27 maio, 2020

Entidade evangélica Visão Mundial se une a 34 organizações esquerdistas para declarar que a educação escolar em casa “traz riscos” para crianças e adolescentes


Entidade evangélica Visão Mundial se une a 34 organizações esquerdistas para declarar que a educação escolar em casa “traz riscos” para crianças e adolescentes

Julio Severo
Com a pandemia do coronavírus (COVID-19) e crianças sem poder ir à escola, muitos pais estão optando pela educação escolar em casa, internacionalmente conhecida como homeschooling. Em reação, esquerdistas prepararam um manifesto em 14 de Maio de 2020 contra a educação escolar em casa. O manifesto, intitulado “Além de inconstitucional, educação domiciliar traz riscos a crianças e adolescentes, dizem 35 organizações em nota técnica,” foi assinado por 35 organizações esquerdistas, inclusive a Visão Mundial.
A filial brasileira da Visão Mundial (conhecida em inglês como World Vision), que foi fundada por evangélicos, deveria cumprir uma missão evangélica, e não se aliar a organizaçôes esquerdistas que constantemente atacam os evangélicos e seus valores.
Quais são as queixas das 35 organizações esquerdistas, inclusive a Visão Mundial, contra a educação escolar em casa?
O manifesto se queixa de que “não existe amparo legal para prática da educação domiciliar no país” e que a educação escolar em casa “apresenta outros sérios riscos para a proteção da criança e do adolescente,” acrescentando que “os riscos se baseiam nas altas taxas de violência e abuso sexual e de trabalho infantil acontecem dentro do ambiente familiar.”
O manifesto explica:
De acordo com dados do Ministério da Saúde, 68% dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes acontece em ambiente doméstico. E a maioria das vítimas de violência sexual são crianças e adolescentes (de 0 a 17 anos de idade) e do sexo feminino.
Com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, a nota técnica mostra que a cada hora, quatro meninas de até 13 anos são estupradas. E que 66% das crianças do sexo masculino estupradas no país tem entre zero e 15 anos de idade.
O manifesto culpa então toda essa violência sexual no ambiente familiar, sem explicar exatamente o que é esse ambiente. As 35 organizações esquerdistas veem o ambiente familiar como ambiente de “sérios riscos.”
Enquanto o ambiente normal da educação escolar em casa é composto por pai e mãe casados conservadores (significando que eles não são divorciados nem recasados porque a maioria dos adeptos da educação escolar em casa são cristãos praticantes), o “ambiente familiar” descrito vagamente pelo manifesto nem sempre tem esse perfil conservador.
Mães solteiras que pulam de um relacionamento para outro são computadas em “ambiente familiar.” Pessoas que vivem juntas sem casamento e partem para outros relacionamentos, colecionando filhos de diferentes relacionamentos, também são computadas como lar. Esses relacionamentos que estão fora do casamento formal e tradicional são os mais violentos.
Se o manifesto fosse honesto, ainda mais tendo a presença de uma grande entidade evangélica que tem atuação internacional, elogiaria a educação escolar em casa e denunciaria os relacionamentos fora do casamento. Mas o manifesto faz o contrário: usa a óbvia violência mais elevada dos relacionamentos fora do casamento, tão defendidos pela esquerda, mas propensos a abusos, como evidência de que a educação escolar em casa seria ruim.
Tradicionalmente, a esquerda defende relacionamentos fora do casamento, com todo os seus perigos e violência.
E tradicionalmente a esquerda ataca a família tradicional, porque um pai e mãe casados conservadores que educam seus filhos ameaçam a doutrinação ideológica hegemônica da esquerda nas escolas. Por isso, a esquerda luta para tirar as crianças das famílias e colocá-las diretamente sob a doutrinação esquerdista das escolas. Uma criança tem muito mais chance de virar esquerdista indo para a escola do que estudando num lar conservador.
A esquerda tem mais facilidade de monitorar e fiscalizar as crianças na escola do que em lares. Uma dessas fiscalizações inclui a questão da disciplina física de crianças. De acordo com a Lei da Palmada, aprovada por socialistas em 2014, pais brasileiros são proibidos de disciplinar os próprios filhos fisicamente por desobediência. De acordo com essa lei socialista, tal disciplina constitui “violência.” Então, quando um manifesto socialista menciona “abuso contra crianças,” esse abuso inclui o que sem socialismo não é abuso, mas direito natural dos pais.
O manifesto conclui:
Regulamentar a prática da educação domiciliar pode agravar os casos de exploração, abusos e violências contra crianças e adolescentes. “É priorizar a agenda de uma minoria — em muitos casos fundamentalista — em detrimento do direito da maioria. É, portanto, extremamente irresponsável do ponto de vista não somente da educação como também da proteção da criança e do adolescente.”
A linguagem do manifesto, vergonhosamente apoiada pela Visão Mundial, revela o centro de sua preocução ao dizer que a legalização da educação escolar em casa prioriza a agenda de uma minoria “fundamentalista.” Esse termo é muitas vezes usado não para designar os ambientes familiares insalúbres, mas famílias cristãs que seguem princípios bíblicos e conservadores. De forma alguma a educação escolar em casa traz prejuízos para a maioria das pessoas, conforme aponta o documento, pois a educação escolar em casa nunca é imposta em ninguém. Mas, evidentemente, traz prejuízos enormes para a esquerda.
O manifesto considera o lar conservador um ambiente inseguro — para a doutrinação socialista, é claro — e o ambiente escolar seguro — para a doutrinação socialista, é claro.
Como defensor da educação escolar em casa no Brasil há mais de 20 anos (sou tradutor do livro de educação escolar em casa De Volta Ao Lar, de Mary Pride), o único risco que vejo é o sequestramento da bandeira da educação escolar em casa. No governo de Jair Bolsonaro, muitos adeptos ocultistas ocupam cargos importantes, inclusive na área de educação. Esses ocultistas foram indicados por Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro. Carvalho é membro da Escola Tradicionalista, cujo membro mais proeminente foi Julius Evola, guru do ditador fascista italiano Benito Mussolini.
Embora Bolsonaro tenha sido eleito principalmente por evangélicos, ele escolheu encher seu governo dos adeptos de Carvalho, os quais usam o conservadorismo, inclusive a educação escolar em casa, para promover sua agenda “tradicionalista” ocultista.
Contudo, o manifesto ataca todos os adeptos de educação escolar em casa no Brasil, quer façam por motivos cristãos ou por motivos esotéricos e “tradicionalistas.”
Entre as 35 organizações que assinaram o documento socialista estão:
* Geledés Instituto da Mulher Negra, uma organização supremacista negra que defende o aborto e o homossexualismo.
* Grupo de Trabalho da Agenda 2030 no Brasil, uma entidade radicalmente socialista.
* Instituto Paulo Freire, uma entidade radicalmente socialista.
* MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), uma entidade radicalmente socialista.
* E Visão Mundial.
Como uma entidade evangélica enorme como a Visão Mundial assina um documento  que ataca o lar conservador como um ambiente inseguro — para a doutrinação socialista — e o ambiente escolar como seguro — para a doutrinação socialista?
Milhares de evangélicos nos EUA e outros paises enviam contribuições financeiras para a Visão Mundial alimentar crianças, não para alimentar o fanatismo esquerdista antifamília.
O ambiente da família natural é a maior proteção para a criança. Colocar a escola, especialmente a escola pública, como uma proteção maior do que a família é algo que só socialistas fazem, e algo que a Visão Mundial está fazendo ao se unir a 35 organizações esquerdistas radicais.
É hora dos cristãos que enviam suas contribuições para a Visão Mundial fazerem perguntas a essa entidade que deveria estar a serviço do Evangelho e do bem-estar das crianças, não do bem-estar do socialismo.
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