09 dezembro, 2004

A Marca da Besta: A Educação do Futuro

A Marca da Besta:

A Educação do Futuro

Julio Severo

Se perguntassem para nós hoje como será a educação do futuro, talvez diríamos que será uma educação que, finalmente, eliminará completamente o analfabetismo e dará oportunidades de ensino para todos. Pelo menos, nosso desejo simples é o bem-estar das crianças, inclusive na área educacional. Educação é parte importante da vida. Assim, a vasta maioria dos pais espera mandar os filhos para boas escolas.

Contudo, e se perguntassem para Abraão, Isaque e Jacó como seria a educação do futuro? Parece que eles não tinham preocupações com essa questão, pois eles estavam ocupados com a responsabilidade de treinar os filhos para viver para Deus neste mundo. Deus também não estava preocupado, pois ele sabia que Abraão e seus descendentes cumpririam essa responsabilidade. Ele mesmo disse: “Porque o conheço e sei que ele ordenará a seus filhos e sua casa depois dele, e eles guardarão o caminho de Jeová, para praticarem a justiça e o juízo, a fim de que Jeová traga sobre Abraão o que ele falou dele”. (Gênesis 18:19 Darby)

Portanto, Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, revela que Deus estava perfeitamente consciente de que Abraão estava capacitado para dar uma educação alicerçada no lugar certo: nos mandamentos de Deus. Abraão, Isaque e Jacó não se preocupavam com a educação do futuro, pois sua atenção estava voltada para a importante missão de educar os filhos nos caminhos do Senhor. Não existia para eles interesse educacional maior do que formar nos filhos uma mentalidade com um profundo conhecimento e temor de Deus.

E se perguntassem para outros homens e mulheres da Bíblia como seria a educação do futuro? Parece que poucos teriam condições de responder, porém há dois homens que saberiam dar uma resposta relevante: Moisés e João. Tendo estudado nas melhores universidades do Egito, Moisés estava em condições de oferecer uma perspectiva com base em sua experiência no sistema educacional egípcio, que não era muito diferente do que conhecemos hoje. No entanto, parece que em nenhum lugar da Palavra de Deus se vê uma resposta tão clara e direta quanto uma importante revelação que se encontra no último livro da Bíblia. Em Apocalipse, o Apóstolo João pôde ver por revelação especial como seria o sistema educacional de um futuro que, bem provavelmente, também inclui nossa geração.

O QUE APOCALIPSE REVELA SOBRE O FUTURO

Entre as muitas visões que recebeu no livro do Apocalipse, João viu um sistema de governo mundial, sob a liderança da Besta, controlando a vida de todas as pessoas:

“[A Besta] obrigou todas as pessoas, importantes e humildes, ricas e pobres, escravas e livres, a terem um sinal na mão direita ou na testa. Ninguém podia comprar ou vender, a não ser que tivesse esse sinal, isto é, o nome [da Besta] ou o número do nome [dela]”. (Apocalipse 13:16-17 BLH)

Será que é difícil entender essa passagem? Deus ama as pessoas simples que o amam e lhe dão atenção. Ele escreveu sua Palavra de modo que mesmo alguém sem formação educacional do mundo possa compreender. “A explicação da tua palavra traz luz e dá sabedoria às pessoas simples”. (Salmos 119:130 BLH) Como podemos então entender o que Deus está querendo nos dizer em determinados textos bíblicos? O que precisamos fazer é comparar uma passagem espiritual com outra passagem espiritual. Aliás, a própria Palavra de Deus nos ensina que podemos aprender a distinguir os pensamentos, intenções e revelações do Espírito Santo em Sua Palavra “comparando as coisas espirituais com as espirituais”. (veja 1 Coríntios 2:13 RC)

Então, comparando o texto de Apocalipse com duas passagens no Antigo Testamento que trazem indicação semelhante de sinal na mão e na testa, é possível entender o que esse simbolismo significa.

“Essa festa será como um sinal para vocês, como se fosse uma coisa amarrada na mão ou na testa, e os ajudará a se lembrarem de recitar e de estudar a lei do Deus Eterno; pois com grande poder ele os tirou do Egito”. (Êxodo 13:9 BLH)

“Isso será como uma lembrança, como alguma coisa amarrada nas mãos ou na testa. E nos fará lembrar que com o seu grande poder o Deus Eterno nos tirou do Egito”. (Êxodo 13:16 BLH)

A repetição da festa, ano após ano, ajudaria a educar o povo de Deus a nunca se esquecer da Palavra de Deus. Em termos bem simples, essa repetição era um método educativo usado para marcar profundamente a mente das pessoas, de modo que sempre se lembrassem de recitar e estudar a Palavra de Deus.

MARCAS PROFUNDAS

“[A Besta] obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome”. (Apocalipse 13:16-17 NVI)

Comprar e vender faz parte do sistema de vida da sociedade. Para sobreviver nesse sistema, no mínimo o cidadão precisa de um emprego. Principalmente em cidades grandes, praticamente todos os empregos exigem determinado nível de escolaridade. Aliás, uma das primeiras perguntas que um empregador faz a alguém que deseja um emprego é sobre grau de escolaridade. Mais do que nunca, um homem hoje precisa de um diploma escolar para poder ter uma ocupação no mercado de trabalho, e as exigências mínimas de escolaridade estão cada vez mais altas, obrigando assim crianças e adolescentes a passar o máximo de anos nas instituições escolares. Um ser humano hoje só é valorizado de acordo com um diploma oficial que comprova que ele passou anos estudando nas escolas e universidades. Está se tornando quase impossível viver sem um diploma escolar.

Essa tendência indica que logo não será possível conseguir um emprego sem uma escolaridade mínima aprovada pelo governo. Preocupados com os filhos e a fim de ajudá-los a não sofrer desvantagens e portas fechadas no mercado de trabalho, os pais fazem questão de forçá-los a passar o máximo de anos nas instituições de ensino. As pressões sociais, políticas e legais de hoje não permitem que um jovem consiga obter uma ocupação digna de trabalho sem um diploma escolar aprovado pelo governo, anulando assim suas chances de sobrevivência. Sem emprego, como é que alguém conseguirá comprar e vender para viver? É isso o que indica o texto de Apocalipse: os que não tiverem sido marcados na mão ou na testa não poderão fazer nada para sobreviver no mercado de trabalho. Qual então é o significado da mão e testa marcados?

Marca na mão: A mão é a parte do corpo que age, trabalha e realiza tarefas. O sinal na mão é um símbolo de que a pessoa recebeu uma formação educacional tão profunda e intensa que tudo o que ela faz traz a marca do que ela aprendeu. Ela foi ensinada a fazer as coisas de acordo com os ideais do sistema educacional do governo. Ela foi “marcada” para agir e se conduzir conforme a educação que lhe foi implantada.

Marca na testa: A testa é a parte do corpo onde fica a mente. O sinal na testa é um símbolo de que a pessoa recebeu uma formação educacional tão profunda e intensa que tudo o que ela pensa e fala traz a marca do que ela aprendeu. Ela foi ensinada a pensar e se expressar de acordo com os valores do sistema educacional do governo. Ela foi “marcada” para pensar conforme a educação que lhe foi implantada.

Se esse simbolismo realmente representa a influência de um sistema educacional no modo de as pessoas pensarem e agirem, então pode-se considerar essa influência como uma marca bem forte, pois hoje uma criança é obrigada a passar anos na escola institucional sendo marcada por muitos ensinos impostos pela educação do governo.

MISTÉRIO DA BESTA E SEU SIGNIFICADO

Qual é o significado do nome e número da Besta? Há a possibilidade de que nome e número possam ser uma referência bem simples aos conceitos básicos e essenciais de língua e matemática, que são as colunas fundamentais da educação. Assim, no sistema da Besta todos os cidadãos, cristãos ou não, são obrigados por lei a ir para a escola para aprenderem o básico (ler e escrever) e, no processo, absorverem “outros ensinos” que a Besta considerar importantes para a formação das crianças e adolescentes.

Portanto, a Besta mencionada em Apocalipse não é um homem, mas algum tipo de entidade espiritual por trás de um sistema social que controlará e dirigirá o rumo e a vida de todos os cidadãos. Assim, a Besta é um sistema operando aqui na terra sob direção e controle demoníacos. De que maneira exatamente a Besta controlará a vida das pessoas? Quem é a Besta?

O termo Besta significa no original grego animal selvagem ou pessoa má. Seguindo essa definição, é possível entender que todas as pessoas (de qualquer condição social, religião ou etnia) receberão uma formação educacional que as condicionará a pensar e viver sem a ajuda dos valores morais, exatamente como fazem os animais selvagens e as pessoas más. Em que sentido precisamente as instituições humanas de ensino poderiam implantar na mente das crianças abertura para condutas iguais ao comportamento dos animais selvagens ou das pessoas más?

SEXUALIDADE: UMA DAS QUESTÕES MAIS IMPORTANTES

Deus diz sobre a sexualidade humana: “É por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa”. (Gênesis 2:24 BLH) Aliás, o primeiro e mais importante mandamento positivo de Deus para o primeiro casal humano foi exatamente sobre sexo, casamento e família (veja Gênesis 1:28). Embora o homem tenha chamado especial de Deus para deixar pai e mãe para se unir à sua mulher, serem uma só carne, formarem uma família e dominarem o mundo, o sistema educacional moderno basicamente educa as crianças a pensar e agir sem limites morais, exatamente como se o ser humano fosse um animal selvagem.

Para combater a ameaça das doenças sexualmente transmissíveis, o governo oferece a solução da camisinha. Nas escolas públicas, os programas de prevenção a essas doenças têm “como principal objetivo possibilitar que crianças e adolescentes possam fazer escolhas na área da sexualidade com responsabilidade e sem culpa, sem correr riscos de uma gravidez indesejada e de doenças sexualmente transmissíveis”.[1] Crianças e adolescentes são ensinados a fazer “escolhas” na área sexual [eles podem aprender a decidir o que quiserem: sexo oral, vaginal, anal, etc.] com responsabilidade [sempre usando a camisinha e o controle da natalidade] e sem culpa [sem se sentirem incomodados com o sexo sem compromisso matrimonial]. É desse jeito que o governo quer que as crianças de escolas públicas aprendam a “proteger” seu prazer sexual de possíveis “transtornos”. Entre esses transtornos está a gravidez, que é colocada no mesmo nível das doenças sexuais.

Para o governo, o problema não é o sexo antes do casamento, mas a gravidez e a criança inocente já concebida. O problema é tudo (seja gravidez ou doença) o que atrapalha o adolescente de obter o prazer sexual, com ou sem casamento, com ou sem valores morais. Assim, o alvo do governo é usar as escolas para preparar os jovens para fazer sexo, não para entrar no casamento. Seu objetivo é educar os jovens a evitar a gravidez, não o sexo fora do casamento. Sua meta é ensinar “respeito” e “tolerância” para com a liberdade sexual, não respeito para com todos os compromissos morais envolvidos com o sexo, inclusive casamento, família e criação de filhos.

Ao excluir a importância e o valor do compromisso conjugal entre homem e mulher como única forma saudável e natural de se relacionar sexualmente, a educação das escolas acaba abrindo espaço para escolhas sexuais anormais, inclusive a homossexualidade. O homossexualismo tem sido apresentado e ensinado nas salas de aula não como um comportamento sexual contra a natureza, mas como um estilo de vida diferente, que merece respeito e tolerância. Basicamente, as escolas agora educam a criança para pensar e agir como animal selvagem ou pessoa má na área sexual. O sistema educacional da Besta faria diferente disso?

Os governantes entendem muito bem a importância da educação na formação dos futuros cidadãos. Em seu governo socialista, Lula lançou um programa abrangente inédito chamado Brasil Sem Homofobia, para cultivar nos cidadãos atitudes favoráveis ao homossexualismo e, através de campanhas, implantar na mente deles uma programação ideológica hostil que os faça rejeitar espontaneamente toda opinião contrária às práticas homossexuais. Essa programação os condicionará a ver como preconceito, discriminação e ódio toda posição, inclusive da Bíblia, que considere o homossexualismo como pecado, anormalidade e perversão. De que maneira ocorrerá essa sutil lavagem cerebral? O plano do governo é treinar principalmente os professores de escolas públicas para fazerem apresentações exclusivamente positivas da conduta homossexual para os estudantes. Então, será de estranhar ver e ouvir, daqui a alguns anos, a maioria dos jovens defendendo o homossexualismo com naturalidade? Tal defesa será evidência de que os anos que eles passaram nas escolas produziram os resultados esperados pelas campanhas “educativas”. Assim, o governo vê a escola como elemento chave em seu esforço para formar e mudar a mentalidade das crianças. A Besta verá as escolas de modo diferente?

RISCOS ESPIRITUAIS DA EDUCAÇÃO PÚBLICA

Além da sexualidade, é a vontade do governo que a educação pública também inclua, disfarçadamente, elementos religiosos. Embora o Ministério da Educação (MEC) não tenha o mínimo interesse em ensinar as crianças a conhecer, ler e respeitar a Bíblia, tal não é o caso com as práticas de feitiçaria. O MEC acredita que o candomblé e outras religiões ocultistas provindas da África são expressões culturais legitimas dos negros brasileiros e quer doutrinar sistematicamente as crianças de escolas públicas a não desprezar nem rejeitar as práticas dessas religiões. Assim, os alunos são ensinados a respeitar o ocultismo africano como cultura. Qualquer oposição a essa “cultura” é considerada como racismo. O sistema educacional da Besta faria menos que isso?

Uma das preocupações mais fortes de todo pai e mãe que ama é garantir a segurança física, espiritual e moral dos filhos. Até os animais protegem seus filhotes. No entanto, em muitas escolas públicas a criança é exposta a drogas e outras situações que lhe colocam em perigo a saúde moral e espiritual e às vezes a própria vida. Muitos alunos estão também desprotegidos de más influências e de ensinos que desrespeitam os princípios morais e bíblicos aprendidos no lar e na igreja. É na escola que muitas vezes adolescentes e crianças são expostos a modelos e exemplos errados de namoro e conduta sexual. É de admirar então que tantos jovens evangélicos caiam sob as pressões de suas amizades e se desviem do Senhor depois de passar anos sob tal influência e socialização negativa? O sistema educacional da Besta faria diferente disso?

No sistema educacional da Besta, as crianças serão condicionadas, em alguns aspectos, a viver e ver a si mesmas como um animal. Enquanto na Bíblia o ser humano é mostrado como claramente distinto, diferente e mais importante do que os animais, nas escolas do sistema da Besta as crianças aprenderão que o ser humano teve origem não em Deus, mas nos animais. Não é exatamente isso o que está acontecendo em nossa própria época? Nas escolas de hoje, os professores recebem ordem do governo para ensinar que o homem veio do macaco, igualando assim o ser humano aos animais. A mente de crianças inocentes é marcada com uma mentira contra Deus, o Criador. Se o homem é igual aos animais em essência, então por que seu comportamento sexual não pode se igualar ao dos animais também? Assim, se os animais não precisam se casar antes de fazer sexo, por que valorizar o casamento entre os seres humanos? Por que esperar até o casamento para fazer sexo? É de estranhar então que as propagandas contra a AIDS do governo e a educação nas escolas enfatizem só a preparação para o sexo, não para o casamento? Será que o sistema da Besta agiria diferente disso?

A VULNERABILIDADE DO ESTUDANTE NA ESCOLA

A influência que uma criança recebe na escola pode marcá-la para o resto da vida. Um importante exemplo é o que aconteceu com um rapaz na Alemanha. Ele vivia bebendo e gastando o dinheiro do pai, que era um advogado descendente de rabinos. Para a alegria do pai, o rapaz se converteu ao Cristianismo e abandonou os maus hábitos. Ele passou até a escrever poemas sobre suas experiências cristãs. Contudo, quando foi estudar num estabelecimento de ensino ele caiu debaixo da influência de um professor que o introduziu num nível avançado de satanismo e idéias políticas radicais. A partir daí, o rapaz adquiriu uma nova mentalidade e crescente interesse no satanismo. Sua nova inspiração o levou a escrever poemas e livros sobre assuntos bem diferentes dos ensinamentos de Jesus. Em seu poema O Jogador, ele escreveu:

Vapores do inferno se levantam e enchem o cérebro,

Até que eu enlouqueça e meu coração mude completamente.

Vê a espada?

O príncipe das trevas a vendeu a mim.

Para mim ele supera o tempo e dá os sinais.

Danço cada vez mais ousadamente a dança da morte.[2]

Em outro escrito, ele declarou:

Todas as minhas palavras são fogo e ação.[3]

O rapaz foi tão marcado pela influência que recebeu que acabou se tornando autor de obras que até hoje influenciam e inflamam nações e líderes mundiais: O Capital e O Manifesto Comunista. O nome do rapaz? Karl Marx, o fundador do socialismo, um sistema de governo criado para ocupar o lugar de Deus na vida dos cidadãos e controlar e determinar tudo o que fazem, principalmente na área da educação e família. Talvez nenhuma ideologia tenha trazido tanto derramamento de sangue para a humanidade quanto as idéias socialistas. De fato, as palavras de Marx se tornaram fogo e ação, incendiando e matando. Milhões de vidas inocentes foram destruídas na Rússia e na China comunista. Milhões de cristãos ao redor do mundo sofreram e sofrem cruelmente em países controlados por ideologias socialistas radicais, como Cuba, China e Coréia do Norte. Em países onde floresce um socialismo mais “brando” — como Suécia, Holanda, Canadá e Alemanha — as igrejas cristãs estão murchando e os direitos fundamentais dos cristãos estão sendo aos poucos suprimidos em favor de privilégios e direitos especiais para o comportamento homossexual, aborto e outras práticas contrárias aos princípios cristãos e morais mais básicos. Pais evangélicos que obedecem à Palavra de Deus e disciplinam fisicamente os filhos são alvo de discriminação, preconceito e hostilidade das autoridades suecas e canadenses, enquanto militantes homossexuais radicais adotam crianças e recebem espaço e permissão legal para poderem promover o homossexualismo até mesmo para crianças das escolas. O sistema da Besta faria menos que isso?

SOCIALISMO PARA TODOS, ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO

Apesar de toda a realidade cruel envolvendo o comunismo, socialismo, esquerdismo e todos os seus parentes ideológicos, em muitas escolas e faculdades do Brasil o socialismo é apresentado da maneira mais benigna e favorável possível. Um jovem evangélico me contou que ao estudar informática numa faculdade de Brasília, a leitura de O Capital, de Karl Marx, e outros livros socialistas era obrigatória, muito embora essas obras ideológicas nada tenham a ver com o assunto de informática. Será que um jovem estudante pode ser contaminado e marcado por idéias e influências erradas numa escola? Karl Marx é um exemplo trágico e real do que pode acontecer com um rapaz num ambiente escolar.

Basicamente, o socialismo — em todas as suas formas — prega a submissão e dependência total de cada cidadão no governo e suas instituições. Na maioria das nações da Europa, a população vem sendo sistematicamente condicionada, por diversas estratégias educativas, a não ser “intolerante”, “discriminadora” e “preconceituosa” contra o aborto, homossexualismo e outras perversões. Eles estão sendo condicionados a ver como natural o governo ocupando na vida deles um controle que só Deus deveria ter. Eles permitem que suas vidas sejam dominadas do nascimento até a morte. No passado, quando havia problemas nacionais e familiares, muitos europeus recorriam a Deus. Hoje, eles apelam para o governo. Se precisavam de emprego, buscavam mais a Deus. Agora, eles foram “ensinados” a pensar que é a responsabilidade do governo dar emprego para todos. O governo educou os cidadãos a vê-lo como o Grande Provedor. É de admirar então que a Europa esteja se esquecendo de Deus e experimentando um esvaziamento das igrejas cristãs?

O condicionamento do socialismo “brando” na Europa, através das escolas e dos meios de comunicação, programa todos para pensar que é o governo que tem o dever de suprir solução para tudo e para todos. Em resumo, os europeus aprenderam a depender mais do governo do que de Deus para suprir suas necessidades mais básicas. Para os pervertidos, o governo dá leis favoráveis ao homossexualismo, em vez de proteger os cidadãos contra condutas prejudiciais à saúde física e moral. Para as feministas, leis a favor do aborto, em vez de tomar uma posição firme contra o assassinato de bebês inocentes e indefesos. Para as esposas, condições para trabalhar fora, em vez de condições para elas não serem obrigadas por pressões econômicas a sair do lar para trabalhar e complementar a renda da família. Para as crianças, creches, em vez de condições para as mães poderem cuidar de seus próprios filhos no lar. Para os idosos, asilos, em vez de trabalhar para promover o bem-estar da família, que é o lugar mais saudável para acolher os seres humanos mais vulneráveis, inclusive idosos. Sem mencionar que as leis de freqüência obrigatória à escola mantêm crianças vulneráveis muitas horas diárias afastadas da família e seus valores e próximas do governo e seus valores. E toda a sociedade vê como normal o papel do governo e suas políticas socialistas que substituem as funções mais essenciais da família. Essas políticas tornam a família até certo ponto irrelevante e descartável. Pense bem: O sistema da Besta faria menos que isso?

As escolas de hoje, por imposição dos conceitos de “tolerância” e “pluralidade cultural” do governo, promovem o socialismo, evolução, homossexualismo e sexo sem necessidade de casamento e responsabilidade moral. Depois de passar dia após dia e ano após ano debaixo dessa influência “educacional”, como as crianças conseguirão deixar de ser marcadas? O sistema educacional da Besta faria diferente disso?

Um pergunta intrigante então é: a educação do futuro já está aqui? A educação revelada em Apocalipse já está acontecendo?

ESCOLA PARA TODOS, POR VONTADE OU POR FORÇA

A questão de hoje não é só que uma pessoa precisa receber uma boa educação, mas onde todos são obrigados a recebê-la. O único tipo de educação aceita para que alguém tenha um bom emprego é a educação das instituições de ensino que seguem as normas do governo. Se uma criança cristã receber uma educação completa, no lar, tudo o que será necessário é um justo reconhecimento. Mas o governo tem seus motivos e interesses para não dar tal reconhecimento. O governo vê uma educação controlada pelos pais como ameaça a seus objetivos ideológicos.

Esse controle sobre as crianças em idade escolar segue o rastro do socialismo e do nazismo. No passado, a educação pública nunca foi alvo de políticas governamentais compulsórias, porém as maiores ditaduras assassinas que o mundo já conheceu tinham interesses especiais. A Rússia socialista e a Alemanha nazista estão entre as primeiras nações modernas a controlar completamente as escolas, a não permitir uma educação exclusivamente cristã, a obrigar os professores a ensinar que o homem veio do macaco e a colocar o ser humano e sua vontade no centro de tudo na educação e na sociedade. Nessa questão, não há diferença ideológica significativa entre nazismo e socialismo. Aliás, a maioria dos membros fundadores do nazismo era formada por ex-militantes comunistas e sabe-se que o Partido Nazista — forma abreviada de Partido dos Trabalhadores Nacional Socialista — foi um movimento político composto, com Hitler e sua elite, por muitos homossexuais ocultos. A maior calamidade humana da história — a Segunda Guerra Mundial — começou quando os socialistas russos e os socialistas nacionais alemães fizeram um acordo para repartir, invadir e saquear a indefesa Polônia. Depois disso, o mundo viu tragédias e destruição em massa. Com esse exemplo cruel, as nações deveriam ter aprendido que um sistema de governo que obriga todas as crianças a freqüentar somente escolas aprovadas pelo governo está, literalmente, no caminho da destruição.

Sem dúvida alguma, as leis de freqüência obrigatória à escola da Alemanha nazista e da Rússia comunista teriam recebido total aprovação da besta. No entanto, será que o desejo governamental de controlar as crianças em idade escolar acabou? Infelizmente, não.

Já há leis compulsórias que forçam no Brasil e em muitos outros países todas as crianças a ir para a escola, e as tendências sociais, legais e políticas indicam que logo nenhuma criança poderá ficar fora das instituições de educação aprovadas pelo governo. Será então que a educação obrigatória revelada em Apocalipse já está começando a se tornar realidade? Hoje, todas as crianças — independente de raça, religião e condição social — são obrigadas a freqüentar a escola e receber uma educação de acordo com as determinações do governo. A criança pode estudar muito bem e até adquirir uma formação educacional excelente, porém se não receber sua educação através de instituições determinadas pelo governo, as autoridades lhe negarão um justo diploma, a fim de que as famílias nunca tenham a coragem de assumir a responsabilidade de controlar a educação dos próprios filhos através do ensino em casa. Essas ações do governo deixam a criança sem oportunidades e chances para entrar no mercado de trabalho mais tarde. A questão não é só que o governo quer que as crianças recebam uma educação, mas também que recebam um diploma que comprova que elas foram sistematicamente doutrinadas de acordo com os princípios aceitos pelo governo.

Um efeito colateral importante provocado pela posição da educação no pedestal social é que os jovens são obrigados a passar o máximo de anos estudando, sem nem mesmo poder pensar em casamento. Nos tempos bíblicos e até recentemente, a grande maioria dos jovens podia se casar logo que sentisse muita necessidade. Hoje, mesmo em grande necessidade, eles são forçados a esperar longos anos para se casar, devido às pressões sociais em suas vidas, pois todos temem que eles não conseguirão sustentar uma família sem um diploma aprovado pelo governo. Sem mencionar que as pressões do ambiente universitário para namorar cedo e para não casar cedo são tão grandes que se pode considerar um grande milagre se um rapaz ou moça conseguir terminar a universidade virgem.

Pesquisas indicam que por causa dos estudos universitários, rapazes e moças agora se casam cada vez mais tarde na vida. No entanto, eles não deixam de sentir desejos sexuais. Enquanto os jovens da Bíblia canalizavam esses desejos para o sexo dentro do casamento, os jovens de hoje também canalizam para o sexo, mas não no casamento, em parte por causa da imposição social que os impede de se casar antes de uma formatura. É um dilema importante, em que muitas vezes um ou outro é sacrificado, embora na grande maioria das vezes o sacrificado seja a família e o casamento. Assim, até mesmo muitos jovens cristãos, ao priorizar a educação na frente do casamento quando sentem necessidade sexual urgente, acabam envolvidos em situações bem parecidas com o que sofrem os jovens descrentes: sexo e gravidez antes do casamento e, tragicamente, até aborto. O governo soluciona esses “problemas” treinando os professores das escolas para falar sobre questões sexuais (inclusive métodos de controle da natalidade, camisinha e homossexualismo) num nível distante dos valores bíblicos e familiares. Tudo o que o governo tem feito, em seus esforços para ajudar a “cuidar” das necessidades sexuais das crianças e adolescentes, é ensinar os estudantes a fazer sexo sem gravidez e casamento.

Não é novidade alguma que o governo tem um interesse obsessivo na educação de todas as crianças. Sua meta, obviamente, é formar a mentalidade dos futuros cidadãos desde cedo.

ALTERNATIVA DIVINA

Contudo, a Palavra de Deus revela que Deus também tem um interesse profundo e especial na questão da educação das crianças de famílias cristãs. A orientação de Deus é que os pais têm a responsabilidade de dar para a criança uma educação completa no lar, onde ela poderá aprender muito mais do que só ler, escrever e fazer contas. Deus diz:

“Portanto, amem o Eterno, o nosso Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças. Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem. Amarrem essas leis nos braços e na testa, para não esquecerem delas; e as escrevam nos batentes das portas das suas casas e nos seus portões”. (Deuteronômio 6:5-9 BLH)

Em Deuteronômio, amarrar as leis e os ensinos nos braços e na testa é um sinal e símbolo usado para descrever a educação total que as crianças recebem em casa, sob a direção do pai e da mãe. Quem escreveu esse texto foi Moisés e ele sabia muito bem o que era ser marcado pela educação, pois ele mesmo havia recebido tal marca. A questão da educação é tão vitalmente importante que Deus, através de Moisés, repete para as famílias a mesma orientação:

“Lembrem-se desses mandamentos e os guardem no seu coração. Amarrem essas leis nos braços e na testa, para que não esqueçam delas, e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem, e as escrevam nos batentes das portas das suas casas e nos seus portões. Assim vocês e os seus descendentes viverão muitos anos na terra que o Deus Eterno jurou dar aos nossos antepassados. Enquanto o mundo existir, vocês viverão naquela terra”. (Deuteronômio 11:18-21 BLH)

Outra versão é ainda mais clara:

“Coloquem essas palavras em seus corações. Implantem-nas profundamente em vocês. Amarrem-nas nas mãos e testa como lembretes. Ensinem essas palavras para seus filhos. Conversem sobre elas onde quer que vocês estejam, sentados me casa ou andando na rua; conversem sobre elas desde o momento em que se levantarem de manhã até o momento em que vocês forem dormir a noite”. (Deuteronômio 11:18-19 MSG)

Essa passagem deixa claro que as crianças e o ambiente do lar em que a família vive devem ser profundamente marcados pela educação. Evidentemente, o centro dessa educação são os mandamentos de Deus. Sem esses mandamentos, toda educação, dentro ou fora do lar, é inútil.

Os pais foram colocados na posição de professores naturais de seus filhos, com a oportunidade e responsabilidade de ensinar espontaneamente do começo ao fim do dia, onde quer que estejam. Assim, enquanto as crianças estão em sua fase vulnerável, sua companhia educacional mais importante e próxima deve ser os próprios pais e seus valores. É desejo de Deus que as crianças fiquem totalmente expostas o dia inteiro, todos os dias e em todos os lugares ao exemplo e influência educacional dos pais, a fim de lhes marcar completamente as atitudes e pensamentos.

EDUCAÇÃO DE DEUS X EDUCAÇÃO DA BESTA

Quando Deus usou Moisés para orientar os pais a educar os filhos no lar, já existia um “excelente” sistema educacional fora do ambiente familiar. Hoje esse sistema ocupa uma posição de controle e respeito social tão grande que ninguém acredita que no lar a criança possa receber um mínimo de educação adequada. A idéia geral é que “ninguém consegue viver decentemente sem passar por uma escola institucional”. Assim, a educação das escolas ocupa um pedestal de divindade social que ninguém ousa questionar.

Embora não freqüentassem escolas públicas, as crianças das famílias de Deus na Bíblia recebiam uma educação excelente, principalmente nos mandamentos de Deus. Os professores não eram pessoas estranhas, mas o pai e a mãe. A escola era o próprio lar.

Naquela época não havia lápis, caneta, borracha, caderno, livros, etc. Hoje, com todos os recursos de que dispomos, os pais acham que, diante dos professores de escolas públicas, são incapacitados e inferiores para educar os filhos. Contudo, possuindo somente a Palavra de Deus e seguindo a orientação de Deuteronômio 11:18-21, os pais e as mães da Bíblia conseguiram educar e treinar filhos para o Senhor. Se era possível dar aulas em casa naquele tempo, por que não agora? Hoje há menos impedimentos para se dar aulas escolares em casa. Há computadores, vídeos e muitos outros meios que facilitam grandemente a instrução da criança. Portanto, do ponto de vista tecnológico, não há barreiras para que a educação da criança seja dada no próprio lar. A única barreira é o governo, que teme perder a oportunidade de marcar a criança com suas ideologias. Do ponto de vista e chamado de Deus, os pais e as mães têm a responsabilidade, com ou sem barreiras, de assumir a educação total de seus filhos.

A educação no lar não é impossível. Jesus mesmo disse: “O que é impossível para os homens é possível para Deus”. (Lucas 18:27 NVI) Eu e minha esposa educamos nossos filhos por esse método, sacrificando tudo para que Deus e seus projetos sejam prioridade absoluta na vida deles. Comprovamos por experiência própria que um menino aprende a escrever e ler melhor e mais rápido sob a instrução direta dos pais. Mas não estamos, de forma alguma, sozinhos. Há muitas famílias evangélicas no Brasil ensinando os filhos em casa, mesmo sem nenhum apoio e aceitação do governo. Nos EUA, o número de crianças evangélicas na educação escolar em casa — movimento conhecido lá como homeschooling — já chega a 2 milhões e não pára de crescer. Contudo, mesmo que estivéssemos sozinhos, não valeria a pena? Afinal, Deus é fiel e ele sempre honra os que o honram acima de tudo.

O alvo da educação pública é formar a mentalidade de um menino e menina de acordo com os valores aprovados pelo governo e transmitir para eles tudo o que esses valores consideram como importante. O alvo de Deus, quando ele orienta os pais a educar em casa, é transmitir para a criança tudo o que a Palavra de Deus vê como importante. Naturalmente, o governo não tem disposição de permitir que Deus e sua Palavra ocupem o centro da educação na vida das crianças. Aliás, o sistema social e político de hoje quer que acreditemos que é possível educar a criança sem misturar “religião”, embora nas escolas públicas haja crescente espaço para a expressão das religiões afro-brasileiras sob a máscara da valorização da cultura negra. A educação completa que o governo exige para as crianças é obrigatória e não inclui a Palavra de Deus no centro de tudo, não muito diferente da educação revelada em Apocalipse:

“[A Besta] obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome”. (Apocalipse 13:16-17 NVI)

Enquanto em Apocalipse se menciona o “marca na mão direita ou na testa”, Deuteronômio menciona amarrar as leis de Deus “nos braços e na testa”. Esse simbolismo bíblico se refere a uma educação completa e marcante na mente e nas atitudes das crianças, mas com uma diferença: Deuteronômio apresenta o plano de Deus para formar os filhos no lar, porém a futura formação da humanidade que Apocalipse revela ocorrerá fora da influência e controle da família e seus valores. Sua ligação mais importante será os valores da Besta, e a maneira mais eficaz de transmitir esses valores é aproveitando as oportunidades em que as crianças estão longe da supervisão direta dos pais.

  • Qual é o lugar em que um menino e menina passam mais horas, diariamente, fora dos olhares e proteção moral da família?
  • Qual é o lugar que eles, em seus anos vulneráveis, passam mais tempo distantes da esfera de influência dos pais?
  • Qual é o lugar em que eles ficam, durante anos, mais próximos do governo e seus valores?

Resposta: O ambiente da escola institucional. Apocalipse mostra que, através da educação, os valores escolhidos pela Besta serão implantados em todas as crianças e adolescentes: religiosos e ateus, pobres e ricos, pretos e brancos, empregados e patrões, etc. Um desses valores, por exemplo, é a tolerância, respeito e aceitação como normal de comportamentos como o homossexualismo. Essa educação será, na opinião dos maiores educadores futuros, completa porque o ser humano e sua vontade estarão no centro de tudo.

No entanto, de que adiantará para a humanidade alcançar níveis elevados em sua “qualidade” de educação, sem a Palavra de Deus? “Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?” (Mateus 16:26 NVI) Noah Webster, autor do famoso Dicionário Webster, declarou: “A educação é inútil sem a Bíblia”.[4] Uma educação sem a Bíblia valeria o sacrifício da alma de nossos filhos? Martinho Lutero declarou: “Temo que as escolas acabem mostrando no final que são as grandes portas do inferno, a não ser que elas se dediquem diligentemente ao trabalho de explicar as Escrituras Sagradas, gravando-as no coração dos jovens. Não aconselho ninguém a colocar seu filho num lugar em que a Bíblia não reine de modo supremo. Toda instituição em que as pessoas não se ocupam mais e mais com a Palavra de Deus está condenada a se corromper”.[5]

Lutero estava errado? Hoje quase todos os exemplos de famílias evangélicas em que há filhos desviados do Senhor, os filhos começam a se distanciar dos pais e seus valores durante o período em que freqüentam uma escola institucional. Eles se desviam por influência dos amigos, principalmente no convívio do ambiente escolar, onde muitas vezes não há respeito pelos valores morais da Palavra de Deus. Além disso, na escola institucional de hoje a criança e o adolescente absorvem novos valores e aprendem basicamente independência da família e seus valores.

MOISÉS E AS MELHORES ESCOLAS, DO PONTO DE VISTA HUMANO

Deus precisa da educação controlada pelo governo para construir e usar um homem ou uma mulher? Talvez ninguém tenha experimentado tanto de uma educação desse tipo quanto Moisés. Como filho adotivo da filha do faraó, o governante do Egito, Moisés passou considerável parte de sua vida recebendo educação nas melhores universidades egípcias, que eram consideradas as mais avançadas da época. Em termos modernos, seria como estudar nas melhores universidades americanas. Livros de história modernos confirmam que a educação no Egito era avançada:

Muitos dos ideais e crenças modernos, assim como grande parte do conhecimento sobre o homem, tiveram sua origem no Egito. Os antigos egípcios desenvolveram o primeiro tipo de governo nacional do mundo. Produziram uma arte e uma literatura expressivas. Introduziram a arquitetura baseada na pedra e fabricaram o primeiro material adequado para a escrita, o papiro. Estabeleceram o ano de 365 dias, e os métodos básicos de geometria e cirurgia.[6]

Moisés passou quase 40 anos de sua vida estudando! Sua formação educacional nas universidades egípcias foi tão abrangente que ele se tornou, com todo o conhecimento e treinamento que ganhou, um homem com a capacidade de falar com eloqüência e realizar grandes obras e empreendimentos na área política, científica, social, filosófica e militar. “Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e veio a ser poderoso em palavras e obras”. (Atos 7:22 NVI) Muito antes de ser usado por Deus, ele adquiriu uma fama e influência impressionante como pensador, filósofo, orador e empreendedor. Pelos padrões humanos, que valorizam apenas os diplomas, ele estava destinado ao sucesso das grandes carreiras.

Com toda a educação especial que recebeu, ele estava mais do que preparado para dirigir um povo, na esfera política e militar. Um dos seus primeiros atos, depois de anos de treinamento nas instituições de ensino egípcias, foi matar um egípcio que estava maltratando um hebreu. Embora muitas vezes dirija militarmente seus líderes, Deus não precisava do treinamento educacional e militar egípcio para usar Moisés para liderar o povo hebreu na sua saída do Egito. Por isso, Deus o levou para o deserto para remover dele a educação e preparação do Egito e lhe dar a educação e preparação do Senhor. Ali, depois de anos trabalhando com rebanhos de ovelhas e sem acesso a livros e outros meios para alimentar o vasto conhecimento cultural que ele havia adquirido nas universidades egípcias, ele perdeu sua capacidade para falar com eloqüência e coragem para realizar grandes obras (veja Êxodo 4:10,13). Quarenta anos de “treinamento” no deserto, sem acesso ao elevado conhecimento humano do Egito ao qual ele estava tão acostumado, o deixaram humilde em suas palavras e ações! Os longos anos que Moisés passou nas universidades egípcias foram também, na mesma proporção, os mesmos longos anos que Deus escolheu para moldá-lo e remover dele as marcas que a educação egípcia havia deixado no seu modo de pensar e agir.

Depois de passar 40 anos no deserto e ser “desmarcado” e “descontaminado” da educação egípcia, Moisés pôde ter o que todos os anos de estudo nunca lhe deram: abertura e sensibilidade para ouvir e atender à voz de Deus. Para remover dele toda socialização negativa que ele teve nas instituições de ensino, Deus o colocou numa situação em que não havia quase nenhum contato social, a não ser sua esposa, filhos e… a presença de Deus. Buscando a Deus profundamente na solidão do deserto foi uma experiência importante que o ajudou a se tornar um homem sensível e aberto ao Espírito Santo. Ouvindo a voz do Senhor, ele foi aprendendo sua vontade e foi poderosamente usado pelo Espírito Santo para ensinar o povo de Deus. Aliás, foi através dele que o Senhor deu a orientação de Deuteronômio 6:5-9, onde os pais são instruídos a assumir a educação total dos próprios filhos, marcando suas mentes para pensar e suas vidas para agir conforme o Senhor determina.

Moisés conhecia, de experiência própria, a educação em escolas institucionais. Conforme descreve o escritor Filo, da Antigüidade, ele estudou matemática, geometria, ciência, astronomia, poesia, música, medicina, hieróglifos, etc. Ele estudou tudo o que as universidades egípcias tinham para oferecer. Embora a instrução que ele recebeu no Egito o tenha marcado fortemente para falar e agir de acordo com a educação das melhores instituições de ensino daquele tempo, Apocalipse alerta que o sistema da Besta vai superar a educação egípcia, marcando muito mais profundamente o modo de as pessoas falarem e agirem. Naturalmente, o condicionamento da Besta na mente e vida das pessoas virá sob o disfarce de excelente educação humana.

Em Deuteronômio, Deus usa Moisés, um homem que tinha vasta experiência nas instituições humanas de ensino, para mostrar aos pais que a melhor educação ocorre no lar. Em Apocalipse, a Besta mostrará e obrigará todas as pessoas a aceitar como fato que a melhor educação ocorre nas escolas institucionais, fora da esfera da família e seus valores. O sinal ou marca na mão e na testa que a Bíblia revela indica o poder de uma educação sistemática que marca profundamente os estudantes em seu modo de pensar e agir. A diferença é onde cada sistema opera para marcar a vida das pessoas.

A freqüência obrigatória às escolas institucionais é cada vez mais a escolha do governo para as famílias. No entanto, a escolha de Deus nos dá a opção de escolher um jeito melhor de treinar nossos filhos academicamente, livres de interferência governamental.

A educação aprovada por Deus tem o lar como escola essencial, mas a educação futura ocorrerá longe da família e sua supervisão e acompanhamento moral e espiritual na vida das crianças. Essa educação futura ocorrerá sob a responsabilidade de governos e leis inspirados por uma potestade espiritual que quer condicionar os seres humanos a pensarem e agirem, em alguns aspectos, como animais ou como indivíduos maus, que não seguem nem respeitam os mandamentos de Deus, principalmente nas questões de sexo, família, filhos, aborto, homossexualidade, etc.

JOÃO BATISTA E A MELHOR EDUCAÇÃO, DO PONTO DE VISTA DE DEUS

A atual geração precisa das visitações de Deus. E a verdade é que ele tem prazer em visitar as pessoas para trazer cura, libertação, transformação e salvação. Se queremos criar e educar filhos que terão uma estrutura de vida espiritualmente forte para preparar as visitações que o Senhor deseja realizar neste mundo desesperado e necessitado, precisamos ter a disposição e abertura espiritual que o casal Zacarias e Isabel tinham. Eles estavam dispostos a sacrificar tudo por Deus e seus projetos divinos. Por causa dessa disposição, Deus lhes deu a honra e oportunidade de se tornarem os pais de João Batista, o homem que Deus usou para preparar o coração das pessoas para a vinda de Jesus Cristo.

João foi treinado de modo bem especial, desde o começo de sua vida. Ele nasceu bem na época do próprio nascimento de Jesus, e quase foi morto, pois em sua fúria contra a chegada do menino Jesus ao mundo o rei Herodes lançou uma campanha de perseguição contra as famílias da cidade de Belém, matando todos os bebês, na esperança de acabar com o Messias que havia nascido. Para salvar seu bebê da morte, Zacarias e Isabel pegaram João e fugiram para o deserto, onde passaram a viver escondidos das autoridades. Eles já eram muito idosos e provavelmente passaram seus últimos anos no deserto, protegendo e treinando seu menino especial.

Zacarias e Isabel, que eram pessoas muito dedicadas a Deus e vinham de famílias de sacerdotes, estavam muito bem capacitados para ensinar tudo sobre Deus e sua Palavra poderosa. Eles implantaram fortemente em João as verdades e mandamentos de Deus e lhe deram instruções básicas de como sobreviver no deserto. Pelas atitudes rústicas de João, nota-se que ele cresceu sem um convívio social “normal”. Mas Deus escolheu exatamente essas circunstâncias para treiná-lo para crescer diferente das outras pessoas. Homens e mulheres que têm uma missão especial de Deus em suas vidas são treinados, desde a infância, num modo de vida especial e diferente das pessoas “normais”. O treinamento especial de João mudou sua vida, fortaleceu seu chamado e moveu o Espírito Santo para derramar sobre ele a poderosa unção de Elias, um homem de oração que vivia nos desertos com Deus, um homem que foi profeticamente usado pelo Senhor para tocar uma nação inteira.

Do ponto de vista humano, João pode ter perdido muitas oportunidades de contato social, mas não houve perdas reais, conforme confirma Jesus: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma? Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um de acordo com o que tenha feito”. (Mateus 16:24-27 NVI) Sua falta de contato social “normal” foi preenchida por Deus com um treinamento especial que o envolveu em contatos muito especiais: a maioria dos apóstolos de Jesus já seguia João muito antes de conhecerem Jesus. Ele teve o privilégio de dirigir o treinamento espiritual inicial de Pedro e outros discípulos de Jesus! Do ponto de vista espiritual, a educação que João recebeu foi muito útil e lhe deu uma estrutura forte que o capacitou a preparar o coração dos homens que fariam parte importante do ministério de Jesus.

Deus achou que era necessário que João fosse criado no deserto, com muitos sacrifícios para ele e para seus pais, a fim de que ele pudesse ficar distante de todo tipo de socialização e influência negativa que o desviasse do chamado divino para ele. A única educação que João experimentou em seu isolamento no deserto foi a instrução bíblica e pessoal que seus pais lhe passaram. Não havia mais nada para distraí-lo. Não havia nenhum outro tipo de influência educacional. Seu contato mais importante era a presença do Espírito Santo, os próprios pais e seus valores. E ele não foi o único homem de Deus a “perder” em favor de metas mais importantes. O próprio Apóstolo Paulo diz: “E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo”. (Filipenses 3:8 BLH)

Zacarias e Isabel morreram logo, porém seus ensinamentos e valores espirituais jamais morreram. “Filho, faça o que o seu pai diz e nunca esqueça o que a sua mãe ensinou. Guarde sempre as suas palavras bem gravadas no coração. Os seus ensinamentos o guiarão quando você viajar, protegerão você de noite e aconselharão de dia. As suas instruções são uma luz brilhante, e a sua correção ensina a viver”. (Provérbios 6:20-23 BLH) Eles mesmos deram aulas escolares para seu filho. Essas aulas foram ministradas juntamente com os ensinos da Palavra de Deus. A educação projetada por Deus tem o lar como escola e a Palavra de Deus como centro da educação, sob a supervisão e acompanhamento direto dos pais. Até mesmo distintos homens reconhecem que a melhor educação vem da Bíblia. Theodore Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos, declarou: “Um conhecimento profundo da Bíblia vale mais do que uma educação universitária”.[7] Reconhecer uma verdade é uma coisa; pagar o preço para vivê-la é outra. Os pais de João Batista sacrificaram tudo para priorizar a Palavra de Deus na educação de seu filho.

Tudo o que Zacarias e Isabel ensinaram para João permaneceu vivo na alma dele, guiando-o na sua importante missão de anunciar e preparar a vinda do Messias. Com a educação no lar que recebeu dos pais, João pôde fazer o que, aos olhos de Deus, é o alvo mais importante de todo ser humano: viver a vontade e o chamado de Deus na terra.

A educação moderna e suas instituições formais podem parecer muito mais atraentes, sofisticadas e importantes do que a instrução cristã no lar, mas a educação institucional é um oásis traiçoeiro — cheio de promessas enganosas — cada vez mais controlado por governos para doutrinar sistematicamente as crianças. Esse controle e doutrinação é a principal característica do sistema da besta revelado no livro do Apocalipse. Em contraste, a educação escolar no lar oferece liberdade para as famílias fortalecerem e protegerem seus filhos moral e espiritualmente. Essa educação é realizável? No exemplo de Moisés e João Batista, Deus mostra que até mesmo no deserto, onde há escassez de recursos educativos e onde ninguém vê esperança de sucesso, ele pode educar e levantar grandes homens de caráter, integridade, sabedoria e coragem para liderar uma nação, treinar líderes e, principalmente, honrar o nome de Jesus Cristo. Assim, se Deus pode trabalhar no deserto para educar um homem ou mulher, quanto mais em casa!

Para as famílias cristãs, a educação no lar é essencial porque seu controle não pertence ao governo, mas aos pais. A educação escolar em casa dá aos pais a preciosa liberdade de colocar Deus e sua vontade no centro de tudo e treinar e capacitar a criança para se tornar um adulto equipado para fazer a vontade de Deus, glorificar a Pessoa de Jesus Cristo e ajudar a avançar, na sociedade e na vida das pessoas, um governo mais elevado: o Reino de Deus e seus valores. Assim, as crianças cristãs educadas no lar ganham a oportunidade maravilhosa de conhecer e obedecer a seu Mestre, Professor, Senhor e Rei e são treinadas, como foi João Batista, para ajudar homens e mulheres a se tornarem seguidores apaixonados de Jesus. Tal educação é perfeitamente possível quando se dá espaço livre e plenas oportunidades para Deus ser seu Capacitador.

Versões bíblicas usadas:

BLH: Bíblia na Linguagem de Hoje (CD-Rom Módulo Básico da Sociedade Bíblica do Brasil).

Darby: Tradução literal do Antigo e Novo Testamento feita por John Nelson Darby (1800-82).

MSG: THE MESSAGE, versão em inglês da Bíblia em Linguagem Contemporânea. Copyright 2002 by Eugene Peterson.

NVI: Nova Versão Internacional. Copyright 2000 Sociedade Bíblica Internacional.

Copyright 2004 Julio Severo. Proibida a reprodução deste artigo sem a autorização expressa de seu autor. Julio Severo é autor do livro O Movimento Homossexual, publicado pela Editora Betânia. Ele escreve principalmente sobre questões de vida e família e seu trabalho tem sido mencionado no Congresso Nacional e em importantes revistas evangélicas, inclusive Revista Show da Fé, Eclesia, Enfoque Gospel, etc. Além disso, seus artigos têm aparecido em muitos sites e publicados (inclusive três matérias de capa) na Defesa da Fé, a principal revista apologética para líderes evangélicos. Ele também é um líder no movimento de educação escolar em casa (veja a seção brasileira do site da Home School Legal Defense Association: www.hslda.org). Se desejar publicar este artigo em seu site ou revista, entre em contato com o autor. Para mais informações: www.juliosevero.com

Notas:

[1] Noticia fornecida pelo gabinete do deputado federal Josué Bengston via email datado de 11 de abril de 2002.

[2] William T. Still, New World Order (Huntington House Publishers: Lafayette, Louisiana, 1990), p. 131.

[3] William T. Still, New World Order (Huntington House Publishers: Lafayette, Louisiana, 1990), p. 131.

[4] William J. Federer, America’s God and Country (Fame Publishing, Inc.: Coppell, Texas, 1994), p. 676.

[5] William J. Federer, America’s God and Country (Fame Publishing, Inc.: Coppell, Texas, 1994), p. 405.

[6] 2002 Enciclopédia Koogan-Houaiss Digital.

[7] CITIZENLINK, 14 de abril de 2004.

08 dezembro, 2004

O motivo por que a cortesia e os bons hábitos são importantes

O motivo por que a cortesia e os bons hábitos são importantes

Christopher Klicka

Parte da experiência de dar aulas escolares em casa é ensinar os filhos a praticar boas maneiras. Para nossa própria sobrevivência, queremos que nossos filhos se conduzam bem em público e tratem os outros com respeito! Neste artigo, lhe darei oito dicas envolvendo o tipo de boas maneiras que nossos filhos precisam aprender de nós com diligência.

Então, por onde começamos? Precisamos ensinar aos nossos filhos a origem de onde vêm todas as boas maneiras: a Palavra de Deus.

A Bíblia diz: “‘Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes”. (Marcos 12:30-31 NVI) A Palavra de Deus é cheia de instruções que nos mandam amar uns aos outros. João 15:12-13 declara: “O meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros como eu os amei”. Vendo a importância que Deus colocou em nossa atitude de amar uns aos outros na Palavra de Deus, podemos entender a importância de praticar maneiras de demonstrar esse amor.

Estou convencido de que as boas maneiras são muito mais do que só uma conduta boa; são o cumprimento do mandamento de nos amar uns aos outros.

Uma das maneiras que Jesus Cristo usou para explicar como devemos tratar as pessoas à nossa volta está na seguinte passagem: “Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas”. (Mateus 7:12 NVI) Já citei esse versículo aos meus filhos centenas de vezes, explicando que tudo o que eles querem que os outros lhes façam, eles devem fazer pelos outros. Se simplesmente aplicarem esse versículo em determinadas situações, eles permanecerão no rumo certo e farão as decisões certas no momento de tratarem, responderem ou reagirem a seus irmãos ou outros amigos.

Romanos 12:17 deixa claro: “Não retribuam a ninguém mal por mal… Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem”. Toda criança acha difícil retribuir com o bem um arranhão, um golpe ou uma palavra grosseira. Contudo, esse é o padrão que sempre devemos manter diante de nossos filhos para ajudá-los a obter controle de suas emoções na hora de reagir e tratar os outros. A medida em que experimentarem um relacionamento real com Jesus Cristo, nossos filhos serão cheios dos Frutos do Espírito: amor, alegria, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, gentileza e domínio próprio. Quando a criança entende esses frutos e se conscientiza dos requisitos que Deus colocou sobre todos os Seus filhos, haverá mais facilidade de cultivar o hábito de praticar boas maneiras. Cultivando um desejo genuíno de agradar a Deus, a criança vai querer, com muito mais espontaneidade, abençoar os outros mediante atos de ajudar e servir.

Eis algumas dicas:

1. Precisamos ensinar a nossos filhos a importância de dizer palavras e frases gentis. Por exemplo, quando a criança quer que outras pessoas façam algo por ela, ela deve com toda naturalidade dizer “por favor”. Se ela receber algo, ou algum serviço de outras pessoas, ela precisa espontaneamente dizer “obrigado”. Se ela cometeu um erro ou deu um esbarrão em alguém, ela precisa ter a disposição de dizer “desculpe-me”. A criança precisa estar consciente de que a Bíblia diz: “Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus”. Deus quer que sejamos agradecidos e praticando essas palavras simples podemos exibir uma atitude que o próprio Cristo mostraria.

2. A criança precisa compreender que suas palavras têm um grande impacto sobre as outras pessoas. Ela precisa estar em condições de praticar os Frutos do Espírito mediante as palavras que ela diz. Ela precisa ter domínio próprio na língua mesmo em momentos de raiva. Ela precisa aprender conosco o hábito de cumprimentar os outros e edificá-los, a fim de que sejam construídos nela o caráter e a auto-estima. Tudo isso ela vai ganhar praticando bondade. A criança não deve dizer palavras rudes ou que machuquem, pois isso não exibe o fruto da bondade ou gentileza. A criança deve manter sua palavra a fim de exibir o fruto da fidelidade. É claro que o tom de voz e o modo como ela fala é muito importante, pois não é tanto o que dizemos, mas o modo como dizemos que machuca as pessoas. Controlar o tom da voz muitas vezes faz toda a diferença e revela se estamos mostrando amor aos outros em obediência a nosso Deus.

3. A criança precisa aprender a cuidar muito bem das coisas das outras pessoas. Se sua casa é como a nossa casa, temos muitas coisas espalhadas entre sete crianças. Essas crianças gostam de usar as coisas umas das outras. Ensinamos a elas freqüentemente a importância de tratar as coisas das outras pessoas com muito cuidado, a pedir permissão antes de usar (em vez de só ir pegando) e as devolverem imediatamente quando o dono pedir. Essas dicas funcionarão em qualquer ambiente e cumprirão o mandamento de amar nosso próximo.

4. Quando seu filho está em local público, ele precisa saber que ele é um embaixador de Jesus Cristo e que os Frutos do Espírito precisam ser mostrados de modo que os outros possam ver Jesus nele. Se seu filho está no restaurante, ele precisa falar com voz baixa, comer de modo apropriado com os utensílios, evitar bagunçar as coisas ou arrotar e respeitar as pessoas que estão sentadas em sua volta. Faça aos outros aquilo que você quer que eles lhe façam. Não deixe de repetir a ele essa verdade. É claro que na igreja, quando participamos com seriedade e alegria do culto de adoração e escutamos atentamente a Palavra de Deus pregada, precisamos mostrar o devido respeito a nosso próximo e a Deus. Num evento público, aplicam-se os mesmos princípios. Precisamos pensar uns nos outros, em vez de pensar só em nós mesmos, e precisamos tentar amar nosso próximo com nossas atitudes. A criança deve aprender a sentar-se quieta quando estiver assistindo e escutando a uma palestra ou evento semelhante. Ela deve vestir-se com ordem a fim de não atrair os outros ou atrair atenção indevida sobre si mesma.

5. Respeito à autoridade: As crianças precisam sempre respeitar seus pais ou outros adultos quando eles dirigem uma palavra a elas. É importante que as crianças olhem o adulto nos olhos e respondam conforme lhes foi perguntado. Dizer “sim” ou “sim senhor” mostra respeito e honra aos pais e adultos. Mostra também domínio próprio e verdadeiro amor para com adultos, demonstrando que Cristo vive dentro da criança. Uma atitude de desrespeito a um adulto é indesculpável e deve ser tratada sem nenhuma demora. A prática das boas maneiras ajudará em todos os empregos que seu filho tiver durante toda a sua vida adulta, pois os que tiverem autoridade sobre eles ficarão impressionados com seu bom comportamento. Praticar cortesia é algo simples, mas tem muito impacto.

6. Servindo as outras pessoas: A Bíblia declara em Gálatas 6:2 que devemos “levar os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumprir a lei de Cristo”. Declara ainda que “Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo”. Precisamos compreender que as Escrituras estão cheias de instruções que nos mandam tratar uns aos outros como mais importantes do que a nós mesmos. Esse é o princípio de morrer para o eu. Jesus demonstrou esse princípio lavando os pés dos discípulos e servindo muitas pessoas que estavam abatidas e abandonadas. De modo igual, precisamos ensinar a nossos filhos essa importante qualidade de morrer para o eu. Quando entenderem o que é servir os outros, nossos filhos acharão fácil praticar boas maneiras e com espontaneidade desejarão demonstrar cortesia.

7. Na mesa: As crianças precisam aprender conosco a amar seu próximo como a si mesmas quando estão comendo. De novo aplicam-se alguns dos mesmos princípios quando dizemos “por favor, passe as batatas” e “obrigado”, toda vez que algo é passado. Deve-se usar facas e garfos de modo certo, sem fazer barulho ao comer ou beber algo. Se há pouca salada ou outro alimento, a criança deve perguntar se outra pessoa quer antes que ela própria pegue a última porção. Se a comida não é a sua favorita, não demonstre uma atitude de nojo, mas coma em silencio uma porção menor. Não estando a comida estragada, não há desculpa para a criança choramingar ou se queixar de modo deseducado ou tentar fazer com que a pessoa que cozinhou se sinta inferior.

8. Respeito às meninas: Os meninos precisam saber que Deus criou o vaso mais fraco e quer que elas sejam tratadas de maneira especial. Pode-se começar essa educação desde cedo, quando se ensina os filhos a abrir as portas para sua mãe. Os meninos devem ser ensinados a sempre deixar as meninas ficarem na frente nas filas e na hora de entrar em algum lugar. É de modo especial bom ensinar seus meninos a ajudar a tirar o casaco da mãe e da avó quando elas forem se sentar. Quando um menino aprende a tratar sua mãe de modo apropriado, ele está sendo ajudado a desenvolver atitudes que o capacitarão a tratar outras mulheres nos lugares públicos suas próprias esposas futuras.

As boas maneiras vêm da Palavra de Deus e quando ensinamos a Palavra a nossos filhos, seu poder lhes penetrará fortemente o coração e mudará a vida deles. Por isso, precisamos nos assegurar de começar tudo com a Palavra, em vez de simplesmente forçar neles atitudes exteriores. Se desejamos que verdadeiras boas maneiras sejam exibidas de um jeito sincero e amoroso, nossos filhos precisam ser enraizados na Palavra de Deus e aprender conosco os versículos apresentados neste artigo. Deus abençoe você enquanto você treina seus filhos nas boas maneiras.

O Dr. Christopher Klicka é o principal advogado da Associação de Defesa Legal da Educação Escolar em Casa (http://www.hslda.org/) e já venceu milhares de casos onde famílias evangélicas que dão aulas escolares para seus filhos em casa estavam sendo ameaçadas por procuradores, assistentes sociais e autoridades agindo acima de suas reais responsabilidades. Ele também trabalha na elaboração de leis federais e em campanhas para pressionar o Congresso americano a respeitar o direito de as famílias evangélicas educarem os filhos em casa. O Dr. Klicka é autor do famoso livro The Right Choice: Home Schooling (A Escolha Certa: Educação Escolar em Casa) e de seu mais recente livro, The Heart of Home Schooling (O Coração da Educação Escolar em Casa). Ele e sua esposa, Tracy, dão aulas escolares para seus sete filhos e filhas.

Traduzido e adaptado, com a devida permissão do autor, por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/

Fonte: Revista Practical Homeschooling, novembro/dezembro de 2004, pág. 19.

http://www.home-school.com/

09 novembro, 2004

Tim LaHaye e as Escolas Públicas

Tim LaHaye e as Escolas Públicas

Um famoso escritor e pastor evangélico diz que a imensa maioria dos cristãos precisa mudar suas atitudes com relação às escolas públicas. Enquanto isso, os principais especialistas da área da educação estão tentando dissipar alguns mitos comuns sobre o homeschooling (cuja tradução é educação escolar em casa) e mostrar aos pais o motivo por que a educação em casa é uma escolha melhor para suas famílias.

O Dr. Tim LaHaye, co-autor da série de livros Deixados Para Trás, afirma que os pastores evangélicos que defendem que os pais mandem os adolescentes para as escolas públicas não percebem o que está acontecendo. Ele declara que esses pastores e outros líderes cristãos que vêem favoravelmente a educação pública “não entendem a perspectiva do mundo, dos humanistas seculares, que está sendo ensinada nas escolas públicas e que eles tendem a achar que basta pregarmos, orarmos e persistirmos, que conseguiremos que nossos filhos sejam salvos”.

O resto do artigo, em inglês, encontra-se neste link:

http://headlines.agapepress.org/archive/11/afa/242004a.asp

Traduzido e adaptado por Julio Severo: juliosevero@hotmail.com

30 janeiro, 2004

Discurso sobre educação escolar em casa na Câmara dos Deputados

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 008.3.52.E

Fase: PR

Hora: 20:36

Data: 26/01/2004

Orador: ELIMAR MÁXIMO DAMASCENO, PRONA-SP

O SR. ELIMAR MÁXIMO DAMASCENO (PRONA-SP. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a educação é, com certeza, um dos fatores mais importantes para a construção de uma sociedade democrática, desenvolvida e socialmente justa. É condição básica e direito fundamental da cidadania.

Não é por outra razão que, na formação das sociedades modernas, a partir do Século XIX, a educação assumiu papel de relevo nas políticas públicas, com a organização dos sistemas de ensino e a consolidação dos processos de escolarização formal.

Reconhecida como elemento impulsionador do desenvolvimento econômico e social, a educação, desde a segunda metade do século passado, passou a ser considerada fator estratégico nos processos de planejamento dos diferentes países. Seu elevado retorno social e individual, demonstrado pelos estudos de então, manifestou-se, na prática, nas conquistas realizadas em todos os países que, sistemática e continuamente, investiram na educação de qualidade de sua população.

A manutenção de sistemas públicos de ensino, especialmente na educação básica, com padrões de qualidade legalmente definidos e efetivamente praticados, tem sido a marca dos países que lograram dar o salto em direção ao desenvolvimento, ultrapassando as barreiras das desigualdades, dos desequilíbrios internos e das injustiças sociais.

Em países que alcançaram os mais avançados patamares do desenvolvimento econômico e social, são fortes e bem estabelecidas as raízes das escolas mantidas e fiscalizadas pelas comunidades locais. Há, nesses casos, o exercício de responsabilidade efetiva das famílias na garantia da qualidade do ensino oferecido às suas crianças, por meio da participação nos colegiados e até mesmo na gestão executiva das escolas.

Além disso, sobretudo nas duas últimas décadas, observaram-se nos Estados Unidos, na Europa Ocidental, na Austrália e no Japão experiências genericamente designadas de homeschooling, isto é, famílias assumindo a responsabilidade direta pelo processo de instrução de seus filhos, em casa; tais crianças deixam, portanto, de freqüentar as escolas. A certificação de seus conhecimentos, relativa a cada etapa da escolarização formal, é obtida pela realização de exames ou por outros processos de avaliação determinados pela autoridade educacional competente.

Têm sido recentemente noticiadas experiências de bom êxito dessa natureza. Uma volumosa literatura vem procurando demonstrar que o ensino em casa não só tem alcançado bons resultados, sob o ponto de vista acadêmico, como tem assegurado a desejada formação para a cidadania, entendida sob uma perspectiva multidimensional: pessoal, social, temporal e espacial.

Infelizmente, no Brasil, ensinar os filhos em casa, em substituição à freqüência escolar, é atividade contrária à lei, pois o Ministério da Educação não reconhece tal prática.

Urge enriquecer o sistema educacional brasileiro com métodos alternativos de educação básica. O ensino básico domiciliar é desenvolvido na residência do aluno, em pequenas comunidades, sob responsabilidade direta e necessária dedicação dos pais à instrução dos filhos.

Não pode, Sr. Presidente, o Estado ficar acima da família; os pais devem decidir qual o modelo de ensino que desejam para seus filhos.

Seguramente, o sistema educacional brasileiro deve estar atento às razões que estão determinando a adoção de tal prática e aos resultados dela derivados. E, a partir dessa análise atenta, pesquisar as vantagens e as desvantagens de autorizar a sua implementação no País.

Trata-se de dosar, com o cuidado pedagógico necessário, a responsabilidade do Estado e da família na condução da educação das crianças e jovens, de acordo com o art. 205 da Constituição Federal que assim dispõe: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho".

É chegada a hora de o Parlamento brasileiro discutir sobre a escola em casa, e dar a oportunidade de os pais escolherem que tipo de educação desejam para seus filhos.

Deus ilumine a família brasileira!

Muito obrigado.

05 outubro, 2003

Fatos sobre a Educação Escolar em Casa

Fatos sobre a Educação Escolar em Casa



FATOS SOBRE



A EDUCAÇÃO ESCOLAR EM CASA

Brian D. Ray, Ph.D.*
Fevereiro
2003

Ativa e Visível na Vida dos Americanos

· Pelas estimativas, havia de 1.700.000 a 2.100.000 de crianças (da pré-escola até o ginasial) educadas em casa no período de 2002-2003 nos Estados Unidos. A educação escolar no lar parece ainda ser a forma de educação que está crescendo mais rápido.
· As famílias envolvidas no movimento de educação escolar em casa não dependem dos recursos públicos financiados por impostos — provavelmente eles dão uma economia de mais de
10 bilhões de dólares por ano para os contribuintes do imposto de renda dos EUA. 1

Desempenho Acadêmico

· O Dr. Brian Ray, no mais profundo estudo nacional sobre a educação no lar nos Estados Unidos, coletou dados envolvendo 5.402 estudantes de 1.657 famílias. O desempenho acadêmico dos estudantes que recebem educação escolar em casa foi, em média, de modo significativo acima do desempenho dos estudantes de escolas públicas. Além disso, os estudantes educados no lar se saíram bem mesmo quando seus pais não eram professores credenciados e mesmo quando não havia regulamentos governamentais controlando a educação escolar no lar.2
· Os educadores no lar podem ser flexíveis e adaptar ou personalizar o currículo conforme as necessidades de cada criança.
· Em estudo após estudo, as crianças instruídas em casa tiram notas melhores, em media, do que as crianças de escolas públicas (veja a tabela)
.2

....

Leitura

Língua

Matemática

Escolas Públicas

50

50

50

Educação Escolar no Lar

65-80

65-80

65-80

· Para os estudantes deficientes, há índices mais elevados de tempo envolvido na educação escolar em casa, onde eles têm maiores ganhos acadêmicos. “… Os pais, mesmo sem treinamento educacional especial, forneceram fortes ambientes educacionais no lar…” (p. 11).3

Atividade Social e Desenvolvimento Emocional

· Estudando condutas reais em observação, o Dr. Dr. Shyers (1992) constatou que crianças que recebem educação escolar em casa têm significativamente menos problemas de conduta do que crianças da mesma idade que estudam em escolas públicas.4
· Múltiplos estudos mostram que crianças educadas em casa têm conceitos positivos sobre si mesmas
.2
· Estudantes educados no lar regularmente se envolvem em viagens de campo, escotismo e trabalho voluntário, e seus pais (que são seus principais modelos de papéis) têm significativamente mais envolvimento em atividades cívicas do que os pais de crianças de escolas públicas
.2

Adultos que Tiveram Educação Escolar em Casa

· Com relação à capacidade dos estudantes universitários de pensar de modo crítico, os pesquisadores não constataram nenhuma diferença importante entre os que se formaram em escolas particulares, escolas públicas e educação escolar no lar.5
· Um estudo envolvendo adultos que foram educados em casa constatou que nenhum estava desempregado e nenhum estava vivendo à custa dos serviços sociais do governo,
94% disseram que a educação em casa os preparou para serem pessoas independentes, 79% disseram que os ajudou a se relacionar com indivíduos de diferentes níveis da sociedade, e eles apoiaram fortemente o método de educação no lar.7

Para Mais informações
Resoursos importantes do NHERI www.nheri.org: (
1) Worldwide Guide to Homeschooling: Facts and Stats on the Benefits of Home School (book, $9.99), (2) Home Schooling on the Threshold: A Survey of Research at the Dawn of the New Millennium (report, $3.95), and (3) Home-Based Education: The Informed Choice (video, $19.99).

· Brian D. Ray, Ph.D., é pesquisador, escritor e palestrante, ex-professor de educação e ciência, ex-professor escolas do ensino fundamental e ginasial e presidente do Instituto Nacional de Pesquisa da Educação em Casa. O Dr. Ray obteve seu doutorado em educação de ciência na Universidade Estadual do Oregon.

National Home Education Research Institute
PO Box
13939, Salem OR 97309
(
503) 364-1490 fax (503) 364-2827 www.nheri.org
COPYRIGHT ©
2003 by Brian D. Ray To order multiple copies of this fact sheet, contact NHERI.



Notas finais:
1. Ray, Brian D. (2002). A quick reference worldwide guide to homeschooling: Facts and stats on the benefits of home school, 2002?2003. Nashville, TN: Broadman & Holman, Publ.
2. Ray, Brian D. (1997). Strengths of their own—Home schoolers across America: Academic achievement, family characteristics, and longitudinal traits. Salem, OR: National Home Education Research Institute.




3. Duvall, Steven F. (1994, August 30). The effects of home education on children with learning disabilities. A paper presented to the Home School Legal Defense Association..
4. Shyers, Larry E. (1992). A comparison of social adjustment between home and traditionally schooled students. Home School Researcher, 8(3), 1-8.


5. Oliveira (de Oliveira), Paulo C. M., Watson, Timothy G., & Sutton, Joe P. (1994). Differences in critical thinking skills among students educated in public schools, Christian schools, and home schools. Home School Researcher, 10(4), 1-8.
6. Knowles, J. Gary. (1991). Now we are adults: Attitudes, beliefs, and status of adults who were home-educated as children. Paper presented at the Annual Meeting of the American Educational Research Association, April 3-7, Chicago IL. (facts01.d6, 3/11/02; rev. 2/14/03)





Copyright © by NHERI All Right Reserved.

Fonte: http://www.nheri.org/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=21

Tradução e adaptação: Julio Severo www.juliosevero.com

05 novembro, 2001

Defendendo a Responsabilidade da Família na Educação dos Filhos

Defendendo a Responsabilidade da Família na Educação dos Filhos

Julio Severo

À primeira vista, seria desnecessário frisar que os pais têm a principal responsabilidade na educação de seus filhos. Afinal, por milhares de anos eles sempre tiveram um papel decisivo na área de ensinar os filhos.

A principal desvantagem do passado era que não havia os recursos educacionais que conhecemos hoje, e a vantagem era que uma educação centrada no lar moldava a formação do caráter de forma direta. Havia tanto convívio familiar que não sobrava aos adolescentes tempo para se envolver com más companhias. O normal era o respeito e o apego à família. Hoje a situação se inverte: pouco convívio familiar e muito envolvimento com amigos suspeitos, principalmente em escolas públicas, trazendo como resultado infelizes mudanças de comportamento, inclusive desrespeito aos valores aprendidos na família e na igreja.

O que sempre tornou fundamental o papel dos pais na educação dos filhos é que eles sempre tiveram a autoridade para definir os valores de vida. Sua missão era encorajar, corrigir e treinar moralmente. Os filhos não aprendiam somente a ler e a escrever, mas também a levar uma vida honesta e responsável.

Embora saibam que o melhor lugar para uma criança aprender valores morais é o lar, muitos pais se sentem incapazes de dar aos filhos o conhecimento educacional que as escolas institucionais podem dar. Assim, eles enviam os filhos a essas escolas, muitas vezes temendo por sua segurança moral, espiritual e física.

As escolas públicas têm hoje uma vasta influência na vida de milhões de crianças. As crianças passam grande parte de seu tempo semanal absorvendo o que aprendem nas escolas. E o que elas estão aprendendo?

A maioria dos pais sente que as escolas públicas não são uma boa opção. Eles gostariam de mandar os filhos para uma escola cristã. Até mesmo pais não-evangélicos não vêem nenhum problema em colocar os filhos em escolas cristãs, porque sabem que lá eles aprenderão valores morais. Os pais têm um interesse natural em proteger os filhos e lhes dar segurança. Na escola pública, as crianças estão sujeitas a absorver ensinamentos errados e as experiências negativas dos amigos. É uma socialização que desafia tudo o que ela aprendeu no lar. Nesse desafio, o maior perdedor pode ser a criança e a família.

É claro que é direito dos pais decidir o tipo de educação que será melhor para os filhos. Se eles preferem uma escolar pública, o governo não deveria impedi-los, mas apoiá-los. Se o que os pais querem é mandá-los para uma escola particular cristã ou lhes dar educação escolar em casa, é responsabilidade do governo tratar esses pais com o mesmo respeito e apoio. O papel do governo é apoiar os pais, não tentar substituí-los ou enfraquecer seu direito de escolher o que é melhor para os filhos.

Embora a escola pública ofereça um ambiente moralmente desprotegido para muitas crianças, cristãos adultos — como professores, diretores, etc. — deveriam aproveitar toda oportunidade para influenciar essa área. É o que eu mesmo faço. Já tive chance, por exemplo, de dar palestras em escolas públicas sobre aborto e sexo antes do casamento, de um ponto de vista cristão. Os alunos deram muita atenção e experimentaram um impacto tremendo. Costumo também orientar líderes cristãos a darem palestras em escolas públicas.

Uma escola particular cristã é uma opção que toda família gostaria de escolher. É sempre uma boa opção. Mas a maioria das pessoas não tem condições financeiras de sustentar os estudos pagos dessas escolas.

A grande vantagem de nossa época é que o computador nos permite fazer agora o que antes não era possível. Podemos entrar em bibliotecas, consultar enciclopédias e adquirir todo tipo de conhecimento, com um simples click do mouse. Especialistas americanos como John Naisbitt acham que com o computador agora acessível será possível as famílias darem aos filhos educação escolar no próprio lar.

Educar uma criança é como cultivar uma planta. Aliás, o Salmo 128:3 diz que nossos filhos são como oliveiras novas. Plantinhas devem ser cultivadas, regadas e tratadas com muita atenção. Embora o capim possa crescer sem nenhum problema em qualquer lugar, plantinhas valiosas precisam do nosso cuidado direto. Se receber uma educação qualquer, sem princípios morais, a criança corre o sério risco de se tornar como capim, moralmente inútil. Se receber uma educação cuidadosa, ela terá tanto valor e utilidade como a oliveira.

Se durante seu crescimento, essas plantinhas forem regadas com ensinamentos que contaminam e desafiam os valores morais aprendidos no lar, como poderão se preparar para o futuro? As escolas públicas estão regando as crianças numa fase em que elas estão abertas para absorver e aprender experiências. Elas absorvem experiências de seus amigos de escola e também as experiências que seus professores lhes passam. Há professores que, alegando melhorar o desempenho escolar dos alunos, os levam à prática da meditação oriental. As crianças não estão preparadas para discernir o fator espiritual dessa prática. Elas não sabem que, nas religiões orientais, a meditação faz com que o indivíduo entre em contato maior com espíritos guias.

Deveríamos dar a elas a chance de serem regadas com ensinamentos da melhor qualidade moral possível. Deveríamos mandá-las para escolas cristãs conceituadas.

Não havendo essa possibilidade, podemos optar pela educação escolar em casa. Não é difícil. Dois milhões de crianças americanas recebem educação escolar em casa, dos próprios pais. A experiência mais comum é que crianças educadas assim têm dificuldade de se envolver com más amizades, respeitam os pais, têm um desempenho educacional superior ao dos alunos em escolas públicas e até particulares.

No Brasil, já há famílias brasileiras dando educação escolar em casa para os filhos. Embora muitos americanos residentes no Brasil ensinem os próprios filhos no lar, com a liberdade que sua cidadania americana lhes dá, as famílias brasileiras estão dando educação escolar em casa com a liberdade que lhes é garantida na própria Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essa declaração diz que é direito prioritário dos pais escolher a educação dos filhos.

Apesar disso, o Ministério da Educação já se colocou na oposição a esse método de ensino, contrariando até mesmo tratados internacionais que o Brasil assinou, e um ministro do Superior Tribunal de Justiça declarou que os pais não podem dar educação escolar em casa porque “os filhos não são dos pais”. Então, de quem são os filhos?

No pensamento socialista, as pessoas pertencem ao governo. Se o governo, por exemplo, determina que todas as crianças em idade pré-escolar devem ir para a creche, todas terão de ir. Se o governo estabelece que as esposas não têm a liberdade de permanecer em seus lares para cuidar dos filhos, só lhes resta deixá-los na creche e entrar no mercado de trabalho.

Contudo, não vivemos num país totalitário. Vivemos num país democrático, onde escolhas e decisões, ainda que sejam diferentes, precisam ser respeitas. Todos são iguais perante a lei. O próprio direito natural estabelece que os filhos são responsabilidade prioritária dos pais, não do governo. A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem respeitado esse direito. Agora resta às nossas autoridades colocarem o bem-estar das famílias e suas escolhas livres acima de suas próprias ambições políticas.

Fonte: http://www.juliosevero.com.br/