar e encarcerar famílias inocentes.

Na verdade, por trás do argumento que defende supostos princípios democráticos de direitos das crianças está a realidade: uma linguagem devidamente camuflada que defende os interesses e monopólio estatal sobre a formação educacional das crianças. Com esse argumento, o governo defende com unhas e dentes os melhores interesses das crianças, que nada mais é do que defender os próprios interesses estatais!

No entanto, a educação em casa não era, no passado, uma experiência estranha no Brasil. As constituições do Brasil protegiam e respeitavam o papel prioritário dos pais na educação dos filhos, sem tirar-lhes o direito de escolher onde e como educar. A seguir, trechos das constituições passadas do Brasil:

Constituição de 1937:
Art.
125. A educação integral da prole é o primeiro dever e o direito natural dos pais. O Estado não será estranho a esse dever, colaborando, de maneira principal ou subsidiária, para facilitar a sua execução ou suprir as deficiências e lacunas da educação particular.[2]

Essa constituição reconhecia que a função do Estado é colaborar com os pais em suas escolhas educacionais para os filhos, em vez de tentar substituí-los ou usurpar seu direito de escolher.

Constituição de 1946:
Art.
166. A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola. Deve inspirar-se nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana.[3]

O Dr. Rodrigo Pedroso, especialista em direito, comenta: “Isso prova que o art. 166 da Constituição da época era interpretado como permitindo a educação tanto na escola como exclusivamente no lar. Portanto, a educação no lar (termo mais apropriado do que o anglicismo home schooling) é, a rigor, uma tradição jurídica brasileira que, sabe-se lá por qual razão, foi abandonada sem que se soasse uma única voz de protesto na Assembléia Nacional Constituinte de 1987”.

LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) revogada, de 20 de dezembro de 1961:
Art.
30. Não poderá exercer função pública, nem ocupar emprego em sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público o pai de família ou responsável por criança em idade escolar sem fazer prova de matrícula desta, em estabelecimento de ensino, ou de que lhe está sendo ministrada educação no lar.[4]

Constituição de 1967:
Art.
168. A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola; assegurada a igualdade de oportunidade, deve inspirar-se no princípio da unidade nacional e nos ideais de liberdade e de solidariedade humana.[5]

Então, é bem evidente que as constituições antes da Constituição de 1988 garantiam liberdade para os pais escolherem a educação no lar ou na escola. A Constituição de 1988 veio, pelo que apregoavam, como um documento melhor, mais democrático e mais participativo, porém só muito depois é que se despertou para o fato de que essa constituição moderna, elaborada com a ajuda de muitos parlamentares esquerdistas, em vez de ampliar os direitos dos pais conseguiu silenciosamente apagar a opção da educação em casa. O direito e liberdade dos pais foram usurpados por um suposto “direito” e “dever” do Estado. O Estado literalmente engoliu os direitos das famílias.


É inegável o fato de que a alegação mais importante para a elaboração da Constituição de
1988 foi a suposta necessidade de criar um documento nacional que desse mais liberdade e direitos do que as constituições do passado. Como a família é a base da sociedade, era de esperar que a família seria mais protegida em seus direitos naturais. Contudo, não foi o que aconteceu. Por pura ironia ou tragédia, as medidas mais duras contra as famílias que querem exercer seu direito de escolha educacional não ocorreram no passado, nem mesmo no período militar: aconteceram na Constituição de 1988. Com a elaboração dessa constituição — da qual participaram muitos esquerdistas totalitários —, os direitos dos pais na educação foram enfraquecidos em favor dos interesses do Estado. Essa constituição nova declara o que nenhuma constituição do Brasil jamais pensou em fazer: “Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola”. (Art. 208, parágrafo 3º)

Estranhamente, esse parágrafo coloca o Estado como o responsável exclusivo pela escolha educacional das crianças, exigindo que todas elas freqüentem uma escola institucional, quer os pais queiram ou não. Acerca dessa imposição, o Dr. Pedroso comenta: “Que eu saiba, a nossa é a única Constituição do mundo que trata de chamada escolar”.

Mais tarde, alguns parlamentares tentaram introduzir novamente na Constituição a liberdade na educação. Em fevereiro de 1996, houve tentativa de restaurar esse direito, e o próprio Senado Federal aprovou o seguinte texto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:

Art. 7º - São deveres dos pais e responsáveis:
I — matricular no ensino obrigatório seus filhos e as crianças e
adolescentes sob a sua guarda, zelando pela sua freqüência e rendimento escolares, ou assegurar alternativa satisfatória.

Contudo, mãos ardilosas conseguiram depois suprimir o termo “ou assegurar alternativa satisfatória”, eliminando uma importante liberdade que as famílias do Brasil sempre tiveram no passado. Não se sabe como os liberais conseguiram eliminar essa alternativa, e também não dá para entender as razões para tal atitude radical, pois a prática de educar em casa não é novidade nem desconhecida no Brasil, porém o que é totalmente novo é o radicalismo da tendência que vem mutilando e suprimindo sistematicamente esse direito natural dos pais.

Os pais têm o direito de escolher o tipo de educação que eles querem para seus filhos: escola pública, escola particular, escola confessional ou educação em casa. As escolas públicas estão, como noticiou o Jornal Hoje, fracassando e levando os jovens a um desempenho escolar fracassado. Mas mesmo que essa grave deficiência não fosse realidade na educação pública, as famílias ainda merecem ser respeitadas em seu direito natural de escolher na área da educação. Aliás, se tal deficiência existisse no movimento de educação em casa, certamente o governo exigiria que essa opção educacional fosse completamente eliminada. Entretanto, sua atitude para com seus próprios fracassos — pois as escolas públicas são responsabilidade direta do governo — é sempre complacente! O fracasso da educação pública é o próprio fracasso do Estado.

O propósito essencial da educação sempre foi se ocupar com o treinamento da mente da crianças nas disciplinas acadêmicas básicas. No entanto, os humanistas estão, cada vez mais, torcendo o propósito essencial da educação. Eles afirmam que as escolas institucionais são importantes porque são o lugar em que as crianças aprendem — aprendem com eles uma educação sexual hedonista, aprendem com eles que a origem do homem é o macaco, não Deus, aprendem com eles que anormalidades aberrantes como o homossexualismo são preferências sexuais normais. Agora que está provado que as crianças estão sabendo ler menos graças a essas escolas, os humanistas criaram uma desculpa estratégica e puramente fantasiosa, devidamente incorporada nas leis: a escola existe para sociabilizar! Assim, se seu filho não conseguir aprender a ler e escrever direito, não se preocupe: Pelo menos, ele vai aprender muitas “coisas” com seus amigos de escola!

Será então que se a escola pública está fracassando na área acadêmica, pelo menos produzirá resultados na área de sociabilização? Do ponto de vista dos educadores humanistas, sim, pois crianças agrupadas recebendo os mesmos valores acabam sempre vivendo de acordo com seus valores de grupo. Assim, por exemplo, num grupo de 60 alunos aprendendo que o homossexualismo é apenas um estilo de vida alternativo, uma ou duas crianças com educação bíblica contrária ao homossexualismo terminam ou isoladas ou se adaptam aos valores da maioria, transmitidos pelo professor.

Do ponto de vista dos pais, a sociabilização do ambiente escolar coloca crianças inocentes em contato com crianças com problemas de drogas e violência. No entanto, o maior efeito da sociabilização escolar é que os valores dos pais são explicita ou implicitamente rejeitados pelos novos valores da sala de aula. Os alunos tendem muito mais, na assimilação grupal dos valores absorvidos no ambiente escolar, a manter o que aprenderam na escola do que o que aprenderam no lar. Assim, o novo descarta o “velho”.

Do ponto de vista dos humanistas, o maior benefício da sociabilização escolar pública é que esse contato social inevitavelmente distancia os alunos da esfera de valores de seus pais para colocá-los debaixo da esfera de valores do grupo escolar, que de um modo ou de outro está sob autoridade escolar, que por sua vez está debaixo da orientação estatal.

Se o governo de fato reconhecesse que a sociabilização é importante, então respeitaria o contato social da criança na mini-sociedade que é a família. Nenhuma sociabilização é tão importante quanto a união familiar. Nenhum sistema de valores é mais importante para o bem-estar da criança do que a própria família. O sistema de valores da família é mais que suficiente para educar a criança nas bases essenciais. Ao contrário do que pregam os humanistas do governo, crianças educadas em casa não ficam sem futuro.

A seguir, lista de pessoas famosas que foram ensinadas em casa [6]:

ARTISTAS:

  • Leonardo da Vinci
  • Claude Monet
  • John Singleton Copley
  • Andrew Wyeth
  • Jamie Wyeth

COMPOSITORES:

  • Irving Berlin
  • Anton Bruckner
  • Felix Mendelssohn
  • Wolfgang Amadeus Mozart
  • Francis Poulenc

EDUCADORES:

  • Fred Terman (presidente da Universidade de Stanford)
  • William Samuel Johnson (presidente da Universidade Columbia)
  • Frank Vandiver (presidente da Universidade Texas A&M)
  • John Witherspoon (presidente da Universidade de Princeton)

GENERAIS:

  • Stonewall Jackson
  • Robert E. Lee
  • Douglas MacArthur
  • George Patton

INVENTORES:

  • Alexander Graham Bell
  • Thomas Edison
  • Cyrus McCormick
  • Orville Wright
  • Wilbur Wright

PRESIDENTES:

  • John Quincy Adams
  • William Henry Harrison
  • Thomas Jefferson
  • Abraham Lincoln
  • James Madison
  • Franklin Delano Roosevelt
  • Theodore Roosevelt
  • John Tyler
  • George Washington
  • Woodrow Wilson

PREGADORES & LÍDERES RELIGIOSOS:

  • João Batista
  • William Cary
  • Jonathan Edwards
  • Phillip Melanchthon
  • Dwight L. Moody
  • John Newton
  • John Owen
  • Charles Wesley
  • John Wesley

CIENTISTAS:

  • George Washington Carver
  • Pierre Curie
  • Albert Einstein
  • Blaise Pascal
  • Booker T. Washington

ESTADISTAS:

  • Konrad Adenauer
  • Winston Churchill
  • Benjamin Franklin
  • Patrick Henry
  • William Penn
  • Henry Clay

JUÍZES DO SUPREMO TRIBUNAL DOS EUA:

  • John Jay
  • John Marshall
  • John Rutledge

ESCRITORES:

  • Hans Christian Andersen
  • Pearl S. Buck
  • Agatha Christie
  • Charles Dickens
  • Bret Harte
  • C.S. Lewis
  • Sean O’Casey
  • George Bernard Shaw
  • Mark Twain
  • Mercy Warren
  • Daniel Webster
  • Phillis Wheatley

OS ELABORADORES DA CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS:

  • Richard Basset (governador de Delaware)
  • William Blount (senador)
  • George Clymer (deputado federal)
  • William Few (senador)
  • Benjamin Franklin (inventor e estadista)
  • William Houston (jurista)
  • William S. Johnson (Presidente da Universidade de Columbia.)
  • William Livingston (governador de Nova Jersey)
  • James Madison — quarto presidente dos EUA.
  • George Mason
  • John Francis Mercer (deputado federal)
  • Charles Pickney III (governador da Carolina do Sul)
  • John Rutledge (chefe do Supremo Tribunal dos EUA)
  • Richard D. Spaight (governador da Carolina do Norte)
  • George Washington (primeiro presidente dos EUA)
  • John Witherspoon (presidente da Universidade de Princeton)
  • George Wythe (juiz do Superior Tribunal da Virginia)

OUTROS:

  • Abigail Adams (esposa de John Adams)
  • Ansel Adams (fotografo)
  • Clara Barton (uma das fundadoras da Cruz Vermelha)
  • John Burroughs (naturalista)
  • Andrew Carnegie (industrialista)
  • Charles Chaplin (ator)
  • George Rogers Clark (explorador)
  • Noel Coward (dramaturgo)
  • John Paul Jones (patrono da marinha americana)
  • Sandra Day O’Connor
  • Tamara McKinney (esquiadora mundialmente famosa)
  • John Stuart Mill (economista)
  • Charles Louis Montesquieu (filósofo)
  • Florence Nightingale (enfermeira)
  • Sally Ride (astronauta)
  • Bill Ridell (jornalista)
  • George Rogers Clark (explorador)
  • Will Rogers (humorista)
  • Jim Ryan (corredor mundialmente famoso)
  • Albert Schweitzer (médico)
  • Leo Tolstoy
  • Martha Washington (esposa de George Washington, primeiro presidente dos EUA)

Sabendo então que a educação em casa tem comprovadamente produzido grandes líderes e sabendo que a educação em casa sempre foi uma experiência e direito presentes na história do Brasil, o que fazer então para recuperar esse direito? Primeiramente, modificar alguns artigos da atual constituição. O artigo 205 precisa ganhar a seguinte redação:

Art. 205. A educação é direito de todos e será dada no lar ou na escola, visando o desenvolvimento integral da personalidade humana, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Parágrafo único. A educação integral da prole é o primeiro dever e um direito fundamental dos pais. O Estado não será estranho a esse dever, colaborando, de maneira principal ou subsidiária, para facilitar a sua execução ou suprir as deficiências e lacunas da educação doméstica”.

Segundo, substituir o ridículo parágrafo 3º do art. 208, que declara: “Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola”.

O novo texto deve proteger integralmente a liberdade na educação:

Art. 208, parágrafo 3º. O ensino fundamental obrigatório poderá ser ministrado no lar pelos próprios pais, ou por professores qualificados contratados pelos pais. A lei definirá apenas a comprovação anual do rendimento escolar, dando liberdade para a escolha ou elaboração de currículo, sem nenhuma imposição de caráter político ou ideológico”.

E como medida para respeitar os esforços de quem muito estudou, seja em casa ou não, acrescentar um parágrafo único ao art. 207:

Art. 207. (…) Parágrafo único. O ensino superior será acessível a todos, com base no mérito, independentemente de escolarização anterior”.

Assim, todos os que foram educados serão tratados de modo igual perante a lei, independentemente do local onde receberam sua educação. Afinal, o importante e indispensável é a educação, não a instituição.

Reconhecimento: Devo agradecer publicamente o Dr. Rodrigo Pedroso, da cidade de São Paulo, por sua disposição de me ajudar pesquisando as constituições passadas do Brasil nas questões referentes à educação em casa e oferecendo sugestões valiosas de nova redação para a atual constituição.

© Julio Severo 2005. http://www.juliosevero.com.br/

Notas:

[1] http://redeglobo.globo.com/cgi-bin/jornalhoje/montar_texto.pl?controle=2637

[2] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao37.htm

[3] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao46.htm

[4] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4024.htm

[5] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao67.htm

[6] http://www.christianhomeschoolers.com/hs_famous_homeschoolers.html

08 março, 2006

A Meta da Educação Escolar em Casa

A Meta da Educação Escolar em Casa

Fred Worth

O que você busca realizar na sua educação escolar em casa? Qual é sua meta número um?

“Quero que meus filhos tenham uma boa caligrafia”.

“Quero que meus filhos tenham bons conhecimentos matemáticos”.

“Quero que meus filhos saibam como estudar bem”.

“Quero que meus filhos aprendam lições úteis que lhes sirvam a vida inteira”.

Todas essas coisas são boas. São todas as coisas que devemos procurar incentivar. Mas nenhuma delas é a coisa que deve ser a meta número um da mãe ou pai cristão que dá aulas escolares no próprio lar. A meta número um da mãe ou pai cristão que educa em casa é aquilo que tem de ser a meta número um de toda mãe ou pai cristão. A meta é preparar nossos filhos para serem adultos dedicados a Deus. Não podemos viver nossas vidas por eles. Eles não podem viver suas vidas baseados na nossa fé e convicções. Mas a meta número um deve ser incutir em nossos filhos os recursos necessários para que eles sejam adultos dedicados a Deus.

Creio que posso sustentar essa afirmação biblicamente.

Provérbios 22:6 nos diz: “Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele.” (Provérbios 22:6 NTLH) Isso significa que devemos ajudar nossos filhos a entender que há um padrão de conduta e uma direção na vida que devemos seguir. Devemos lhes mostrar que a dedicação a Deus é o caminho que eles devem seguir.

Entendo que a “dedicação a Deus” nem sempre soa como um caminho muito eletrizante na vida. Mas devemos ajudar nossos filhos a entender a verdade de 1 Timóteo 6:6, onde somos ensinados que a dedicação a Deus “com contentamento é grande fonte de lucro” (NVI).

“Certamente, essas coisas são importantes, mas o que têm a ver com os detalhes da educação escolar em casa?” Considere Deuteronômio 6:4-9:

“Ouça, ó Israel: O SENHOR, o nosso Deus, é o único SENHOR. Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões” (NVI).

A Bíblia e os mandamentos básicos de Deus têm de ser o ponto central da educação escolar que damos em casa. A Bíblia e os mandamentos básicos de Deus não devem ser somente algo que é importante no domingo. Ora, não estou sugerindo que você deve colocar textos do livro de Deuteronômio na entrada da sua casa (embora estou certo de que isso não faria mal algum). Mas os versículos acima mostram que as coisas de Deus têm de ser o centro de toda a nossa vida de família. Não só aos domingos. Não só um tema de aula na educação escolar em casa. Mas a principal força por trás de toda a vida da família.

Sabemos que sem repetição, nossos filhos nem sempre se lembram das coisas muito bem. Deuteronômio 4:9 nos diz: “Apenas tenham cuidado! Tenham muito cuidado para que vocês nunca se esqueçam das coisas que os seus olhos viram; conservem-nas por toda a sua vida na memória. Contem-nas a seus filhos e a seus netos” (NVI). Deus entende que a menos que regularmente (veja Deuteronômio 6:4-9 acima) digamos essas coisas para nossos filhos, eles (e nós) poderão esquecê-las.

Esteja preparado para responder às perguntas de seus filhos quando surgirem.

“No futuro, quando os seus filhos lhes perguntarem: ‘O que significam estes preceitos, decretos e ordenanças que o SENHOR, o nosso Deus, ordenou a vocês?’ Vocês lhes responderão: ‘Fomos escravos do faraó no Egito, mas o SENHOR nos tirou de lá com mão poderosa. O SENHOR realizou, diante dos nossos olhos, sinais e maravilhas grandiosas e terríveis contra o Egito e contra o faraó e toda a sua família. Mas ele nos tirou do Egito para nos trazer para cá e nos dar a terra que, sob juramento, prometeu a nossos antepassados. O SENHOR nos ordenou que obedecêssemos a todos estes decretos e que temêssemos o SENHOR, o nosso Deus, para que sempre fôssemos bem-sucedidos e que fôssemos preservados em vida, como hoje se pode ver. E, se nós nos aplicarmos a obedecer a toda esta lei perante o SENHOR, o nosso Deus, conforme ele nos ordenou, esta será a nossa justiça’”. (Deuteronômio 6:20-25 NVI)

Permita-me fazer um rápido argumento aqui. Essa responsabilidade não é só da mãe. Efésios 6:4 fala com os pais: “Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor” (NVI).

Um versículo popular nos lares cristãos é Provérbios 13:24, que diz: “Aquele que poupa a vara odeia seu filho, mas aquele que o ama tem o cuidado de discipliná-lo”. Quero me concentrar na segunda parte desse versículo. “Disciplinar” significa mais do que ação corretiva. Significa também tornar as ações positivas (como leitura e estudo da Bíblia, oração, adoração, conduta que agrada a Deus) um modelo de conduta em nossas vidas e trabalhando para torná-lo parte da conduta dos nossos filhos. Se os filhos não virem a mãe e o pai participando dessas condutas, não será de estranhar se eles decidirem que essas coisas não são importantes.

Considere as palavras “discípulo” e “disciplina”. Ambas as palavras vêm do latim discipulus, que significa “aluno”. Queremos disciplinar nossos filhos de modo que eles se tornem discípulos de Jesus Cristo.

Por ultimo, vamos dar uma olhada em Provérbios 4:23: “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida” (NVI). Como pais, temos uma responsabilidade imensa de cuidar do coração de nossos filhos também. “Acima de tudo” diz que mais importante do que leitura, história, ciência e, sim, até mesmo matemática, é guardar o coração de nossos filhos e equipá-los para que eles mesmos guardem o coração. “Guardar o coração” envolve tanto evitar coisas negativas que nos prejudicariam o coração quanto fazer coisas positivas que o protegeriam. Não leia, não assista nem escute coisas que prejudicariam seu coração. Leia sua Bíblia, estude sua Bíblia, ore, adore e tenha comunhão com outros irmãos a fim de fortalecer seu coração e sua capacidade de resistir às coisas negativas que vêm contra o coração. Do coração “depende toda a sua vida”.

Considere Marcos 7:17-23:

Depois de deixar a multidão e entrar em casa, os discípulos lhe pediram explicação da parábola. “Será que vocês também não conseguem entender?”, perguntou-lhes Jesus. “Não percebem que nada que entre no homem pode torná-lo ‘impuro’? Porque não entra em seu coração, mas em seu estômago, sendo depois eliminado”. Ao dizer isso, Jesus declarou “puros” todos os alimentos. E continuou: “O que sai do homem é que o torna ‘impuro’. Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’” (NVI).

Sua responsabilidade como mãe ou pai que dá educação escolar em casa é preparar seus filhos lhes guardando o coração e equipando-os de modo que eles possam também fazer isso. Se fizermos isso, quer ou não nossos filhos sejam os melhores estudantes da nação não é importante. Se não fizermos isso, não é consolo nenhum ter um filho que é premiado como o melhor estudante do país.

Não há dúvida, mesmo que façamos o melhor, nossos filhos podem ainda escolher estragar tudo. Mas precisamos ter a certeza de que podemos olhar para trás e dizer: “Pela graça de Deus e com a ajuda de Deus, fiz o melhor que pude”.

O Dr. Fred Worth é professor do departamento de matemática da Universidade Estadual Henderson, em Arkadelphia, Arkansas, EUA.

Título do original: The Goal of Homeschooling

Traduzido e adaptado por Julio Severo: http://www.juliosevero.com.br/

07 fevereiro, 2006

Livros didáticos recomendados para você ensinar seus filhos em casa

Atenção: os livros didáticos recomendados por mim são de uma editora adventista. No entanto, o material em si não é religioso e, para quem como eu não é adventista nem aceita as doutrinas adventistas, não há motivo nenhum para preocupação, desde que se faça exatamente o que a Bíblia diz:

“Examinai tudo. Retende o bem.” (1 Tessalonicens. 5:21 ACF)

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